Entenda o risco de ruína e o risco de trajetória

15 de fevereiro de 2022, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 5 min, 44 seg


Todo investimento tem um nível de risco. Analisar esse risco e o capital que está sendo alocado é essencial para evitar o risco da ruína. Em resumo, esse é o risco de você perder tudo o que tem. 

Isso mesmo, ao investir pode acontecer de você perder tudo ao invés do tão sonhado retorno alto! Mas não se preocupe, eu vou te ensinar como evitar o risco da ruína.

O que é risco da ruína?

Todos nós investimos com o intuito de obter bons retornos. Ninguém quer perder tudo. No entanto, muitos investidores acabam caindo no risco da ruína.

Ou seja, eles realizam uma operação tão arriscada que pode acabar com todo o seu patrimônio. Desse modo, se a pessoa perder tudo, ela não consegue voltar a investir para recuperar o dinheiro perdido.

Afinal de contas, se ela perder tudo como ela vai investir? Warren Buffett, um dos maiores investidores do mundo, tem duas regras:

  1. Nunca perca dinheiro;
  2. Nunca esqueça a primeira regra.

Apesar de serem duas regras bem simples, elas não são tão fáceis de serem seguidas.

Muitos investidores tomam decisões muito arriscadas que podem não apenas fazer com que eles percam muito dinheiro, como podem de fato levar à ruína.

Por exemplo, uma pessoa que pega todo o seu dinheiro e faz uma operação de day trade, está se expondo ao risco da ruína. Isso porque, esse é um tipo de operação com alto risco.

Como o day trade costuma gerar mais perdas do que ganhos, quem faz trade já está ignorando as regras de Buffett. Além disso, ao colocar todo o seu capital nisso, ele está se expondo ao risco da ruína.

Portanto, evite fazer esse tipo de operação. Mas se mesmo assim você teimar em fazer trade, não coloque todo o seu patrimônio nisso.

Além do risco da ruína, vale destacar que existe também o risco da trajetória. Em síntese, ele está relacionado com o andamento do mercado no momento em que você investe.

Você pode investir em bons momentos e ter retorno melhores do que outra pessoa que investiu no mesmo ativo em um momento ruim.

Contudo, o conceito de mercado bom ou ruim é variável. Por exemplo, um mercado em queda pode ser bom para comprar ativos baratos.

Cálculos

Todo investimento envolve riscos. Mas você não precisa arriscar todo o seu patrimônio.

Minha dica é que ao analisar um ativo, você leve em conta o seu perfil de investidor e não invista em ativos mais arriscados do que os indicados para o seu perfil.

Além disso, você pode calcular o risco da ruína. Existem maneiras diferentes de fazer isso, uma das fórmulas mais comuns é:

Risco de ruína = (1 – (B – P)) / (1 + (B – P)) ^ U

Sendo que B é a probabilidade de ganhar, P é a probabilidade de perda e ^U é o poder do número máximo de negócios perdidos consecutivos antes da ruína.

Vale destacar que matematicamente falando, não é possível que o risco da ruína seja de 0,0%. Mas você pode definir um risco máximo que você aceita correr, por exemplo, entre 0% e 0,5%.

Atitudes que levam ao risco da ruína

Segundo Richard Rytenband, CEO da Convex Research, o investidor que está sempre se expondo ao risco de perder tudo o que tem, é um investidor frágil.

Sendo que algumas atitudes são típicas de investidores frágeis e que causam o risco da ruína. Alguns exemplos são:

1- Concentração. A concentração do capital em uma classe de ativos é um grande risco.

Isso porque, se essa classe de ativos passar por uma baixa, toda a sua carteira irá sofrer. O mais recomendado é diversificar entre classes de ativos.

2- Alavancagem. A alavancagem é quando uma pessoa investe com mais dinheiro do que ela possui. A intenção é potencializar os retornos ao aproveitar uma oportunidade no mercado.

Entretanto, ao operar alavancado, essa pessoa pode alavancar suas perdas. Ou seja, além de perder tudo o que tem, ela ainda perde o que não era dela, já que ela operou com mais dinheiro do que tinha.

3- Falta de conhecimento. Investir em coisas que você não conhece é outra atitude que pode te expor ao risco da ruína.

Por isso, é muito importante conhecer bem os ativos que você está investindo. Você conhece todas as empresas e setores das ações que você tem em carteira?

Além dessas atitudes, Richard explica que “quanto mais o investidor busca a certeza, mais ele se aproxima do risco da ruína”. Um exemplo disso, são os investidores que estão sempre em busca de dicas quentes.

Como evitar o risco da ruína

Agora que você sabe que certas atitudes podem te expor ao risco da ruína, algumas dicas para evitar o risco da ruína são:

1- Risco médio

As médias são muito enganosas em situações de alta volatilidade. Por isso, não use isso como parâmetro.

2- Evite a manada

O efeito manada é o fenômeno em que os investidores decidem seguir o mercado. Sendo assim, o investidor não faz as suas análises por conta própria, preferindo fazer o mesmo que os outros investidores estiverem fazendo.

Isso faz com que muitas pessoas invistam em um mesmo ativo, o que acaba subindo o preço dele, já que a demanda é grande.

O problema é que uma hora esse preço cai e muitas pessoas perdem dinheiro. Logo, se você tiver investido todo o seu dinheiro em certo ativo seguindo o efeito manada, você está se expondo ao risco da ruína.

3- Ninguém é capaz de prever o futuro

Não adianta achar que você é muito bom em perceber o time do mercado e que vai rachar de ganhar dinheiro prevendo as oscilações do mercado.

Se você se deixar guiar por esse pensamento, você só vai perder muito dinheiro. Isso porque, ninguém é capaz de prever o futuro.

4- Diversificação

Como eu já te disse antes, um erro que faz com que muitos investidores se exponham ao risco da ruína é concentrar o seu capital em um único tipo de ativo.

A forma de evitar isso, é diversificando a sua carteira de investimentos. Para aprender como diversificar corretamente, assista ao vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha:

Agora que você já sabe o que é risco da ruína, aproveite para descobrir se Comprar carro zero vale a pena?

Fontes: O guia financeiro; Convex; e Broker.

Bibliografia:

Entenda o Risco da Ruína e saiba como evitá-lo. Convex. Acesso em: 11-02-2022.