23 de setembro de 2021 - por Jaíne Jehniffer
O crédito rotativo funciona como um empréstimo usado especificamente quando o consumidor não paga toda a fatura do cartão de crédito.
No entanto, como esse crédito representa um grande risco para as instituições, já que elas não sabem quando o cliente irá saldar a dívida, elas cobram taxas de juros altíssimas.
Por isso, o mais indicado é ter um bom controle financeiro para sempre pagar o valor integral da fatura e não precisar recorrer ao crédito rotativo.
O que é crédito rotativo?
O crédito rotativo funciona como um tipo de empréstimo pessoal de curto prazo, oferecido para os clientes que não conseguem pagar a fatura total do cartão de crédito. Em outras palavras, o crédito rotativo funciona como um empréstimo voltado para o pagamento da fatura para que o cliente não fique com o nome sujo.
Na prática, quando você não paga a fatura toda, o valor restante é financiado pelo crédito rotativo e é cobrado com juros na fatura seguinte. Por exemplo, se você está sem dinheiro e paga apenas o valor mínimo da fatura, o crédito rotativo entra em ação e você não fica com o nome sujo.
Apesar de impedir os clientes de ficarem com o nome sujo, o crédito rotativo é muito desvantajoso, pois conta com juros altíssimos. Sendo que, ao usar o crédito rotativo, o saldo devedor mais os encargos fazem parte do pagamento mínimo da próxima fatura. Enfim, o crédito rotativo pode ser de dois tipos:
1-Regular: O crédito rotativo regular é usado quando o cliente paga entre o valor mínimo e a quantia intermediária da fatura, a quantia é informada pela empresa credora no documento de cobrança. O que resta da fatura é adicionado no mês seguinte e é corrigido com juros altos, em média 13% ao mês.
2- Não-regular: As pessoas que não pagaram nada da fatura ou pagaram um valor abaixo do mínimo entram no crédito rotativo não-regular. Este tipo de crédito rotativo tem condições piores do que o crédito rotativo regular, já que os juros são mais altos podendo chegar a 375% ao ano.
Como funciona?
Como o crédito rotativo possui juros muito altos, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu, em 2017, algumas regras para evitar que as pessoas entrassem em um ciclo de dívidas.
Uma das regras é que o crédito rotativo pode durar no máximo por 30 dias. Depois desse período, o titular precisa pagar o valor integral ou fazer o seu parcelamento com juros menores. Sendo que, enquanto o crédito rotativo não for pago, o cliente fica impossibilitado de usar o novo crédito.
Em 2018, algumas regras foram alteradas de novo. Desde então, as empresas credoras são livres para decidir, de acordo com critérios próprios, qual o valor mínimo que o cliente pode pagar. Entretanto, elas são proibidas de cobrar juros de crédito rotativo maiores, em relação ao regular, dos clientes que não pagarem a fatura ou pagarem abaixo do mínimo.
Ou seja, os juros precisam ser iguais aos de quem pagou na data, mais uma multa de 2% e 1% ao mês de juros de mora. Em resumo, os juros de mora são uma taxa percentual cobrada devido ao atraso no pagamento do crédito, segundo o período de tempo.
Por que os juros são altos?
De maneira geral, quando uma instituição empresta dinheiro para o cliente, ela assume o risco de não devolver o dinheiro dentro do prazo combinado. Como uma forma de compensar esse risco, ela cobra juros altos. No caso específico do crédito rotativo, a empresa faz uma análise de crédito do cliente e verifica se ele possui condições de pagar a dívida.
Depois disso, é determinado o limite de crédito pré-aprovado para ser usado automaticamente. Os juros de um crédito rotativo são tão altos que podem tornar a dívida 3 vezes maior em apenas um ano. Por exemplo, com uma taxa de juros de 300% ao ano, uma dívida de R$ 1.000 pode se tornar R$ 3.000 em 12 meses.
Opções de crédito com juros mais baixos
Uma alternativa para as pessoas endividadas é recorrer a um empréstimo com juros mais baixos para quitar as dívidas. A lógica é assumir uma nova dívida com juros baixos para quitar as antigas dívidas que tinham juros mais altos.
Contudo, antes de recorrer a empréstimos, não deixe de analisar as opções de crédito disponíveis e verifique se realmente vale a pena para a sua situação. Algumas alternativas são:
1- Crédito consignado: Nesse tipo de empréstimo ocorre um acordo entre a instituição financeira e o cliente para que o pagamento do empréstimo seja feito diretamente na folha de pagamento ou benefício do INSS.
O fato de ser descontado diretamente faz com que o risco de inadimplência seja menor, o que resulta em melhores condições de pagamento com juros menores. No entanto, esse tipo de crédito é voltado somente para aposentados e pensionistas do INSS, trabalhadores assalariados de empresas privadas, militares das forças armadas e servidores públicos.
2- Empréstimo com garantia de imóvel: Este tipo de empréstimo possui prazos longos para ser quitado. Em síntese, o cliente pega o empréstimo e usa a casa como garantia. Este tipo de processo é conhecido como alienação fiduciária e tem a vantagem de que a casa continua no nome do cliente.
3- Empréstimo com garantia de veículo: Por fim, este tipo de empréstimo é parecido com o anterior. A diferença entre eles é que o carro é dado como garantia. Normalmente essa modalidade de crédito é procurada pelas pessoas que precisam de dinheiro rápido.
Crédito rotativo não vale a pena
O crédito rotativo não vale a pena, já que possui juros altos e pode virar uma bola de neve. O mais recomendado é ter um bom controle financeiro para que você sempre pague o valor integral da fatura do cartão. Afinal de contas, quando você entra no rotativo, você paga juros muito altos.
Ou seja, você basicamente joga dinheiro fora ao pagar os juros elevados e ainda corre o risco de entrar em um ciclo de dívidas. Por isso, se acontecer de você pagar apenas o valor mínimo, se organize para quitar todo o valor na fatura seguinte e não deixe acumular nos meses seguintes, formando uma bola de neve.
Vale destacar que de acordo com o seu nível de endividamento, você pode ser inscrito no SPC e ficar com o nome sujo. Neste caso, fica mais difícil conseguir financiamentos, empréstimos ou parcelar compras. Enfim, algumas dicas para evitar o rotativo são:
- Anote os seus gastos e não gaste mais do que você pode pagar;
- Cuidado com as compras parceladas e faça as contas para saber se você irá conseguir pagar as parcelas;
- Se esforce para sempre pagar o valor total da fatura;
- Confira quais são as taxas de juros cobradas pelo seu banco.
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Fontes: Bv, Serasa, Nubank e Creditas
Imagens: Finanças pessoais, Reclame aqui, Creditas, Lucrei e Goodfon