Próxima crise mundial – Ciclos econômicos, indícios e como se proteger

24 de maio de 2021 - por Jaíne Jehniffer


Os indícios da próxima crise mundial já podem ser percebidos em todo o mundo. Pode ser difícil vislumbrar a explosão de uma crise, afinal de contas, no momento estamos em um ciclo de alta.

Entretanto, após um período de alta, sempre vem o ciclo de baixa. Um dos fatores que apontam na direção de uma crise é o fato de que no mundo inteiro foi injetado dinheiro em excesso na economia.

Apesar de falarmos sobre a próxima crise mundial, esse texto não deve ser visto como uma recomendação do que você deve ou não fazer com a sua carteira de investimentos.

Ciclos econômicos

O mercado é composto por grandes ciclos de longo prazo. Normalmente são observados grandes períodos de altas, substituídos por grandes períodos de baixas.

Essa tendência de ciclos no mercado pode ser percebido ao analisarmos historicamente diversos índices ao redor do mundo, como o Ibovespa e S&P 500.

Por exemplo, um ciclo de baixa pode durar 5, 7, 10 anos e posteriormente ocorrer uma retomada do mercado e o ciclo de alta dura mais alguns anos antes de ser substituído novamente pelo ciclo de baixa.

Portanto, a lógica é que as pessoas que entram no ciclo de baixa, possuem um retorno melhor do que as pessoas que entram no ciclo de alta.

Uol

Quando a pandemia da Covid-19 teve início, as pessoas pensaram que iria começar uma crise econômica mundial. Porém, o mercado passou por uma baixa que não durou muito tempo e logo depois teve uma retomada.

Ou seja, apesar das pessoas acreditarem que o mercado iria se desvalorizar por um bom tempo, na verdade, ele se recuperou rapidamente.

Inclusive, quando a pandemia começou várias pessoas venderam seus ativos e ficaram no prejuízo, pois acreditavam que o mercado iria se desvalorizar muito.

Atualmente estamos passando por um período de alta em vários setores, até mesmo nos preços das commodities como milho, soja e boi. A valorização das commodities no mundo todo é vantajoso para o Brasil, já que ele é bastante dependente das commodities.

Sendo assim, ao invés do país entrar em recessão econômica, é provável que o Brasil tenha um desempenho melhor do que alguns outros países que não dependem de commodities.

Contudo, depender tanto de commodities pode ser um problema sério para o Brasil no longo prazo. Afinal, apenas 10% do PIB brasileiro corresponde à industrialização.

Indícios da próxima crise mundial

Ao analisarmos os sinais do mercado, é possível notar que uma crise está se desenhando. É claro que é impossível determinar quando exatamente essa crise irá se explodir.

No entanto, podemos apontar os fatores que indicam que uma crise econômica mundial está se formando e explicar as medidas que podem ser tomadas para se proteger.

Primeiramente, temos que levar em consideração o motivo pelo qual o mercado se recuperou tão rápido após a breve queda causada pelo Covid-19. Essa recuperação ocorreu de uma maneira meio “artificial”, isso porque países no mundo inteiro injetaram dinheiro na economia.

Notícias ao minuto

Além disso, vários países já estavam alavancados antes mesmo da pandemia e a taxa básica de juros já estava bem baixa. Em síntese, a taxa básica de juros é um mecanismo que existe em quase todos os países do mundo e serve para estimular ou desestimular o crescimento econômico.

Dessa forma, quando a taxa está baixa, a intenção é aumentar a circulação de moeda no país e o crescimento econômico. Em contrapartida, a taxa alta faz com que o acesso ao crédito seja dificultado e as pessoas passam a consumir menos.

O problema é que em 2019 e 2020, vários países já estavam com suas taxas básicas de juros próximas de zero. Em outras palavras, se a taxa usada para estimular a economia já estava perto de zero, o que os governos fariam para estimular a economia?

Consequências da injeção de dinheiro na economia

Com a taxa básica de juros quase zerada em vários países do mundo, a solução adotada pelos bancos centrais foi usar o Quantitative Easing. Esse mecanismo consiste em criar dinheiro do nada e injetá-lo na economia por meio da compra de títulos de bancos e outros ativos financeiros.

DCI

Ou seja, esse é um recurso que serve para acrescentar dinheiro na economia artificialmente. O problema em injetar dinheiro na economia, é que as dívidas públicas dos países cresceram exponencialmente. Dessa maneira, a dívida global está em US$ 281 trilhões e a expectativa é que ela cresça mais ainda em 2021.

Outra consequência da injeção de dinheiro, e que pode ser um indício de uma crise econômica mundial, é a elevação da inflação.

Em resumo, a inflação é causada pelo excesso de dinheiro em circulação, que faz com que a demanda seja elevada em relação à procura e resulte no aumento dos preços de bens e serviços.

Enfim, se analisarmos os índices, é possível perceber os efeitos que a injeção de dinheiro teve na economia. Por exemplo, no último ano, o Ibovespa cresceu 51,22%:

próxima crise mundial

Se analisarmos o S&P 500, podemos notar um crescimento de 39,35%.

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Até mesmo o Nikkei, o índice japonês que estava negativo desde 1991, teve uma alta depois da injeção de dinheiro na economia. Desse modo, ele apresentou uma valorização de 16,52%.

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Somente entre 2020 e 2021, o Nikkei teve uma alta de 36,17%.

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Como se proteger da próxima crise mundial

Uma forma de se proteger contra a próxima crise mundial, é investindo em ativos que não sejam inflacionários, como, por exemplo, o ouro e as criptomoedas. A lógica é investir em ativos que conservem seu valor, já que os governos não são capazes de inflar esse tipo de ativo.

Sendo que a tendência é que esses ativos fiquem cada vez mais caros à medida que as pessoas passem a perceber que eles são uma boa forma de se protegerem contra a próxima crise mundial.

Outra forma de se proteger contra a crise mundial, é aplicando em ativos de renda fixa indexados à inflação, como, por exemplo, o Tesouro IPCA+.

Portanto, para se proteger da crise é importante diversificar a carteira de investimentos em diferentes classes de ativos. Não é recomendado manter uma carteira apenas com ações, já que a perspectiva é que esse mercado possa se desvalorizar quando a crise chegar. Assista ao vídeo de Raul Sena e descubra mais sobre as formas de se proteger da crise:

Enfim, agora que você já conhece os indícios da próxima crise mundial, descubra quais são os títulos de Renda fixa que rende mais que ações – Três alternativas de investimentos

Imagens: UolDCI, Notícias ao minuto e Vecteezy,

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