Exaustão acumulada: o que é, como calcular, exemplo

Exaustão acumulada é o valor total já reconhecido da exaustão de um ativo. Entenda o que é, como calcular e confira exemplos!

1 de julho de 2025 - por Sidemar Castro


Exaustão acumulada é um termo de contabilidade para empresas que trabalham com recursos naturais, tipo minérios ou madeira. Pense assim: esses recursos não duram para sempre. Conforme a empresa explora (extrai ou usa), o valor deles vai diminuindo com o tempo.

É parecido com a depreciação — quando algo perde valor pelo uso ou pelo tempo, como uma máquina. Venha com a gente e entenda com mais detalhes.

Veja também: Matéria-prima: o que é, quais são os tipos e exemplos

O que é exaustão acumulada?

Exaustão acumulada é um conceito que a gente usa na contabilidade, principalmente para empresas que trabalham com recursos naturais, tipo celulose ou minérios. Pensa assim: esses recursos não são infinitos, certo? Conforme a empresa vai explorando, tirando da natureza, eles vão acabando.

Quando esses recursos se esgotam, a empresa perde valor. A exaustão acumulada é justamente o registro dessa perda de valor dos bens ou direitos que a empresa tem, que acontece ao longo do tempo por causa dessa exploração. É como se fosse um “desgaste” dos recursos que ela usa.

Muita gente compara a exaustão com a depreciação, e realmente são parecidas. A depreciação é quando um bem, como uma máquina, perde valor por causa do uso ou do tempo. Ambos têm uma “vida útil” e se desgastam.

A grande diferença é o tipo de recurso:

  • Se a empresa planta café, por exemplo (que é renovável), a gente fala em depreciação.
  • Mas se ela corta madeira para vender (que é um recurso que se esgota para aquela área), aí é exaustão.

Como calcular a exaustão acumulada?

Quer saber como a gente calcula a exaustão? É um jeito de medir quanto uma empresa perde de valor por estar explorando recursos naturais. Basicamente, a conta leva em consideração quanto a empresa produz por ano e por quanto tempo ela tem o direito de tirar esses recursos.

Existem duas formas principais de fazer essa conta:

  • Pelo tempo de exploração: A gente pega o valor total do recurso e divide pelo número de anos que a empresa pode explorá-lo. Simples assim.
  • Pela quantidade de recurso que dá pra tirar: Aqui, a gente estima o total de recurso que existe e divide o valor pelo tanto que a empresa vai extrair. Depois, multiplica pelo que foi produzido no ano.

Aí é que vem o pulo do gato: você pode fazer os dois cálculos, mas na hora de decidir, sempre vai valer o maior valor que a exaustão anual der. Isso é pra ter certeza de que a empresa está sendo bem transparente sobre essa perda de valor.

Leia mais: Valor contábil: o que é, como calcular e como funciona?

Exemplo de cálculo da exaustão

Vamos imaginar uma empresa que adquiriu o direito de explorar uma jazida mineral por R$ 100.000. Segundo pesquisas no setor, tudo indica que, ao longo de toda a vida útil dessa jazida, será possível extrair aproximadamente 20.000 toneladas do minério em questão. No primeiro ano de operação, a empresa conseguiu extrair 4.000 toneladas.

Como calcular a exaustão, que é o registro contábil do consumo desse recurso natural? O processo é bastante intuitivo:

  • Custo por unidade: Primeiro, determinamos o valor atribuído a cada tonelada de minério que será extraída. Para isso, dividimos o valor total pago pela jazida (R$ 100.000) pela quantidade total estimada de minério (20.000 toneladas).
  • Cálculo: R$ 100.000 ÷ 20.000 toneladas = R$ 5,00 por tonelada.
  • Significado: Esse valor de R$ 5,00 representa a parcela do investimento inicial “consumida” a cada tonelada retirada da jazida.
  • Exaustão do período: Em seguida, para apurar quanto desse valor foi efetivamente utilizado no primeiro ano, multiplicamos o custo por tonelada (R$ 5,00) pela quantidade extraída naquele período (4.000 toneladas).
  • Cálculo: 4.000 toneladas × R$ 5,00 = R$ 20.000,00.
  • O resultado na contabilidade: Portanto, ao final do primeiro ano, a empresa registrará uma despesa de exaustão no valor de R$ 20.000,00. Esse número é importante porque mostra, de forma concreta, a parcela do valor da jazida que foi “gasta” ou esgotada pela atividade de extração realizada naquele período.

