Parcelamento de fatura do cartão de crédito: regras

1 de setembro de 2021, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 8 min, 12 seg


Fazer o pagamento do valor total da fatura do cartão de crédito é sempre a melhor opção. Isso porque, ao fazer o parcelamento da fatura, você joga dinheiro fora ao pagar os juros nas parcelas.

Por isso é importante se organizar para realizar o pagamento total da fatura. Caso você não consiga controlar seus gastos no cartão, talvez seja a hora de começar a pagar apenas à vista.

Ter controle financeiro é muito importante para que você consiga realizar seus objetivos financeiros como, por exemplo, se aposentar ou ainda atingir a liberdade financeira.

O que é parcelamento de fatura?

O parcelamento de fatura é um acordo entre o cliente e a emissora ou banco que emitiu o cartão. Neste acordo, o cliente informa que não poderá quitar o débito na fatura atual e que o acerto irá ocorrer nas próximas faturas. Vamos supor que a sua fatura de agosto do cartão ficou em R$ 700,00 e você só consegue pagar R$ 500,00.

Dessa forma você opta por dividir os R$ 200,00 restantes em cinco meses. Neste caso, você terá que pagar mais R$ 40,00 (além dos juros e IOF) nas faturas de setembro, outubro, novembro, dezembro e janeiro. Basicamente, quando o cliente não tem dinheiro para pagar o valor total da sua fatura, ele tem duas opções: 

1- Crédito rotativo: Quando o cliente paga o valor mínimo ou acima do valor mínimo (mas abaixo do valor total), ele entra no chamado crédito rotativo.

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O crédito rotativo só pode ser usado por 30 dias (geralmente até a data de vencimento da fatura na qual o valor em aberto será acrescido) e na fatura seguinte o cliente terá que pagar o saldo devedor da fatura, o valor que entrou no crédito rotativo, os juros compostos do crédito rotativo e ainda o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

2- Parcelamento de fatura: Ao perceber que não terá dinheiro para pagar o valor total da fatura, o cliente pode optar por parcelar a fatura. Neste caso, o valor de cada parcela é acrescentado nas próximas faturas do cartão.

No parcelamento também ocorre a cobrança de juros e IOF, sendo que os juros variam de acordo com a quantidade de parcelas. Vale destacar que alguns bancos podem realizar o parcelamento automático da fatura depois que o rotativo é usado, mas isso precisa estar especificado em contrato.

Regras do parcelamento de fatura

O Banco Central do Brasil (Bacen) estabelece algumas regras que devem ser seguidas no parcelamento de fatura do cartão de crédito. Sendo assim, o Bacen estabelece que o consumidor pode utilizar o crédito rotativo somente uma vez.

A intenção com essa regra é proteger o consumidor, já que o crédito rotativo possui juros altos. Antes do estabelecimento dessa regra, era comum uma pessoa não conseguir pagar a fatura e entrar no rotativo. O problema é que os juros altos dificultavam o pagamento e no mês seguinte o cenário se repetida e a dívida virava uma verdadeira bola de neve.

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Portanto, depois do uso do rotativo, o valor deve ser parcelado. Outra regra é que as condições de parcelamento precisam ser melhores que as do crédito rotativo. Essa regra serve como um incentivo para que os consumidores parcelem o valor restante e não deixem a dívida se acumular.

Por fim, o Bacen determina ainda que as instituições financeiras ofereçam informações precisas e claras para que os consumidores possam tomar suas decisões. Ou seja, a instituição não pode esconder as condições nas letras miúdas do contrato.

Pagamento do mínimo

De maneira geral, os cartões de crédito possibilitam que os clientes paguem um valor mínimo da fatura. Quando efetua apenas o pagamento do valor mínimo, a pessoa entra automaticamente no crédito rotativo, com juros cobrados em cima do valor restante da fatura.

Apesar de ser desvantajoso pagar apenas o valor mínimo, se você optar por não pagar nem o mínimo da fatura, o seu cartão de crédito pode ser bloqueado e seu nome pode ser enviado para os serviços de proteção de crédito como Serasa, SPC e SCPC.

Se você não tiver o valor para pagar o mínimo da fatura, alguns cartões possibilitam o parcelamento de fatura. Isso ocorre, pois, de acordo com a Resolução Nº 4.549 de 2017 do Banco Central, o crédito rotativo pode durar somente até a data de vencimento da próxima fatura.

Parcelamento de fatura do cartão de crédito: regras

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Logo, ele é convertido em outra modalidade de crédito, que é o parcelamento do saldo devedor da fatura. Dessa maneira, o saldo do cartão é parcelado de maneira similar a um empréstimo, com uma taxa de juros própria que costuma ser menor que a do crédito rotativo.

