7 de dezembro de 2020 - por Jaíne Jehniffer
Geraldo Rufino é um empresário, escritor e palestrante. Além disso, ele foi o fundador da JR Diesel, empresa que já passou por altos e baixos, mas que hoje é líder em seu setor de atuação.
A história de vida do empresário é marcada por determinação, coragem e dedicação. Natural de Minas Gerais, na infância Geraldo Rufino trabalhou no lixão em São Paulo, catando latinhas e comida.
Mesmo quando a situação financeira era ruim, Geraldo Rufino não abaixou a cabeça e foi atrás de soluções. Empresário nato, criou diversos pequenos empreendimentos na infância, como um cinema que dava pipoca e arroz doce para quem pagasse para assistir a Sessão da Tarde.
Infância de Geraldo Rufino
Geraldo Rufino nasceu no dia 21 de novembro de 1958, em Campos Altos, Minas Gerais. A família de Geraldo Rufino se mudou para São Paulo quando ele tinha apenas quatro anos de idade. O motivo da mudança foi a queima da lavoura de café depois de uma geada.
Ao chegar em São Paulo, a família se alojou nos fundos da casa de uma tia de Geraldo Rufino. Suas irmãs arrumaram emprego como domésticas, seu pai trabalhava como servente de pedreiro e sua mãe era diarista. Como Geraldo era o mais novo, ele e o irmão José (dois anos mais velho), acompanhavam a mãe no emprego.
A situação financeira da família não era fácil. Geraldo e José acompanhavam a mãe na feira na hora da xepa e também iam para o Ceasa para pegar as frutas e verduras que sobravam.
No entanto, apesar das dificuldades, eles davam um jeito de pegar mais comida do que o necessário, pois assim conseguiam dividir com os vizinhos.
A mãe de Geraldo Rufino morreu quando ele tinha apenas sete anos de idade. Apesar de jovem quando perdeu a mãe, até hoje o empresário se lembra de algumas lições aprendidas com ela.
Por exemplo, a primeira casa em que moraram era de madeira e o sol se infiltrava pelas frestas. A mãe de Geraldo dizia que aquela era a luz divina, que vinha mostrar que todos ganharam mais um dia de vida. Dessa maneira, ainda hoje Geraldo Rufino carrega consigo o hábito de agradecer por cada dia recebido.
Primeiros empregos de Geraldo Rufino
Depois da morte de sua mãe, seu pai decidiu mudar de casa e Geraldo Rufino decidiu ir morar com o pai. Aos oito anos, o jovem começou a trabalhar como ensacador, em uma fábrica de carvão.
Depois de um tempo neste emprego, Geraldo Rufino decidiu ir garimpar no lixão, em busca de latinhas para reciclar e restos de comida.
A mudança ocorreu após ele perceber que algumas outras crianças estavam usando chinelos melhores do que os dele. Ao questionar as crianças onde elas tinham conseguido os chinelos, elas responderam que tinha sido no lixão.
Dos nove aos onze anos, Geraldo Rufino trabalhou no lixão, em parceria com seu irmão José. O esquema funciona da seguinte maneira: Geraldo e José iam para o lixão e procuravam por latinhas. Então, uma das irmãs vendia as latinhas para um depósito.
O dinheiro resultante era armazenado em uma poupança bem rústica: eles enrolavam o dinheiro, colocavam dentro de uma lata de leite e as enterravam em um terreno baldio.
No entanto, a poupança improvisada não tinha a proteção do FGC, então estava sujeita à falência. Sendo assim, um dia o terreno foi limpo e as máquinas carregaram tudo. Naquele momento, a poupança dos jovens quebrou.
Empreendedorismo
O ímpeto empreendedor das crianças não foi refreado após perder tudo. Novas soluções foram encontradas, por exemplo, o cinema em casa. Em resumo, os jovens ofereciam pipoca e arroz doce para as crianças da região que pagassem um ingresso para assistir à Sessão da Tarde.
Outros negócios fundados pelas crianças foram um bar para o pai, um campo de futebol que cobrava aluguel, carrinhos de madeira alugados e ainda uma barraca de frutas.
