Investir em ouro: vantagens, riscos, formas de investimentos

18 de março de 2021, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 7 min, 25 seg


Investir em ouro é uma ótima alternativa para as pessoas que desejam se proteger contra as crises econômicas, já que ele é considerado como uma das melhores opções de reserva de valor. 

Apesar de o dólar também ser utilizado como reserva por alguns investidores, o ouro é considerado como uma escolha melhor. Afinal, o dólar passa por desvalorização e constantes oscilações. 

Por outro lado, o ouro tem várias características positivas para uma reserva de valor, como escassez, não perde o valor com o tempo e não pode ser produzido, como acontece com dólar. 

Por que investir em ouro?

O principal motivo para investir em ouro é a construção de uma reserva de valor. Em síntese, uma reserva de valor tem a função de preservar o poder de compra do investidor com o passar dos anos.

O ouro é usado como reserva de valor principalmente em momentos de crise, já que ele tem algumas características que levam à sua estabilidade, como por exemplo ele não pode ser impresso, é escasso e se mantém valioso com o tempo.

Investir em ouro pode trazer boas rentabilidades, sobretudo em momentos de crise. Mas quem investe nesse metal precioso geralmente está em busca de proteger o poder de compra a longo prazo e não exatamente lucrar com a valorização. 

Como o ouro é uma boa reserva de valor, é normal que o interesse por ele aumente em momentos de crise. Nesse cenário, a bolsa de valores pode passar por uma queda, enquanto o ouro faz o movimento contrário e se valoriza. 

Quais são os riscos de investir em ouro?

Um grande risco de investir em ouro é a volatilidade. O preço do ouro pode passar por uma significativa de forma abrupta. Sendo assim, este risco é desvantajoso para os investidores que preferem ativos mais estáveis.

O ouro pode trazer uma boa rentabilidade, mas em comparação com outros ativos, ele costuma ter um retorno baixo. Outro risco do metal precioso é em relação à regulamentação. Em certos países existem restrições e regulamentações sobre a compra e venda de ouro.

Além dos riscos citados acima, o ouro tem também algumas desvantagens. Uma delas são os custos de armazenamento. Se você for investir no metal físico, é preciso pagar por um local realmente seguro para armazenar o ouro. Além disso, caso opte por vender o ouro, você terá que pagar taxas.

Outra desvantagem é que o ouro não gera renda passiva. Ao investir em ações, por exemplo, você recebe dividendos que são parte dos lucros das empresas. Isso não acontece com o ouro físico.

E as vantagens?

Uma das grandes vantagens do ouro é que ele fornece proteção contra a inflação. Isso é muito importante, pois a inflação corrói o poder de compra do dinheiro, mas isso não ocorre com o ouro.

O ouro é vantajoso também, pois tem valor no mundo todo. Desse modo, é fácil negociar esse tipo de ativo em qualquer parte do mundo e muitos países até aceitam o ouro como forma de pagamento. Outra vantagem do ouro é que ele ajuda a diversificar a carteira, reduzindo o risco do portfólio.

Temos ainda a vantagem de que existem várias formas de investir em ouro e você pode escolher aquela que melhor se encaixa em suas necessidades e objetivos. Por fim, existe a vantagem de que o ouro é um ativo de longo prazo que pode ser mantido por décadas e passado por várias gerações.

Formas de investir em ouro

É possível investir das seguintes formas:

1- Compra de ouro físico

O ouro físico pode ser comprado através de instituições que sejam autorizadas pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Desse modo, você pode comprar algumas gramas de ouro e guardar em casa. Contudo, manter o ouro em casa é perigoso, por isso, é muito importante que você seja discreto, armazene em local seguro e mantenha sigilo. 

As negociações de ouro abaixo de R$ 20 mil estão isentas de Imposto de Renda (IR). Porém, é preciso informar os valores na declaração anual de IR. Por outro lado, se a compra ou venda ultrapassar os R$ 20 mil, é preciso emitir e pagar o Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF).

