19 de janeiro de 2021 - por Jaíne Jehniffer
Ao ser usado pela primeira vez na Inglaterra, o termo goodwill se referia ao valor que um terreno adquire devido a sua localização. Contudo, como a língua é fluída e evolui, hoje o termo significa patrimônio de marca.
Portanto, goodwill está ligado aos elementos que contribuem com a valorização de uma empresa, como por exemplo, o valor da marca e a relação com os clientes, já que tudo isso é importante na hora de estabelecer o preço de venda de uma empresa.
Podemos perceber o goodwill quando uma empresa é vendida por um valor acima do seu valor justo. Isso porque os elementos que valorizam a marca também estão inclusos no valor pago pela companhia, formando o ativo intangível da empresa.
O que é goodwill
O termo goodwill pode ser entendido como patrimônio de marca. Isso significa que ele é composto pelos elementos não materiais relacionados ao desenvolvimento da empresa e que contribuem para a valorização do negócio. Alguns exemplos são a relação sólida da empresa com os clientes, os profissionais e o valor da marca.
Na época em que o termo surgiu, na Inglaterra, no século XVI, ele era usado apenas para se referir a valorização de um terreno. Porém, a palavra foi se desenvolvendo e, hoje em dia, é entendida como patrimônio de marca, ativo intangível ou ágio por rentabilidade futura.
Sendo assim, o goodwill pode ser percebido quando uma empresa é vendida por um valor acima do seu valor justo, com o preço determinado pelos ativos intangíveis. Dessa maneira, o goodwill é visto como um prêmio que a empresa compradora paga a mais do que o valor justo.
Em síntese, uma empresa é comprada pela concorrente não pela empresa em si, mas pelos elementos que contribuem para a valorização da marca. Ou seja, ao adquirir uma empresa, é levado em consideração a capacidade intrínseca que ela possui de gerar lucros.
Como funciona
No Brasil, a legislação obriga as empresas a avaliarem detidamente suas aquisições. Desse modo, a análise do custo da aquisição é feita por meio de três critérios:
- O patrimônio líquido da empresa no momento da compra;
- A diferença entre os ativos líquidos e o valor contábil líquido, chamado de mais ou menos-valia;
- E, por fim, é verificado o goodwill, que é o resultado do item anterior.
Uma característica essencial do goodwill é que ele não aparece no balanço patrimonial da companhia. Dessa forma, ele não é amortizado nem depreciado. Isso significa que os ativos intangíveis de uma empresa não possuem uma duração nem limitação de tempo de existência.
Para fazer a mensuração do goodwill é preciso fazer o chamado impairment of goodwill, um teste de recuperabilidade anual. Sendo assim, por meio desse teste, é possível verificar o valor dos ativos intangíveis da empresa.
É importante notar que diversos aspectos externos e internos podem levar a um baixo resultado no impairment do goodwill. Sendo que essas variações costumam ocorrer principalmente após a aquisição de um negócio.
Cálculo do goodwill
O cálculo do valor do goodwill serve para determinar qual foi o valor pago acima do valor justo de uma empresa, tendo como base o seu patrimônio líquido, que é avaliado de acordo com os preços de mercado. Em outras palavras, o objetivo é estabelecer a diferença entre o preço pago e o seu valor justo. A fórmula para o cálculo é: Goodwill = VME – PLE
Sendo assim, VME é o valor de mercado da aquisição e o PLE é o patrimônio líquido da empresa, composto pelos ativos menos passivos.
Suponhamos que uma empresa seja vendida por R$ 10 milhões. Além disso, ela possui R$ 20 milhões em ativos e R$ 12,5 milhões em passivos. Se colocarmos esses dados na fórmula temos: Goodwill = 10 – ( 20 – 12,5 ) = 2,5. Portanto, o resultado é que R$ 2,5 milhões serão registrados como ativos intangíveis.
Goodwill na análise de investimentos
O goodwill é essencial para os investidores que desejam analisar as vantagens competitivas de uma empresa e descobrir se ela possui bons fundamentos para o longo prazo. Desse modo, o goodwill é usado pelos investidores ao fazer o valuation de uma empresa e determinar corretamente os preços dos ativos da companhia.
No entanto, fazer o goodwill não é fácil, já que é preciso verificar os balanços da companhia, analisar como é a relação dela com os clientes, parceiros e fornecedores e, por fim, conhecer profundamente o mercado de atuação do negócio.
Apesar da avaliação do goodwill ser um exercício complexo, ele pode ser determinante na hora de escolher uma boa ação. Afinal de contas, para um investimento de longo prazo, é essencial conhecer a fundo a empresa e seu setor de atuação e a análise de goodwill permite isso.
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Fontes: Capital research, Suno e Dicionário financeiro
Imagens: Artdata contábil, Office, Poletto, Ivo barboza e Alpha investidor