O dinheiro dos empreendimentos voltou a ser guardado em uma latinha de leite. Entretanto, dessa vez ela não foi escondida em um terreno baldio, mas sim no assoalho do boteco da família. Para garantir que o dinheiro realmente estava seguro, Geraldo Rufino passou a dormir em cima do local que estava escondido a latinha de leite.
Apesar de toda a proteção, o dinheiro foi embora novamente. Dessa vez, ele foi emprestado para o pai, que estava no terceiro casamento. Porém, sempre cheio de determinação e coragem, Geraldo Rufino começou a juntar dinheiro de novo. Ele conseguiu um novo emprego, como office boy. Mas a condição do trabalho é que ele teria que voltar a estudar.
Como office boy em uma empresa que acabou virando um Playcenter, Geraldo Rufino conseguiu comprar seu primeiro carro, aos 16 anos.
Posteriormente, quando José estava passando por dificuldades, Geraldo Rufino comprou uma kombi para que ele pudesse fazer carretos e excursões. Com o lucro os jovens compraram uma segunda kombi.
Tempos depois, com o negócio crescendo, foi a hora de comprar caminhões de caçamba para fazer o transporte de materiais para construção.
Além da empresa de transportes, Geraldo Rufino continuava trabalhando no Playcenter. Contudo, ele não era mais um office boy, o jovem se tornou um dos gerentes da área de fliperamas e jogos eletrônicos.
JR Diesel
Em 1985, o negócio de transportes dos irmãos estava indo bem. Porém, os caminhões se envolveram em um acidente. Como não tinham seguro nem dinheiro, os irmãos tiveram que desmontar os veículos e vender as peças para pagar o financiamento.
Mas o que parecia o fim de uma empresa, foi o pontapé inicial para que outra surgisse. Isso porque eles abriram a JR. Diesel, uma desmontadora e recicladora de veículos.
A empresa JR. Diesel começou a decolar e dar frutos. Enquanto isso, Geraldo Rufino mantinha o emprego como gerente na rede de Playcenter.
Apesar de a empresa ter começado a dar resultados, os irmãos começaram a investir em agropecuária e terrenos. Ou seja, eles perderam o foco da empresa e acabaram quebrando novamente.
Geraldo Rufino então pediu licença no emprego de gerente e foi colocar a empresa em ordem. Já em 1987, com seus 29 anos, Geraldo Rufino saiu definitivamente da rede. Quando deixou a empresa, ele já ocupava o cargo de diretor da rede, mas decidiu sair para se dedicar totalmente ao negócio familiar.
Crescimento da JR Diesel
A década de 1990 foi o período de crescimento da JR Diesel. A empresa melhorou as técnicas de rastreabilidade e começou um relacionamento com os frotistas.
Estes novos clientes foram de suma importância para a empresa, já que, através deles, novas oportunidades sugiram, como a compra de grandes lotes de renovação de frotas dos clientes, que depois eram vendidos no atacado.
Com o crescimento da empresa, uma montadora ofereceu uma parceria à JR Diesel. A parceira consistia na concessão de São Paulo, Vale do Ribeira e Santos para a venda de seus veículos para a empresa dos irmãos. A parceria resultou na fundação da JR Veículos.
Entretanto, em 2003, a empresa parceira deixou o Brasil, sem cumprir com as entregas e garantias negociadas. Desse modo, tanto a JR Veículos, quando a JR Diesel foram à falência. Rufino tinha investido R$ 8 milhões na nova empresa e também assumiu uma dívida de R$ 16 milhões.
Contudo, sempre determinado, Geraldo Rufino não desistiu do negócio e colocou a família para trabalhar, e assim eles reergueram a empresa. Atualmente, a JR Diesel é líder em seu setor de atuação e fatura cerca de R$ 50 milhões por ano.
Vida pessoal
Geraldo Rufino é casado com Marlene. Juntos eles tiveram três filhos, que logo cedo começaram a trabalhar na empresa familiar.
Desde os noves anos, eles já acompanhavam os pais na empresa, mas foi na adolescência que de fato começaram a contribuir para o negócio. Desde os primórdios da empresa, até os dias de hoje, Marlene ocupa o cargo de diretora administrativa.
Além de empresário, Geraldo Rufino é palestrante e se dedica à escrita. Dessa forma, ele já deu mais de 300 palestras em todo o Brasil e escreveu dois livros, sendo eles:
- O catador de sonhos;
- Poder da Positividade.
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