Quando é usado

O pagamento mínimo é normalmente usado quando o cliente sabe que terá o valor para quitar o restante da fatura. Por outro lado, o parcelamento é usado quando o cliente não tem dinheiro para pagar a fatura.

A vantagem do parcelamento de fatura em comparação com o pagamento do mínimo, é que o parcelamento possui juros menores do que o crédito rotativo, sobretudo se o cliente fizer a solicitação do parcelamento antes que a fatura do cartão vença, pois nessa situação ele evita entrar no rotativo.

Parcelamento versus mínimo

Ao realizar o pagamento mínimo, você fica com o limite do cartão comprometido, já que o banco libera o crédito de acordo com o valor pago. Além disso, é preciso ter cuidado com os juros que serão cobrados em cima do valor aberto. Sendo que os juros são compostos, ou seja, ocorre os juros sobre juros.

Parcelamento de fatura do cartão de crédito: regras

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Isso faz com que o valor dos juros seja tão alto que na fatura seguinte o valor em aberto fique próximo ao valor da fatura antes do pagamento do valor mínimo. No entanto, pagar o mínimo é melhor que simplesmente não pagar a fatura, já que neste caso o cartão pode ser bloqueado e seu nome enviado para os órgãos de proteção ao crédito.

Em contrapartida, no parcelamento de fatura, ocorre uma taxa de juros que geralmente é menor que a do crédito rotativo, o que possibilita que você pague a quantia em aberto em um prazo mais longo. Porém, o limite do cartão fica bloqueado e é liberado aos poucos, de acordo com o pagamento das parcelas.

É preciso não atrasar as parcelas, caso contrário será preciso entrar em contato com o banco para negociar um novo acordo de parcelamento para evitar que o seu nome seja enviado para os órgãos de proteção ao crédito e que seu cartão seja cancelado. Neste caso os juros também podem ser recalculados.

Além disso, é preciso tomar cuidado na migração do saldo em aberto do crédito rotativo para o parcelamento de fatura, já que você terá que arcar com os juros do crédito rotativo e os juros do parcelamento.

Por que não vale a pena parcelar a fatura do cartão?

A melhor alternativa será sempre se organizar financeiramente para pagar o valor total da fatura, assim você evita jogar dinheiro fora pagando juros altos do crédito rotativo ou do parcelamento. Sendo que conforme você for pagando as parcelas do cartão, o seu limite será liberado para novas compras.

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Neste caso, se você usar o cartão para comprar novamente, a sua fatura virá normalmente para pagamento, ainda que você ainda não tenha quitado o parcelamento da fatura anterior.

É preciso ter muito cuidado com essa situação para que você não entre no rotativo do cartão, tenha que parcelar mais uma fatura e precise pagar dois parcelamentos ao mesmo tempo. Algumas dicas para que você evite parcelar a fatura do cartão são:

1- Acompanhe seus gastos

É muito fácil e prático gastar com o cartão de crédito. Contudo, isso possibilita que você perca facilmente o controle financeiro. Portanto, anote os seus gastos com o cartão e fique atento para não gastar mais do que você conseguirá pagar.

Além de acompanhar os gastos do cartão, vale a pena fazer uma análise de toda a sua situação financeira. Desse modo, você poderá determinar o limite de gasto com o cartão, estabelecer cortes de gastos e realizar seus objetivos financeiros.

2- Dívidas

Geralmente, uma pessoa endividada joga muito dinheiro fora pagando juros. Por isso, se organize financeiramente para quitar suas dívidas. Uma dica é cancelar o seu cartão de crédito, assim você evita a tentação de fazer compras parceladas. Nesse processo, busque entender sobre o funcionamento das taxas e juros das suas dívidas e do seu cartão de crédito. 

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3- Reserva de emergência

A reserva de emergência é uma reserva financeira que deve ser utilizada apenas quando surgirem imprevistos. Geralmente o recomendado é um valor equivalente a 6 meses da sua renda mensal, mas ela pode ser maior caso você sinta necessidade.

O ideal é que o dinheiro da reserva esteja em um local de fácil acesso. Por isso, não é recomendado investir este dinheiro, pois geralmente as aplicações possuem prazos para o resgate. Aprenda agora mesmo como fazer a sua Reserva de Emergência – O que é, como começar e onde investir

Fontes: Bv, Nubank, Lendico e Bv

Imagens: Bremenkam pcf, Mercado e consumo, Kiev, Edu moreira, Acijales, Besthqwallpapers e Cashme