7 de julho de 2021 - por Jaíne Jehniffer
A securitização é o processo de transformação de dívidas em títulos a serem negociados no mercado financeiro. Em outras palavras, a securitização é a atividade de transformar dívidas em títulos a serem vendidos para os investidores.
Ao transferir as dívidas para os investidores, o risco de inadimplência recai sobre o investidor. Como assume o risco de inadimplência, o investidor é recompensado com uma taxa de juros mais alta do que algumas outras aplicações.
Esse é um processo bastante vantajoso para as empresas, pois além de se livrarem dos riscos, elas ainda conseguem receber antecipadamente os valores, o que possibilita a realização das suas atividades.
O que é securitização?
A securitização é o nome dado para o processo de transformar dívidas em títulos negociáveis no mercado de capitais. Ou seja, a securitização consiste em converter dívidas, como faturas do cartão e empréstimos, em títulos que podem ser negociados com os investidores no mercado de capitais.
É claro que ao antecipar o recebimento dos valores, as empresas abrem mão de parte do valor das dívidas. Logo, essa diferença entre o valor pago para a empresa e o valor a ser recebido dos clientes é o lucro do investidor.
Sendo que, para quem irá pagar a dívida não existe diferença, já que o cliente não percebe que a sua dívida está sendo negociada no mercado financeiro. Ele não percebe essa alteração, pois, na prática não muda nada para o cliente.
Ao ganhar força no mercado, a securitização passou por um processo de evolução e o que anteriormente era uma prática das empresas tendo como ponto de partida o mundo físico, se tornou uma atividade amplamente realizada no mercado de capitais.
Esse processo foi nomeado de transferência de risco de crédito. Outros nomes também foram adotados na atividade de securitização, como, por exemplo o Originador, que é a instituição responsável pela emissão dos ativos. Existe ainda a Entidade Emissora que recebe os ativos.
Como funciona?
A securitização funciona como um processo que possibilita que uma empresa possa ter recursos para continuar operando ao transformar suas dívidas em títulos negociáveis no mercado. Desse modo, no processo de securitização uma empresa consegue captar recursos e ainda dividir o risco entre vários investidores, o que dificulta uma quebra em caso de calote.
Além disso, a securitização é vantajosa por possibilitar a utilização de dívidas como produto financeiro o que contribui com a movimentação do mercado.
Por exemplo, uma construtora teria que esperar por mais de 20 anos o pagamento das parcelas dos apartamentos. Porém, ela pode optar por vender as dívidas para uma empresa securitizadora que posteriormente irá vender os títulos para os investidores.
Logo, o dinheiro levantado ao vender as dívidas para uma securitizadora possibilita a construção do empreendimento. Além de vender suas dívidas, as empresas podem ainda emitir títulos de dívidas, como, por exemplo, as debêntures. Enfim, às três figuras principais na securitização são:
- Cedente: É a empresa que possui contas a receber. Ela pode ser de qualquer setor como, por exemplo, imobiliário, comércio, prestação de serviços e indústrias.
- Securitizadora: É a instituição financeira que irá transformar as contas a receber em títulos negociáveis. Dessa forma, ela é responsável pela intermediação entre a empresa credora e o investidor. Sendo que, as contas a receber podem ser as mais diversas, como cheques, empréstimos e aluguéis.
- Investidores: São as pessoas que irão comprar os títulos e assumir os riscos em troca da possibilidade de obter bons retornos financeiros.
Títulos de securitização
Existem diversos tipos de títulos de securitização que muitos investidores conhecem, mas não sabem que se trata de fato de um título de securitização. Essas securitização podem ser separadas em securitização de créditos do agronegócio, imobiliários, financeiros e ativos empresariais. Sendo assim, alguns exemplos são:
1- CRIs e CRAs: Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do Agronegócio (CRA), são títulos que visam antecipar os créditos futuros relacionados a ativos imobiliários ou do agronegócio, respectivamente.
2- FIDC: O Fundo de Direitos Creditórios, como o próprio nome indica, é um tipo de fundo de investimento que destina a maior parte do seu patrimônio para a aplicação em direitos creditórios.
3- Debêntures: Por fim, as debêntures são títulos emitidos pelas empresas com a intenção de captar recursos. A vantagem dessa aplicação é que ela pode proporcionar um retorno interessante, a desvantagem é que apesar de serem ativos de renda fixa, elas não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Vantagens e desvantagens
Para as empresas, a securitização é vantajosa, pois o risco da dívida passa a ser dos investidores. Logo, é o investidor que assume o risco de calote. Existe ainda a vantagem de que a transformação de um portfólio ilíquido em líquido faz com que a sua venda possa ser realizada para vários investidores, sobretudo para o mercado de fundos.
A securitização pode ser vantajosa também para a gestão do balanço. Por fim, para o investidor a securitização é vantajosa, pois disponibiliza no mercado ativos que podem trazer bons rendimentos. Em contrapartida, como desvantagem temos o fato de que existe um custo para a operação de securitização e o procedimento é complexo.
Além disso, existe a desvantagem do risco que é transferido da empresa para o investidor. Para saber mais sobre os riscos envolvidos nos diferentes investimentos leia: Riscos dos investimentos, o que são? Quais são eles e como diminuí-los
Fontes: Clicksign, Onze e Keruak
Imagens: Seneca securitizadora, André barbirato, Firma, Buildings e Bsra