Crédito: o que é, como funciona, tipos, vantagens e desvantagens

Crédito é um acordo financeiro em que uma parte fornece recursos a outra com a expectativa da devolução futura, geralmente com juros.

23 de novembro de 2020 - por Nathalia Lourenço


O crédito é um tipo de empréstimo oferecido por bancos, financeiras e cooperativas que permite ao cliente antecipar gastos, funcionando como uma forma de dinheiro extra.

Neste texto, exploraremos as principais modalidades de crédito, destacando suas vantagens e desvantagens. Continue a leitura para descobrir qual melhor opção para você!

O que é crédito?

A palavra “crédito” tem sua origem no latim “creditum”, que deriva do verbo “credere”, que significa “crer” ou “acreditar”. Na prática, crédito é quando alguém – seja uma pessoa, um banco ou uma empresa – confia em você e deixa você pegar algo agora, com a promessa de pagar mais tarde, geralmente com alguns juros ou taxas. Em outras palavras, crédito é a chance de conseguir algo agora e pagar por isso depois.

Um exemplo bem conhecido de crédito é o financiamento de uma casa. O banco te dá o dinheiro para comprar o imóvel, e você vai pagando as parcelas para eles ao longo do tempo.

O que significa pagar no crédito?

Quando você ouve a expressão ‘pagar no crédito’, significa que está utilizando uma forma de crédito para fazer uma compra. Por exemplo, ao usar um cartão de crédito, você adquire um produto agora, mas só vai pagar por ele quando receber a fatura do cartão.

Além disso, o crédito pressupõe que alguém acredita que você vai honrar sua dívida e pagar o valor devido em algum momento no futuro.

Como funciona a análise de crédito?

O crédito é como um empréstimo que te permite obter bens, serviços ou dinheiro agora e pagar por isso depois. Funciona da seguinte forma:

Existem diretrizes para a análise de crédito e elas variam conforme a instituição financeira ou a empresa responsável pela concessão do crédito. Diferentes organizações empregam uma variedade de informações para embasar essa determinação, mas há critérios compartilhados entre elas. Confira abaixo:

Informações pessoais

Em primeiro lugar, são avaliados os dados essenciais relativos à pessoa, como número de CPF, contato telefônico, estado civil, nível educacional, ocupação, renda e local de residência.

Restrições de crédito no histórico

Em seguida, é examinada a presença de pendências com a entidade ou instituição financeira, bem como registros em agências de proteção ao crédito, como a Serasa. Através desses registros, é viável determinar se o indivíduo possui débitos não quitados em outras organizações e também verificar a sua pontuação de crédito.

Cadastro positivo

Através do Cadastro Positivo, o mercado examina o histórico de quitação de obrigações do consumidor. Indivíduos que possuem informações atualizadas nesse sistema apresentam maiores oportunidades de aprovação na avaliação de crédito, além de receberem ofertas com termos de pagamento mais vantajosos.

Renda ou faturamento

A análise de crédito também considera a renda mensal ou o faturamento potencial do potencial cliente. Essa fase busca determinar se o valor da parcela é realmente compatível com o orçamento do indivíduo, assegurando, por exemplo, que o limite do cartão seja adequado.

Por fim, é importante você saber que diferentes instituições adotam políticas de crédito variáveis, algumas são mais flexíveis e outras mais cautelosas. Essa divergência é a razão pela qual um cliente pode obter aprovação na avaliação de crédito em um banco, mas ser recusado em outro.

Tipos de crédito

Abaixo, vamos detalhar cada modalidade de crédito disponível no mercado. Confira:

Crediário

O crediário é uma forma de financiamento que permite pagar por bens e serviços em parcelas mensais. Com ele, o valor da compra é dividido em prestações fixas, que incluem juros e correção monetária. Você sabe exatamente quanto vai pagar e quando cada parcela vence.

Tradicionalmente, o crediário era gerenciado através de carnês emitidos pelas lojas, mas hoje em dia muitos permitem pagamento online. Para obter o crediário, você precisa passar por uma análise de crédito, que pode ser feita pelo banco, instituição financeira ou loja.

