11 de maio de 2021 - por Jaíne Jehniffer
O bottom-up pode ser usado na gestão horizontalizada de empresas ou pelos investidores com foco no longo prazo. Sendo que o bottom-up funciona como um método usado ao realizar a análise fundamentalista de uma companhia.
Como o bottom-up parte do micro e depois vai para o macro, ele dá uma ênfase maior no cenário micro. Ou seja, o investidor que usa esse método, estuda profundamente a empresa e depois usa o macro apenas como um complemento deste estudo.
Por outro lado, quando o ponto de partida é do macro para o micro, nós temos o top down. Nesse sentido, o top down consiste em uma estratégia de cima para baixo na gestão de empresas, desenvolvimentos de produtos e análise de investimentos. Leia e saiba mais!
O que é a estratégia de gestão bottom-up?
A estratégia bottom-up, que significa de baixo para cima, é utilizada na organização e gestão empresarial, para analisar a estrutura empresarial, processos, produção e subsistemas. Sendo assim, o bottom-up é uma estratégia que parte do micro para o macro.
Isso significa que esse método analisa primeiramente os aspectos financeiros da empresa e depois parte para a análise da economia que a empresa faz parte.
Por exemplo, ao ser aplicada na gestão de resultados, o método bottom-up contribui para que a companhia melhore sua performance operacional o que influencia em seu lucro líquido.
O bottom-up também é usado pelos investidores ao realizar a análise fundamentalista de uma empresa, com objetivo de investir no longo prazo. Suponhamos que você deseja usar o método bottom up na análise das ações da empresa X.
Neste caso, primeiramente, você deve analisar os indicadores financeiros da companhia, como, por exemplo, PL e Ebitda. Após estudar a saúde financeira do negócio, você parte para a análise do setor operacional e da gestão da empresa. Por fim, você se dedica a estudar a economia brasileira, sobretudo os indicadores do setor que a companhia pertence.
Como funciona a gestão bottom-up?
Ele funciona como uma estratégia de gerenciamento que pode ser usado pelos gestores para organizar processos, subsistemas e ambientes de maneira horizontalizada. Ou seja, a intenção é que o gestor atue apenas como um agente facilitador.
Por outro lado, o bottom-up pode ser usado também pelos investidores que desejam analisar as empresas antes de investir em suas ações. Assim, ele é usado sobretudo pelos investidores com foco no longo prazo, dentro da análise fundamentalista.
Em síntese, a análise fundamentalista é uma maneira de analisar profundamente uma empresa para determinar se ela possui bons indicadores e potencial de crescimento futuro. Dessa forma, na análise fundamentalista são usados diversos indicadores, para avaliar a saúde financeira e as perspectivas futuras da companhia.
Além disso, é preciso analisar a economia, já que a empresa está inserida nela. Portanto, na análise fundamentalista, o investidor considera o cenário micro (empresa) e macro (economia como um todo). Sendo que existem basicamente três setores inseridos nesse método:
- Indústrias defensivas: São as empresas que não são muito impactadas pelos ciclos econômicos. Normalmente elas produzem bens de consumo não duráveis, como, por exemplo, medicamentos e alimentos. Sendo assim, essas empresas costumam manter suas receitas e estruturas mesmo em períodos de crise, já que elas fornecem bens básicos para a sobrevivência.
- Indústrias cíclicas: São as companhias impactadas pelos ciclos econômicos, como o setor de construção civil, empresas de automóveis e bens duráveis. Geralmente essas empresas crescem com o PIB e se desvalorizam na baixa.
- Indústrias em crescimento: As indústrias de crescimento são as companhias que aproveitam as oportunidades de crescimento, independente do ciclo econômico. Normalmente são empresas que investem em pesquisa, tecnologia e desenvolvimento.
Quando usar o modelo de gestão bottom-up?
O modelo é ideal para situações onde a colaboração e a inovação são essenciais.
Empresas de tecnologia e agências de publicidade utilizam bastante esse modelo. Ele modelo permite que ideias inovadoras surjam de qualquer nível da organização, promovendo a criatividade e a experimentação.
Quando é importante aumentar a motivação e o engajamento da equipe, o bottom-up é uma excelente escolha. Ele dá voz aos colaboradores, fazendo com que se sintam valorizados e parte do processo decisório.
Em situações que exigem soluções criativas e rápidas, o modelo bottom-up pode ser mais eficaz. A diversidade de perspectivas ajuda a encontrar soluções mais inovadoras e abrangentes.
Empresas que precisam se adaptar rapidamente às mudanças do mercado podem se beneficiar do bottom-up. Esse modelo permite uma resposta mais ágil às novas demandas e desafios.
O bottom-up também é útil para o desenvolvimento profissional dos colaboradores. Ao participar ativamente das decisões, eles aprimoram suas habilidades e ganham mais confiança.
Em resumo, o modelo bottom-up é mais adequado para ambientes que valorizam a inovação, a colaboração e a rápida adaptação. Ele engaja os funcionários e aproveita ao máximo suas competências e criatividade.
Quais são as vantagens da gestão bottom-up?
Uma das principais vantagens é a possibilidade de aproveitar as ideias dos profissionais criativos da companhia. Ao utilizar os talentos da empresa, a equipe como um todo fica mais motivada e com uma autoestima maior, o que pode contribuir para o aparecimento de novas ideias e soluções.
Logo, ao engajar os funcionários, o bottom-up resulta no aumento da produtividade e no melhoramento do desempenho da equipe. Em contrapartida, para os investidores o bottom-up funciona como uma maneira de analisar de forma assertiva as ações de uma empresa.
Em comparação com o top down, o bottom-up é mais vantajoso em relação à facilidade. Isso porque, no top down o investidor precisa ter um conhecimento amplo do mercado para conseguir um direcionamento para o setor mais promissor da economia.
Difereças entre bottom-up e top-down?
O bottom-up parte do micro para o macro. Já o top down é o oposto, ele parte do macro para o micro. Dessa maneira, na gestão de uma empresa, que utiliza o top down, as decisões ocorrem em cima e impactam as camadas inferiores.
Em contrapartida, no bottom-up, a gestão é mais horizontalizada e as camadas inferiores contribuem com as tomadas de decisão. Desse modo, no top down o conceito de hierarquia é destacado e os superiores possuem o poder de decisão. Enquanto isso, no bottom-up, o gestor é apenas um agente facilitador e as ideias dos funcionários são valorizadas.
Na tomada de decisão em relação aos investimentos, o investidor que usa o bottom-up analisa a empresa e depois a economia na qual ela está inserida. Porém, no top down, o investidor analisa primeiro o mercado, encontra o direcionamento de um setor promissor e a etapa final é analisar a empresa.
Não existe um método melhor do que outro e os gestores podem até mesmo utilizar os dois métodos de acordo com a situação. No entanto, o top down é mais usado nas grandes empresas ao passo em que é mais fácil aplicar o bottom-up nas pequenas empresas.
- Leia mais: Enfim, agora que você conhece o método bottom up, aproveite para descobrir o que é Capitalização simples, o que é? Cálculos e diferenças entre composta
Fontes: Suno, Warren, All Strategy, Akeloo