Análise de risco: entenda o que é, como funciona e quando usar

14 de março de 2022, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 7 min, 37 seg


Se você é dono de uma empresa, sabe que existem grandes chances de ocorrer eventos que podem impactar de forma negativa o seu negócio. Uma forma de se preparar para esses eventos, é fazendo uma análise de risco.

O que é análise de risco?

A análise de risco é uma forma de avaliar a real probabilidade de ocorrer um cenário socioeconômico adverso aos objetivos da empresa. Ou seja, cenários que sejam uma ameaça para a companhia.

De maneira geral, este tipo de análise é feito por profissionais que tenham um grande conhecimento dos riscos e estatísticas.

Isso porque, ele pode criar um plano de ação para que a empresa possa agir nos mais diferentes cenários.

Sendo assim, com este plano a empresa fica mais preparada para os vários cenários. Dessa forma, o impacto negativo de um eventual cenário pode ser diluído.

Para que serve uma análise de risco?

A análise de risco serve para que a empresa tenha uma boa base para as suas tomadas de decisões. Desse modo, por meio dela, a empresa pode saber como agir em diferentes cenários.

Isso porque a empresa pode traçar estratégias para lidar com os períodos de crise. Além disso, a empresa se torna capaz de saber se certo risco vale a pena.

Ou seja, com a análise de risco a empresa pode decidir entre assumir certo risco ou evitá-lo. Isso é possível, pois as empresas têm opções para evitar os riscos, aceitá-los ou fazer a sua transferência.

Portanto, o principal resultado de uma análise de riscos é a prevenção de ocorrências que podem trazer impactos negativos à empresa. Isso por meio da adoção de estratégias para cada tipo de ameaça.

Quais os tipos de riscos que podem ameaçar as empresas?

Os tipos de riscos mais comuns nas empresas são:

1- Riscos especulativos. São os riscos que a companhia não tem certeza sobre o ganho ou a perda ao assumi-lo. Dentro desses riscos, existem ainda outras divisões:

  • Riscos administrativos e financeiros. São os riscos relacionados com as tomadas de decisões administrativas, onde o dinheiro está diretamente envolvido. 
  • Riscos políticos. Todas as empresas fazem parte de algum segmento de mercado. Sendo que os segmentos são impactados pelo cenário político local.
  • Risco de inovação. Avaliar os riscos de inovação é essencial para as empresas. Isso porque, com a expansão tecnológica, existem chances de novos ganhos e de perdas por estagnação.

2- Riscos reais. Esse tipo de risco ocorre quando não existe uma chance de ganho. Dessa forma, considera-se apenas a chance real de perdas para a empresa. Por exemplo:

  • Riscos à propriedade. É o risco da perda das propriedades da empresa. Por exemplo, pode ocorrer um incêndio e a companhia perder o seu prédio.
  • Riscos às pessoas. São os riscos que englobam os colaboradores, parceiros e afins. Um exemplo disso são os acidentes de trabalho que são um risco à integridade física dos funcionários.
  • Riscos de responsabilidade. São os riscos ligados aos impactos que a empresa causa no ecossistema onde ela atua.

Classificação dos riscos

A classificação dos riscos leva em conta as necessidades e modelos de estratégia adotados pela empresa. Desse modo, ela envolve a chance de o risco ocorrer e a gravidade do seu impacto.

Sendo que a probabilidade do risco leva em conta as chances de um evento prejudicial ocorrer. Com isso, os riscos são classificados como:

  1. Extremamente remotos. É quando a chance de algo ocorrer é mais teórica do que prática.
  2. Remotos. Existe uma vaga chance de ocorrer.
  3. Improváveis. As chances de algo ocorrer são baixas. Mas não deve ser ignorada.
  4. Prováveis. É esperado que ocorra pelo menos uma vez ao longo da operação.
  5. Frequentes. Existe a certeza de que ocorrerá várias vezes.

Já em relação ao nível de gravidade de riscos, temos:

1- Catastrófica. É o risco com gravidade mais alta. Um exemplo disso são os acidentes de trabalhadores com morte ou incapacidade total. Outro exemplo são os danos irreparáveis ao meio ambiente.

2- Crítica. São os eventos que causam lesões e incapacidades sérias nos colaboradores.

Envolve também perda parcial de equipamento, danos graves ao meio ambiente e as instalações. Por fim, esse tipo de risco também engloba as grandes perdas financeiras.