Lembre-se de que pagar em parcelas por um longo período pode levar ao endividamento se você não controlar bem os pagamentos ou precisar do dinheiro para emergências.

Cartão de crédito

O cartão de crédito é uma forma de pagamento que funciona como um empréstimo, com um limite de crédito estabelecido pelo banco ou empresa. Ele permite que você faça compras mesmo sem ter o dinheiro na conta no momento, oferecendo a opção de pagar depois.

Você pode usar o cartão para comprar à vista ou parcelar a compra, com um prazo de até 30 dias para pagar. No final do mês, você recebe uma fatura com o total a ser pago e deve quitar o valor antes da data de vencimento.

Para obter um cartão, é necessário passar por uma análise de crédito, e o limite é definido com base na sua renda e situação financeira. Se não pagar a fatura completa, serão cobrados juros sobre o valor pendente, o que pode complicar suas finanças se não for bem gerido.

Crédito consignado

O crédito consignado é um empréstimo pessoal onde as parcelas são descontadas diretamente do salário ou benefício do INSS. Isso o torna mais seguro para os bancos, pois o pagamento é automático.

Criado para ajudar trabalhadores, servidores públicos e aposentados, esse tipo de crédito tem limites de até 35% do salário ou benefício, divididos entre 30% para o empréstimo e 5% para o cartão consignado.

As vantagens incluem taxas de juros mais baixas e prazos mais longos, mas é preciso planejar bem, já que o desconto reduz o valor disponível do seu salário ou benefício.

Financiamento

Financiamento é uma operação financeira onde uma instituição fornece recursos para que você possa realizar um investimento específico. Com ele, você adquire bens e paga em parcelas ao longo do tempo, acrescido de taxas e juros.

Normalmente, o próprio bem financiado é usado como garantia. Isso significa que, se você não conseguir pagar o financiamento, a instituição pode tomar o bem para quitar a dívida.

No Brasil, os financiamentos mais comuns são os imobiliários e automotivos, mas também existem opções para construção e reforma de imóveis, compra de equipamentos para empresas e pagamento de cursos.

Embora o financiamento seja uma ferramenta útil para alcançar objetivos e realizar sonhos, é importante escolher o tipo certo e gerenciar bem o recurso para evitar dívidas excessivas.

Leasing

Leasing, ou arrendamento mercantil, é uma operação financeira semelhante a um aluguel, mas com a opção de compra no final do contrato.

Nesse processo, uma instituição financeira compra um bem (móvel ou imóvel) e o aluga para o cliente por um período determinado, mediante pagamentos periódicos. Ao final do contrato, o cliente pode optar por renovar o contrato, devolver o bem ou comprá-lo.

Diferente do financiamento, onde o bem é seu desde o início, no leasing o bem permanece em nome da instituição durante o contrato e só passa a ser seu se você decidir comprá-lo.

Existem vários tipos de leasing, como o financeiro, operacional, back e imobiliário, cada um com suas próprias características e condições.

Saiba mais: Leasing – entenda o que é e como funciona

Penhor

Penhor é um conceito jurídico que oferece uma garantia real para uma dívida, envolvendo a entrega de um bem como segurança para o pagamento. Pode ser aplicado a objetos móveis ou a direitos, e só tem efeito quando o bem empenhado é entregue ao credor.

Quando alguém precisa de dinheiro, pode recorrer a instituições que oferecem penhor, como a Caixa Econômica Federal. A pessoa deixa um objeto (como uma joia ou um relógio) como garantia do empréstimo. Após o pagamento do valor emprestado, o objeto é devolvido ao proprietário.

Se o empréstimo não for quitado, o bem passa a pertencer ao credor, que pode optar por leiloá-lo. Uma vantagem do penhor é que ele permite obter dinheiro mesmo com um histórico de inadimplência.

Existem diferentes tipos de penhor, cada um adequado a diferentes contextos:

  • Rural: Inclui penhor pecuário (animais) e penhor agrícola (terrenos e colheitas).
  • Industrial ou Mercantil: Relacionado a dívidas de atividades comerciais.
  • Legal: Regido por normas específicas estabelecidas por lei.
  • Cedular: Garantia para cédulas de crédito negociáveis.