Um detalhe importante, é que o valor de R$ 20 mil não é cumulativo com o valor das negociações de ações. Ou seja, se você negociar até R$ 20 mil em ações e até R$ 20 mil em ouro no mesmo mês, você continua isento. 

Além das barras de ouro, é possível comprar também joias de ouro. Entretanto, essa não é uma boa reserva de valor, já que, ao comprar uma joia, você acaba pagando também pelo trabalho do fabricante. Portanto, se for para investir em ouro físico, prefira as barras. 

2- Fundos de investimento em ouro

Os fundos de investimentos em ouro possuem a maior parte do portfólio em contratos de ouro. Na classificação de riscos, os fundos de ouro são considerados como moderados, já que o ouro é uma commodity e passa por constantes oscilações. 

Uma vantagem de aplicar em ouro por meio de fundos de investimento é a facilidade, já que o responsável por fazer os investimentos do fundo é o gestor. Em contrapartida, temos a desvantagem do come-cotas e a taxa de administração do fundo.

3- Contratos de ouro

Os contratos negociados são de três tipos: OZ1D (250 g de ouro), OZ2D (10g de ouro) e OZ3D (0,225g de ouro). Você pode retirar o metal físico em uma data pré-estabelecida ou o metal pode ficar sob custódia da corretora. 

Uma grande vantagem de investir em contratos de ouro é a facilidade de comprar e vender, já que ele é negociado na bolsa. Além disso, ele é mais fácil de armazenar do que o ouro físico. Outra vantagem é a isenção de IR abaixo de R$ 20 mil. Como desvantagem temos a taxa de corretagem elevada e a baixa liquidez. 

A compra de contratos de ouro não acontece da mesma forma que a compra de ações no home broker. Ao invés disso, você precisa ligar na corretora para realizar a operação, que geralmente tem uma taxa de corretagem, cujo valor varia de acordo com a corretora.

4- ETF

A sigla ETF significa Exchange Traded Fund. Trata-se de um fundo de índice, que replica a carteira teórica de um índice de referência. Existem ETFs focados nos mais diversos tipos de índices, inclusive ETFs que replicam índices que medem a cotação do ouro.

Vale a pena investir em ouro?

Depende. Se você precisa de uma reserva de valor, investir em ouro vale muito a pena. Não existe nenhum ativo que seja tão bom para formar uma reserva de valor quanto o ouro, pois apenas ele se encaixa em todos os quesitos de uma boa reserva de valor como, por exemplo, escassez e manutenção do valor.

No entanto, dependendo da sua intenção ao investir, o ouro não é uma boa opção. Por exemplo, se você quer montar uma carteira com foco no recebimento de proventos, o ouro não é o ativo ideal, pois existem opções melhores e mais rentáveis.

É um bom momento para fazer investimento em ouro?

Depende. O ouro costuma ser procurado, sobretudo, em cenários de crise para ser uma reserva de valor, com o intuito de proteger o patrimônio do investidor. Como a procura aumenta nesse período, a tendência é a alta dos preços.

Apesar de ser uma boa investir em ouro em cenários de crise, o interessante é investir antes dos preços chegarem às alturas. Nesse sentido, o ideal seria formar uma reserva de valor antes dos cenários de crise, aproveitando as baixas de preços do metal precioso.

Seja como for, se a sua intenção é formar uma reserva de valor, é sempre um bom momento para investir em ouro. Mas você não precisa esperar os cenários de crise, você pode aproveitar os preços baixos e quando a crise chegar, você terá uma alta nos preços dos ativos da sua carteira.

Enfim, se você estiver em dúvidas sobre investir em ouro ou não, veja o vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha, e descubra o porque ele investe em ouro:

Agora que você conheça algumas maneiras de investir em ouro, descubra como realizar Investimentos no exterior – Por que investir e alternativas de aplicações

Fontes: Clear, Btg pactual digital, Anbima, Toro investimentos, e Focalise