Mão invisível: entenda melhor esse conceito de Adam Smith

A "mão invisível" é um conceito econômico, sobre a capacidade do mercado de se autorregular, sem intervenção externa. Entenda esse conceito.

6 de setembro de 2024 - por Sidemar Castro


A “mão invisível” é uma metáfora criada por Adam Smith, um dos fundadores da economia moderna, para descrever como indivíduos que buscam seus próprios interesses pessoais, em um mercado livre, acabam promovendo benefícios sociais não intencionais.

Segundo Smith, quando cada pessoa age em busca de seu próprio lucro, como abrir um negócio ou melhorar um produto, isso pode levar a uma distribuição eficiente de recursos e ao bem-estar geral da sociedade, mesmo que essa não seja a intenção inicial. Esse processo ocorre naturalmente, sem a necessidade de intervenção do Estado.

Saiba mais sobre essa “mão invisível” lendo a matéria a seguir.

O que significa a “mão invisível”?

A “mão invisível” foi introduzida como um conceito por Adam Smith, um dos principais teóricos do liberalismo econômico, em suas obras, especialmente em “A Riqueza das Nações” (1776). Essa metáfora é referida como a capacidade do mercado de ser autorregulado, sem que haja a necessidade de intervenção externa, como a do governo.

Foi argumentado por Smith que, quando os próprios interesses são buscados pelos indivíduos, benefícios para a sociedade como um todo são resultantes, como se essas ações fossem guiadas por uma “mão invisível” para um resultado coletivo positivo.

Fundamentos do Conceito

1) Autorregulação do Mercado

A ideia central é que, em um mercado livre, os preços e a distribuição de recursos são ajustados automaticamente através da interação entre oferta e demanda, o que resulta em um equilíbrio natural.

2) Interesse Pessoal e Bem Comum

Foi acreditado por Smith que a busca pelo interesse próprio dos indivíduos poderia, paradoxalmente, promover o bem-estar social. Assim, mesmo que a intenção de beneficiar a sociedade não seja tida pelas pessoas, melhorias coletivas podem ser resultantes de suas ações individuais.

3) Críticas e Interpretações

O conceito de “mão invisível” é muito debatido. Argumenta-se, pelos críticos, que essa visão pode ser utilizada para justificar comportamentos egoístas e a falta de responsabilidade social, especialmente em contextos como a Revolução Industrial, onde as desigualdades sociais eram evidentes. Por outro lado, essa metáfora é utilizada pelos defensores do liberalismo para argumentar a favor de um Estado mínimo, onde o mercado é visto como capaz de resolver suas próprias disfunções.

Como a “mão invisível” foi abordada?

O conceito da “mão invisível” foi introduzido por Adam Smith, um dos pilares da economia clássica, em suas obras para explicar como a busca individual por interesses pode, de forma não intencional, beneficiar toda a sociedade. No entanto, é importante que seja ressaltado que a abordagem e a profundidade com que esse conceito é tratado variam bastante entre suas obras mais conhecidas.

Na “Riqueza das Nações”

A obra mais famosa de Smith é onde o termo “mão invisível” é mais explicitamente utilizado. Nela, o livre mercado e a mínima intervenção do Estado na economia são defendidos por Smith.

A “mão invisível” é apresentada como uma força que guia as atividades econômicas individuais para um resultado socialmente benéfico. Ao buscar o próprio lucro, o bem-estar geral é contribuído pelos indivíduos, sem que eles se deem conta.

Sinopse: A obra analisa como a riqueza de uma nação é gerada e como ela pode ser maximizada. Argumenta-se por Smith que a divisão do trabalho, a especialização e a livre concorrência são os principais motores do crescimento econômico.

A “mão invisível” é a força que coordena todas essas atividades, levando à produção de bens e serviços que são demandados pela sociedade.

Na “História da Astronomia”

Uma obra menos conhecida de Smith, explora a evolução do conhecimento astronômico ao longo da história. A “mão invisível” não é um tema central neste livro.

Sinopse: Um panorama histórico das principais teorias e descobertas sobre o universo, desde a antiguidade até o seu tempo, é traçado por Smith. O interesse de Smith por questões científicas e sua capacidade de analisar o desenvolvimento do pensamento humano em diferentes áreas do conhecimento são demonstrados pela obra.

Na “Teoria dos Sentimentos Morais”

O livro é anterior à “Riqueza das Nações” e a natureza da moralidade humana é explorada. Embora o termo “mão invisível” não seja utilizado explicitamente, a ideia subjacente está presente.

Sinopse: Como os seres humanos desenvolvem seus sentimentos morais e como esses sentimentos influenciam suas ações são investigados por Smith. Argumenta-se por ele que a simpatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro, é a base da moralidade. A “mão invisível” pode ser vista como uma metáfora para a forma como a simpatia e o autointeresse são equilibrados na sociedade.

É importante que seja notado que a interpretação da “mão invisível” tem sido objeto de debates e controvérsias ao longo dos anos. Argumenta-se por alguns críticos que essa metáfora pode ser utilizada para justificar o individualismo e, portanto, a desigualdade social. Outros defendem que ela continua sendo uma ferramenta útil para entender como os mercados funcionam.

Qual é a função do Estado para Adam Smith?

Para Adam Smith, funções específicas e importantes são atribuídas ao Estado, apesar de sua defesa do liberalismo econômico. Acreditava-se por ele que a sociedade deveria ser protegida pelo Estado contra ameaças externas, o que inclui a defesa nacional e a segurança pública.

Para ele, os indivíduos devem ser protegidos pelo Estado contra a injustiça e a opressão, assegurando, desse modo, a ordem e a aplicação das leis.

Foi defendido por Smith que instituições e obras públicas que não seriam lucrativas para indivíduos ou pequenos grupos, mas que são extremamente benéficas para a sociedade como um todo, deveriam ser criadas e mantidas pelo Estado.

Essas funções visam criar um ambiente onde o mercado possa operar de forma eficiente, mas com a intervenção necessária para que a justiça e o bem-estar público sejam garantidos.

Quem foi Adam Smith?

Adam Smith (1723-1790) foi um economista e filósofo escocês, amplamente reconhecido como o “pai da economia moderna”. Nascido em Kirkcaldy, Escócia, ele estudou na Universidade de Glasgow e no Balliol College, em Oxford.

Smith é mais conhecido por sua obra seminal, “Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações” (1776), onde ele introduziu conceitos fundamentais como a divisão do trabalho e a “mão invisível” do mercado. Além disso, ele também escreveu “Teoria dos Sentimentos Morais” (1759), que explora a ética e a moralidade humanas.

Ele também foi professor de Lógica e Filosofia Moral na Universidade de Glasgow e teve uma amizade influente com o filósofo David Hume, autor de “Tratado da Natureza Humana”. Adam Smith nunca se casou e passou seus últimos anos em Edimburgo, onde faleceu em 1790.

Fontes: Significados, Politize, Rock content, Suno, Super Abril, Trevisan

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