É o reconhecimento de que parte do recurso natural, um ativo limitado, foi transformada em produto e, portanto, deve ser adequadamente contabilizada como custo da operação.

Entenda: Custo fixo e variável: o que são e diferenças entre eles

A exaustão acumulada tem qual função nos relatórios financeiros das empresas?

A exaustão acumulada é um item importante nos relatórios financeiros das empresas, especialmente aquelas que trabalham com recursos naturais, tipo mineração ou extração de madeira.

Exaustão acumulada: o que é, como calcular, exemplo

Ela serve, basicamente, para:

  • Mostrar o consumo dos recursos: É como um “desgaste” ou a “conta” de quanto do valor de um recurso natural foi usado pela empresa.
  • Refletir o valor real: Ao considerar a exaustão, os números da empresa ficam mais precisos. Sem ela, a empresa pareceria ter mais valor ou lucros do que realmente tem, já que não estaria considerando que seus recursos estão diminuindo.

No fim das contas, a exaustão acumulada garante que os relatórios financeiros sejam honestos e mostrem a real situação da empresa, considerando que a fonte dos recursos não é infinita.

O que ocorre se a empresa não exaure todo o recurso natural?

Se uma empresa que trabalha com recursos naturais não exaure todo o recurso que ela tem direito, ou seja, ela para a exploração antes do fim, algumas coisas podem acontecer, especialmente no ponto de vista contábil e financeiro.

O que acontece? O “restinho” do recurso fica lá! Em termos de contabilidade, o valor proporcional do recurso que não foi exaurido (e, portanto, não virou despesa de exaustão) continua registrado no ativo da empresa. Ele ainda representa um bem ou um direito que a empresa possui. Assim:

  • Valor patrimonial mais alto (temporariamente): Se a exaustão não foi totalmente reconhecida, o valor do ativo no balanço pode parecer maior do que se a exploração tivesse continuado até o fim ou se a estimativa tivesse sido totalmente consumida. Isso significa que a empresa tem, teoricamente, mais “riqueza” em recursos naturais no seu balanço.
  • Reavaliação futura: Pode ser que, no futuro, a empresa decida vender esse direito de exploração restante para outra companhia, ou talvez reavalie a jazida/floresta e perceba que há mais ou menos recurso do que o estimado inicialmente. Essa reavaliação pode gerar ganhos ou perdas contábeis.
  • Impacto nas decisões: O fato de não ter exaurido tudo pode significar que a empresa mudou seus planos de produção, que o recurso não é tão viável economicamente quanto parecia, ou que ela optou por preservar uma parte. Isso tem implicações para o futuro do negócio e para as estratégias de investimento.

No fim das contas, se o recurso não é exaurido por completo, o valor que ainda existe dele permanece como um ativo para a empresa, e essa decisão ou situação terá reflexos futuros na forma como a empresa é vista financeiramente.

Qual a diferença entre exaustão, amortização e depreciação?

Esses três termos da contabilidade servem para registrar como um bem ou direito da empresa perde valor com o tempo, mas cada um se aplica a um tipo diferente de “coisa”:

  • Depreciação: É para bens físicos que se desgastam ou ficam velhos, como máquinas, carros e prédios. Pense no desgaste natural pelo uso.
  • Amortização: Usamos para bens não físicos (intangíveis) que têm um prazo de validade ou de uso, tipo patentes, softwares e licenças. O valor deles vai sendo “consumido” ao longo do tempo de validade.
  • Exaustão: É específica para recursos naturais que a gente explora e que, por natureza, se esgotam, como minérios de uma jazida ou madeira de uma floresta. O valor diminui conforme o recurso é extraído.

Assim sendo, a depreciação é para o que desgasta fisicamente, a amortização para direitos com prazo, e a exaustão para recursos naturais que acabam. Todos são cruciais para a empresa mostrar um retrato financeiro mais preciso!

Leia mais: Setor primário: o que é, quais são as características e exemplos

Fontes: Empiricus, Mais Retorno, Suno, Valutech e Agronota.

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