21 de abril de 2021 - por Jaíne Jehniffer
O investidor profissional é aquela pessoa que possui no mínimo R$ 10 milhões aplicados e que atestou sua condição junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Como profissionais, essas pessoas têm acesso a diversos tipos de aplicações que não estão disponíveis para os investidores comuns. Sendo assim, eles se diferem das demais categorias de investidores que possuem suas opções limitadas.
Existe também o investidor qualificado, que é bastante confundido com o investidor profissional. Porém, eles são bem diferentes, já que o qualificado precisa possuir apenas R$ 1 milhão investido e atestar sua condição por escrito.
O que é investidor profissional?
O investidor profissional é a pessoa que possui pelo menos R$ 10 milhões investidos e que assinou um termo, junto a CVM, reconhecendo sua condição de investidor profissional.
Além disso, de acordo com a instrução de número 554 da CVM, pode ser considerado como investidor profissional:
- Instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil;
- Entidades abertas e fechadas de previdência complementar;
- Fundos de investimento;
- Agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios;
- Companhias seguradoras e sociedades de capitalização;
- Investidores não residentes: pessoas físicas ou jurídicas, inclusive fundos ou outras entidades de investimento coletivo com residência, sede ou domicílio no exterior e que investem no Brasil;
- Clubes de investimento (desde que tenham a carteira gerida por administrador de carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM).
Portanto, todas as pessoas que possuem R$ 10 milhões aplicados e atestaram sua condição por escrito, além das pessoas e entidades que se enquadram nos critérios acima, são consideradas investidores profissionais.
Isso significa que eles possuem acesso a todos os tipos de investimentos. Isso os diferencia das demais empresas e investidores do país, que possuem limitações em relação às suas aplicações.
Investidor profissional versus qualificado
Como dito anteriormente, o investidor profissional é a pessoa que tem pelo menos R$ 10 milhões investidos ou que se enquadram nos critérios da CVM. Por outro lado, o investidor qualificado é aquele que possui R$ 1 milhão aplicado e que atestou sua condição por escrito.
Dessa forma, a principal diferença entre o investidor profissional e o qualificado, é o volume investido. Além disso, os critérios da CVM para se enquadrar como investidor qualificado diferem do profissional. Dessa forma, a CVM considera como critérios para ser considerado como investidor qualificado:
- Investidores profissionais e clubes de investimentos (cuja carteira seja administrada por um ou mais cotistas que sejam investidores qualificados);
- Pessoas naturais que tenham sido aprovadas nos exames de qualificação técnica ou que tenham certificações com aprovação da CVM;
- Aprovação em algum exame de certificação aceito pela CVM.
Por fim, outra diferença entre os investidores profissionais e qualificados está na oferta de investimentos. Isso porque o profissional tem acesso a uma quantidade maior de aplicações complexas do que o qualificado. Apesar disso, ambos os tipos de investidores possuem acesso a aplicações que não estão disponíveis para os outros tipos de investidores.
Prós e contras
A principal vantagem de ser um investidor profissional é o acesso a diversas categorias de aplicações financeiras que os outros tipos de investidores não possuem. Dessa maneira, eles podem diversificar sua carteira de investimentos com ativos de maior complexidade e risco.
Alguns exemplos de investimentos exclusivos para investidores profissionais e qualificados são: determinados Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do Agronegócio (CRA), algumas debêntures incentivadas, os Fundos de Investimentos em Participações (FIP), Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e Fundos Mútuos de Investimento em Empresas Emergentes (FMIEE).
Outra vantagem é que várias instituições financeiras oferecem condições especiais para esse tipo de investidor, como, por exemplo, taxas reduzidas e gestão especializada.
Logo, como profissional, o investidor consegue uma boa diversificação e ele aumenta as chances de rentabilidade, por meio de ativos diferenciados e condições especiais para investir.
Em contrapartida, como desvantagem temos o fato de que é preciso um valor bem alto para ser considerado como profissional. Sendo assim, o volume aplicado é uma barreira para as pessoas físicas, em geral.
Além da necessidade de um valor maior aplicado, é preciso que o investidor tenha bastante conhecimento sobre o mercado para que possa aproveitar as opções de aplicações mais complexas e arriscadas.
Portanto, para os investidores em geral, a desvantagem de se tornar um investidor profissional é a dificuldade de se enquadrar nos critérios de volume investido e conhecimento sobre o mercado.
Como se tornar um investidor profissional
A primeira alternativa para se tornar um investidor profissional é investir mais de R$ 10 milhões e preencher e assinar a Declaração da Condição de Investidor Profissional, junto à Comissão de Valores Mobiliários.
Sendo que neste documento o investidor afirma que possui mais de R$ 10 milhões investidos e que tem conhecimento sobre o mercado financeiro para ponderar os riscos das aplicações e lidar com as proteções legais e regulamentares conferidas aos investidores.
Para se tornar qualificado, você pode solicitar o documento em sua corretora de valores ou diretamente com a CVM. Depois disso, basta preencher e assinar o documento, enviar para a Comissão de Valores Mobiliários e esperar o retorno da solicitação. A outra opção para se tornar investidor profissional, é se enquadrar nos outros critérios da CVM.
Enfim, depois de se tornar um investidor profissional, não deixe de estabelecer objetivos e continuar investindo de maneira sábia. Para isso, algumas dicas são:
Se mantenha atualizado: Se mantenha atualizado em relação às notícias do mercado financeiro e aos novos ativos que surgem. Essa pode ser inclusive uma forma de encontrar novas oportunidades de investimentos.
Estudos: A categoria de investidor profissional serve como um reconhecimento do investidor que estudou durante anos e investiu um volume financeiro considerável. No entanto, ser um investidor profissional não é o fim da linha.
Continue estabelecendo objetivos alcançáveis e continue estudando. Mesmo que você já tenha amplo conhecimento sobre o mercado, vale a pena relembrar conceitos e buscar se aprofundar em temáticas que você tenha dificuldades. Uma boa maneira de manter os estudos em dia, é por meio de Livros sobre investimentos para todos os níveis de investidores
Fontes: Certifiquei, Capital reseach, e Renova invest
Imagens: Hl investimento, Suno, Rogerio barrocal, Btg pactual digital e Onze