Apetite ao risco: o que é e como defini-lo?

5 de outubro de 2022, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 5 min, 15 seg


O apetite ao risco é o nível de risco que uma empresa está disposta a assumir. Sendo que os riscos são corridos com o intuito de atingir objetivos estratégicos da companhia.

Por exemplo, para uma empresa decidir se vale a pena manter ou encerrar a suas operações em certo local, ela deve considerar quais são as consequências na rentabilidade e operação em cada um dos cenários.

Apenas por meio da avaliação da ameaça é que a empresa consegue decidir se os riscos devem ser evitados, ou se vale a pena se arriscar em prol do resultado final.

Portanto, conhecer o apetite ao risco da empresa é essencial para que ela possa fazer o gerenciamento de riscos e planos de mitigação de ameaças.

Enfim, para determinar o apetite ao risco da empresa é preciso levar em conta vários fatores como, por exemplo, o mercado de atuação, objetivos estratégicos e a cultura da empresa.

Importância em conhecer o seu apetite ao risco

Não existe negócio 100% livre de risco. Sendo assim, é muito importante conhecer o nível de risco para determinar se o risco vale a pena e tomar atitudes para gerenciar os riscos.

Portanto, quando uma empresa define o seu apetite ao risco, ela consegue adiantar e prever planos de mitigação e correção para gerenciar as ameaças.

As empresas que têm um plano de crescimento mais ambicioso ou que estão passando por mudanças, costumam ter maiores riscos para alcançar seus objetivos.

No entanto, é preciso conhecer o risco para verificar se ele vale a pena e tomar atitudes com foco no gerenciamento de risco.

No fim das contas, conhecer o apetite de risco é essencial pois ajuda a direcionar a distribuição de recursos da empresa segundo a meta estabelecida para o sucesso da empresa.

Desse modo, a empresa pode desenvolver mecanismos para evitar e lidar com os riscos inerentes ao seu crescimento.

Apetite ao risco x Tolerância ao risco

O apetite ao risco e a tolerância ao risco são termos muito confundidos. No entanto, eles têm significados diferentes.

Em resumo, o apetite ao risco é o grau de exposição a perdas que a empresa considera como aceitável. Isso de acordo com os seus objetivos e recursos.

Por outro lado, a tolerância ao risco é o nível de variação do apetite que a empresa se dispõe a tolerar.

Por exemplo, a empresa X pode assumir o risco de expandir para um novo país. Contudo, ela pode colocar um limite de tolerância no valor do prejuízo que essa nova operação pode trazer.

Como definir o apetite ao risco de uma empresa?

Para definir o apetite ao risco da sua empresa siga o passo a passo:

1- Conheça o mercado de atuação da empresa

Estude sobre o mercado de atuação da empresa e sobre os concorrentes. Por exemplo, setores mais consolidados como financeiro e saúde, precisam de confiança.

Por outro lado, mercados em expansão e que mudam sempre, como o mercado de tecnologia, exigem uma ousadia maior, logo, envolvem riscos maiores.

Já em relação à concorrência, é importante estar sempre de olho, pois o seu concorrente pode ter encontrado uma oportunidade que você não viu. Com isso, ele pode estar correndo riscos que compensam no longo prazo.

2- Considere a cultura e os objetivos

É importante que o nível de risco assumido pela empresa esteja de acordo com a cultura e os objetivos da empresa. Sendo que os objetivos mais ambiciosos costumam exigir um nível de risco maior.

Por exemplo, vamos supor que o intuito da empresa X é entregar produtos de alta qualidade. No entanto, ela deseja aumentar a sua margem de lucro.

Neste caso, a opção de trocar os insumos de fabricação por outros de qualidade inferior pode não ser uma boa alternativa, já que vai contra o objetivo da empresa.

3- Mapeie os riscos e suas probabilidades

Levando em conta o mercado e seus objetivos estratégicos, você pode verificar quais são os riscos que a empresa terá que correr para ter bons resultados.

Além disso, é preciso entender quais são as chances desses riscos se tornarem realidade. Enfim, todos esses dados devem ser levados em conta ao criar um plano de mitigação de riscos.

4- Alinhe com toda a empresa

Para que o apetite ao risco seja refletido nas decisões da companhia e no dia a dia, é essencial que todas as partes interessadas estejam cientes do que foi definido.

Por exemplo, uma política de compliance, pode ajudar a manter todos os envolvidos na mesma página.

Além disso, vale a pena fazer treinamentos contínuos para reforçar os riscos que se quer correr e aqueles que devem ser evitados, para que os novos colaboradores estejam cientes das regras.

5- Crie instrumentos para controlar os danos

É muito importante que a empresa tenha instrumentos visando o controle de danos.

Por exemplo, a empresa pode criar um canal de denúncias para ajudar no monitoramento de eventuais desvios de conduta que ameacem a segurança da empresa.

Além disso, é preciso criar um comitê de ética para avaliar as denúncias, orientar o denunciante e tomar as medidas cabíveis.

6- Defina o seu nível máximo de tolerância aos riscos

Por fim, com base nos passos anteriores, alinhe o apetite ao risco da empresa com a estratégia da empresa, objetivos, cultura e etc.

A intenção é que você defina um nível máximo de tolerância aos riscos para a empresa seguir.

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Fontes: Neoway, Glicfas e Setting.