3- Marginal. São os eventos que podem causar a incapacidade parcial ou pequenas lesões no funcionário acidentado.

Esse nível de risco também está relacionado com leves estragos nos equipamentos e nas instalações da empresa. Por fim, ele envolve ainda danos de fácil recuperação ao meio ambiente e pequenas perdas financeiras.

4- Desprezível. São os eventos que não prejudicam o meio ambiente, mas que podem causar leves prejuízos aos equipamentos.

Pode ocorrer ainda lesões aos trabalhadores. Contudo, são lesões leves que depois de atendimento médico permitem que a pessoa volte ao trabalho.

Como é feita a análise de risco

A análise de risco pode ser feita tendo como base um modelo preditivo. Outra opção é usar vários cálculos elaborados a fim de apontar o grau de exposição da empresa aos riscos.

Sendo que esses cálculos levam em conta vários fatores. Dessa forma, além das chances de um evento crítico ocorrer, também busca-se prever as eventuais perdas financeiras que ele pode causar.

Existem ainda metodologias que buscam detectar o risco em tempo hábil. Com isso, ações preventivas ou de correção podem ser tomadas. 

Vale destacar que para que uma análise de risco seja bem feita, é essencial que a empresa esteja disposta a ser imparcial. Sendo assim, ela não deve se deixar levar por vieses que podem atrapalhar os resultados.

Enfim, as 5 etapas básicas para fazer uma análise de risco são:

1- Situação

A análise de risco é feita sempre em relação a uma situação em específico. Por isso, o 1º passo é sempre definir qual situação será analisada.

Mesmo que vá ocorrer um evento com várias mudanças na empresa, é preciso desmembrar os processos. Com isso, você consegue analisar de forma individual os riscos de cada ação que será tomada pela empresa.

2- Grau de cada risco

O 2º passo é estabelecer o grau de cada tipo de risco. Uma forma de fazer isso é por meio da fórmula:

  • Probabilidade de ocorrência X Gravidade do resultado.

Com isso, você consegue priorizar as ações para riscos de alto grau e com impactos maiores. Já os riscos mais baixos, podem ser deixados para serem analisados depois.

3- Estratégias

Nessa etapa, você deve decidir o que será feito em relação aos riscos. De maneira geral, existem 5 estratégias que você pode escolher. Sendo que é bom aplicar mais de uma estratégia em conjunto.

  • Aceitar os riscos. Se o risco for de menor grau, ele pode ser aceito pela empresa. Pode ocorrer ainda da empresa achar o risco aceitável depois que algumas medidas forem tomadas.
  • Transferir riscos. Neste caso, a empresa pode aceitar os riscos, mas transfere as consequências para um terceiro. Isso ocorre, por exemplo, ao contratar um seguro.
  • Mitigar riscos. São tomadas medidas para reduzir o grau de risco. Vale destacar que os riscos são apenas reduzidos. Em outras palavras, os riscos ainda existem.
  • Evitar riscos. Essa é uma estratégia bem conservadora. À 1º vista ela parece uma boa. Afinal, a empresa corre menos riscos. Porém, ao correr menos riscos, a empresa também pode ter menos ganhos e menor competitividade.
  • Explorar riscos. Por fim, a companhia pode ainda optar por explorar os riscos. Essa estratégia costuma ser usada em casos de riscos de impacto positivo. Ou seja, quando existe a expectativa de ocorrências positivas.

4- Documente

Não deixe de registrar e documentar cada etapa da análise de risco. Isso porque, depois, os dados registrados podem servir como base para uma revisão com o intuito de aprimorar as estratégias.

Além disso, a documentação é uma forma de acompanhamento de todas as pessoas envolvidas no processo.

5- Controle e revisão

Em resumo, no controle, você gerencia as medidas de prevenção implantadas. Logo, com base nisso você pode identificar adequações que devem ser feitas para aprimorar a sua estratégia.

Enfim, gostou de aprender sobre a análise de risco? Então não deixe de ler outros textos que podem ajudar a sua empresa: o que é ROA; o que é capex; opex; o que é borderô; o que é PSR e Ebit.

Além disso, você pode gostar de saber: o que é rating; o que é valuation; e, por fim, Grau especulativo, o que é? Conceito, como é estabelecido e impactos