Segunda crise do petróleo: o que foi e contexto histórico

16 de agosto de 2021, por Jaíne Jehniffer

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A segunda crise do petróleo teve início em 1979 quando o Irã passou pela Revolução Fundamentalista. O país determinou o corte na venda e distribuição do petróleo, o que impactou seriamente a economia de vários países.

Como o Irã era o segundo maior produtor de petróleo do mundo, eles subiram o preço do barril a valores altíssimos e o clima de racionamento da matéria-prima se instalou pelo mundo. 

Conhecer o que foi a segunda crise do petróleo é importante tanto para as pessoas que gostam de entender sobre crises e economia, quanto para as pessoas que pretendem fazer ENEM e concursos públicos. Isso porque este é um tema bastante abordado nas provas.

O que foi a segunda crise do petróleo?

A segunda crise do petróleo, também conhecida como segundo choque do petróleo, foi o corte na venda e distribuição de petróleo do Irã. Na época o Irã era o segundo maior produtor de petróleo no mundo, logo a segunda crise do petróleo demorou sete anos para começar a se normalizar. 

Sendo que, a crise ocorreu na revolução fundamentalista, também chamada Revolução Iraniana, em 1979. Foi com essa revolução que a monarquia iraniana foi substituída pela república islâmica teocrática.

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Entender sobre as crises do petróleo é importante não apenas para as pessoas que vão fazer ENEM ou provas de concurso, mas também para quem deseja entender a economia mundial. Isso porque as crises do petróleo servem para mostrar o quanto a economia de grandes países, principalmente os mais desenvolvidos, dependem do petróleo.

Isso ocorre, pois o petróleo é utilizado não apenas como combustível, mas também nas indústrias. Sendo que, como ele é uma matéria-prima não renovável, ele deve ser usado com cuidado.

Vale destacar que apesar de a segunda crise do petróleo ter causado impactos negativos nas economias de vários países, ela foi benéfica para os países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Isso porque eles aumentaram o preço do barril e lucraram bastante enquanto o resto do mundo sofria.

Contexto histórico

Os iranianos se organizaram em 1978, para retirar Xá Reza Pahlevi do poder. Depois da saída de Pahlevi e o fim da monarquia no Irã, o controle político da nação passou a ser exercido pelos xiitas, apoiadores de Aiatolá Khomeini. Dessa forma, foi instaurada a república fundamentalista teocrática.

Contudo, com Aiatolá Khomeini o setor petrolífero passou por fortes instabilidades que resultaram no aumento do preço do barril do petróleo. As revoltas que ocorreram sob a liderança de Aiatolá Khomeini praticamente zeraram a extração de petróleo do país.

Sendo que, na época o Irã era o segundo maior produtor de petróleo no mundo. Acontece que Aiatolá Khomeini não era muito interessado nas relação com os países ocidentais dependentes de petróleo. Além disso, os Estados Unidos passaram a ser um dos maiores inimigos do Irã, já que os EUA intervieram diversas vezes no Irã.

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Em contrapartida, quando estava no poder, Xá Reza Pahlevi fazia questão de manter boas relações com os países que importavam o petróleo iraniano. Enfim, com a alta dos preços e a redução da produção, estabeleceu-se a segunda crise do petróleo. O cenário de alta de preços dos barris continuou até 1986 quando voltaram a se estabilizar.

Primeira e segunda crise do petróleo

Em 1973, a OPEP tinha se reunido e decidido que o preço do barril do petróleo seria elevado. Além disso, eles determinaram que iria ocorrer uma redução da produção, já que o cenário era de aumento de consumo da matéria-prima e a dependência de outros países que não tinha produção própria.

Aproximadamente um ano depois, com a falta do petróleo no mundo, a primeira crise do petróleo se estabeleceu e impactou a economia de vários países. Posteriormente, em 1979 ocorreu a Revolução Iraniana, onde houve a deposição da monarquia iraniana pró-Ocidente e o país passou a controlar os preços do petróleo de acordo com a sua orientação política e religiosa.

Como o Irã era o maior produtor de petróleo, eles elevaram o preço do barril a valores altíssimos. Logo o clima de racionamento da matéria-prima se instalou pelo mundo. Com o início da guerra entre o Irã e o Iraque, em 1980, a segunda crise do petróleo se agravou e muitos países sofreram.

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Brasil

O Brasil sofreu mais com a segunda crise do que com a primeira. Isso porque, a nação já estava sofrendo com a crise causada pelas obras de alto custo realizadas pelo Regime Militar e dos erros na política energética nacional. Desse modo, o aumento dos preços da gasolina e do diesel nos postos de combustível quase quebrou o Brasil.

Entretanto, o fato de quase ter falido, fez com que o país começasse a investir em alternativas à gasolina, como por exemplo, o álcool combustível. Enfim, a segunda crise do petróleo só foi perder a sua força em 1986 quando o Irã deixou de controlar o preço do petróleo e focou nos conflitos com o país vizinho.

E aí, gostou de aprender sobre a segunda crise do petróleo? Aproveite para aprender também sobre a crise de 1929, o retorno da inflação, o liberalismo, o intervencionismo, o consenso de Washington, o neoliberalismo, a crise de 2008, Plano real e descubra ainda qual será a Próxima crise mundial – Ciclos econômicos, indícios e como se proteger

Fontes: Cursos sapientia, Notícias concursosInfoescola

Imagens: Clickmacae, Cointimes, Esquerda diário e Uol