American way of life: o que é, como surgiu e quais as características?

A famosa expressão American way of life que significa “estilo de vida americano”, faz alusão ao modelo de comportamento muito popular nos EUA após a Primeira Guerra Mundial. Esse modo de viver, que elege o consumismo, o nacionalismo, a padronização social e a crença nos valores democráticos liberais, relacionados aos Estados Unidos.

Nesta matéria, explicamos com mais detalhes essa forma de viver, além dos efeitos dela na crise de 1929 e a sua influência nos hábitos dos brasileiros. Continue a leitura!

O que é o American way of life?

A expressão se refere a um modelo de comportamento e estilo de vida típico dos Estados Unidos da América. Ele surgiu após a Primeira Guerra Mundial e se consolidou após a Segunda.

Suas principais características são a crença nos valores democráticos liberais e na liberdade individual. Ela também se apoia no consumismo e na padronização social, assim como a busca da felicidade através da aquisição de bens materiais.

Esse conceito se apoia na superioridade tecnológica e poderio militar dos EUA, na produção em massa e crédito barato para incentivar o consumo, e tem o automóvel e a televisão como símbolos desse estilo de vida.

O American Way of Life se fortaleceu durante a Guerra Fria, quando os EUA vendiam a ideia de uma sociedade próspera e igualitária para se contrapor ao comunismo soviético. No entanto, nem toda a população americana se beneficiou dessa prosperidade, como os afro-americanos, que lutaram pelos direitos civis nas décadas de 1950 e 1960.

Apesar de ter surgido nos EUA, esse modelo de comportamento consumista se espalhou para outras potências mundiais e ainda é um parâmetro de vida para muitos.

Como surgiu o American Way of Life?

Também conhecido como “modo de vida norte-americano”, teve origem no período após a Primeira Guerra Mundial. Esse estilo de vida é caracterizado pelo individualismo, empreendedorismo e livre iniciativa, assim como valores ligados à coragem, honestidade, trabalho e competitividade.

Foi difundido mundialmente a partir da década de 1920, quando filmes de Hollywood começaram a ser assistidos em cinemas de todo o mundo, inclusive no Brasil. O presidente americano Roosevelt também desempenhou um papel importante ao lançar um plano econômico para estimular o consumo e impulsionar o país após a Crise de 1929.

Esse estilo de vida, no entanto, também enfrenta críticas por seus aspectos consumistas e impactos sociais e ambientais, além de deixar boa parte da população país fora do “sonho americano”.

Quais são as características do American Way of Life?

• Individualismo: Os norte-americanos valorizam a independência e a liberdade pessoal. Isso se reflete em sua busca por oportunidades individuais e na crença de que cada pessoa pode moldar seu próprio destino.
• Consumismo: O estilo de vida americano é frequentemente associado ao consumo excessivo. Eles tendem a comprar muitos produtos e acreditam que o consumo é uma forma de expressar sucesso e status.
• Otimismo: Os americanos têm uma atitude otimista em relação ao futuro. Eles acreditam que o trabalho duro e a perseverança podem levar ao sucesso econômico e social.
• Mobilidade social: Esse modo de vida e comportamento promove a ideia de que qualquer pessoa pode subir na escala social com esforço e dedicação. Dessa maneira, isso se relaciona à crença no “sonho americano”.
• Patriotismo: Os americanos têm um forte senso de patriotismo e orgulho em sua nação, suja riqueza e conquistas tecnológicas e militares. Esse sentimento se manifesta através dos símbolos nacionais, como a bandeira dos EUA.
• Espírito empreendedor: Eles valorizam a iniciativa privada e a capacidade de criar negócios bem-sucedidos. Essa ideologia está relacionado à ideia de que qualquer pessoa pode se tornar um empreendedor de sucesso.
• Diversidade cultural: Os Estados Unidos são uma nação de imigrantes, e a diversidade cultural (inclusive étnica) é uma parte fundamental do American Way of Life. Essa mistura se reflete na culinária, música, religião e tradições.

É importante lembrar de que essas características não se aplicam a todos os americanos, mas são tendências gerais observadas na sociedade dos EUA.

Quais foram os efeitos da Crise de 1929 no American Way of Life?

A Crise de 1929 e a Grande Depressão subsequente abalaram profundamente o modelo de consumismo e prosperidade que caracterizava o American Way of Life na década de 1920.

O colapso da Bolsa de Valores de Nova York em 1929 levou a uma onda de falências de empresas e indústrias, aumentando drasticamente o desemprego nos Estados Unidos. O crash interrompeu o ciclo de consumo excessivo e endividamento que sustentava esse estilo de vida.

A crise econômica enfraqueceu a crença no capitalismo e no liberalismo econômico que eram pilares do American Way of Life. Esse fato abriu espaço para uma maior intervenção estatal na economia, como o New Deal de Franklin Roosevelt.

O American Way of Life, baseado no consumismo e na prosperidade, perdeu força após a Crise de 1929. A Grande Depressão abalou a confiança da população nos valores de trabalho, liberdade e progresso que definiam esse estilo de vida.

Apesar disso, o American Way of Life continuou a exercer influência cultural e ideológica, sendo exportado para outros países, como o Brasil, durante o governo de Getúlio Vargas. Mas sua essência consumista e eufórica foi profundamente abalada pela crise econômica.

Qual foi a influência desse estilo de vida no Brasil?

Ele exerceu uma forte influência no Brasil, especialmente durante o governo populista de Getúlio Vargas nas décadas de 1930 e 1940. Vargas estabeleceu acordos comerciais para importar produtos estadunidenses, como eletrodomésticos e carros, difundindo esse estilo de vida.

A Política da Boa Vizinhança dos EUA, aceita por Getúlio Vargas, fez com que os americanos se tornassem os primeiros exportadores de produtos domésticos para o Brasil.

Após a Segunda Guerra, com o alinhamento do Brasil aos países ocidentais, durante a Guerra Fria, a adoção do American Way of Life ficou evidente com a importação de refrigerantes, chicletes, carros e um jeito de viver que primava pelo consumo.

O comércio se encheu de bens de consumo que só estavam acessíveis a uma pequena parcela da população. Comprar a crédito e se endividar era a única saída para imitar esse padrão de vida.

Essa influência cultural dos EUA no Brasil, incluindo a difusão da língua inglesa, filmes, programas de TV, quadrinhos e música, permanece até os dias atuais, sendo refletida em propagandas, produtos e costumes, assim como nos negócios.

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Fontes: Toda Matéria, Mais Retorno, Mundo Educação, Brasil Escola,