Crédito pessoal

O crédito pessoal, ou empréstimo pessoal, é um dinheiro que você pode pegar emprestado de bancos, fintechs ou cooperativas de crédito. O valor emprestado e os juros dependem da análise de crédito feita pela instituição.

O processo é simples: você solicita o empréstimo e, após a análise, a instituição decide se vai conceder o valor. Diferente de um financiamento, você não precisa dizer exatamente para que vai usar o dinheiro – apenas negocia as condições, como a taxa de juros e o número de parcelas.

O crédito pessoal é geralmente liberado rapidamente e a documentação necessária é mínima, como RG e CPF. Algumas instituições também pedem comprovantes de residência e renda. O limite de crédito é determinado com base na sua capacidade de pagamento e histórico financeiro.

Lembre-se de que as condições e juros podem variar de acordo com cada instituição.

Cheque especial

O cheque especial é um limite de crédito que fica disponível automaticamente na sua conta corrente, sem precisar solicitar. Ele funciona como um empréstimo de emergência, já que não requer uma nova análise de crédito para ser liberado.

Embora seja prático e ofereça acesso rápido ao dinheiro, os juros cobrados são muito altos, e é melhor usá-lo apenas em situações realmente necessárias. Assim que o seu salário é depositado, o banco desconta o valor que você usou do cheque especial.

Os juros do cheque especial variam de acordo com a avaliação do banco sobre cada cliente. Alguns bancos oferecem um período sem juros para o uso do limite, como 10 dias, mas ainda assim há a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Como contratar crédito com planejamento?

Contratar crédito de forma planejada é crucial para garantir que você esteja tomando uma decisão financeira saudável e sustentável.

  1. Avalie Suas Finanças:
    • Faça um Orçamento: Entenda suas receitas e despesas mensais para saber quanto você pode pagar confortavelmente.
    • Verifique seu Histórico de Crédito: Consulte seu histórico de crédito para conhecer sua pontuação e identificar possíveis problemas.
  2. Defina o Valor e o Tipo de Crédito Necessário:
    • Determine o Valor: Calcule quanto dinheiro você realmente precisa emprestar.
    • Escolha o Tipo de Crédito: Decida se você precisa de um empréstimo pessoal, financiamento, crédito consignado, ou outro tipo de crédito, de acordo com sua necessidade e situação.
  3. Pesquise e Compare Ofertas:
    • Compare Taxas de Juros: Pesquise as taxas de juros oferecidas por diferentes instituições financeiras.
    • Analise Condições e Termos: Verifique os prazos de pagamento, taxas adicionais, e condições do contrato.
  4. Considere o Custo Total do Crédito:
    • Calcule o Custo Total: Além dos juros, leve em conta taxas de abertura, seguros, e outros custos associados.
    • Simule Parcelas: Utilize simuladores online para ver como as parcelas vão impactar seu orçamento mensal.
  5. Leia o Contrato com Atenção:
    • Verifique Cláusulas: Leia todas as cláusulas do contrato para entender suas obrigações e direitos.
    • Confirme Condições: Certifique-se de que todas as condições acordadas estão claramente descritas.
  6. Planeje o Pagamento:
    • Estabeleça um Plano de Pagamento: Planeje como você vai pagar as parcelas, considerando seu orçamento e outras despesas.
    • Considere o Impacto no Futuro: Avalie como o pagamento do crédito afetará suas finanças a longo prazo.
  7. Solicite o Crédito:
    • Prepare a Documentação: Tenha todos os documentos necessários, como comprovantes de renda e identidade.
    • Faça a Solicitação: Complete o processo de solicitação conforme as diretrizes da instituição financeira.
  8. Gerencie o Crédito com Responsabilidade:
    • Acompanhe os Pagamentos: Mantenha-se em dia com as parcelas e evite atrasos.
    • Reavalie se Necessário: Se a sua situação financeira mudar, reavalie suas opções e considere renegociar o crédito se necessário.

Seguindo essas etapas, você pode contratar crédito de maneira mais informada e controlada, minimizando riscos e evitando problemas financeiros futuros.

O que acontece se não pagar o crédito contratado?

Se você não pagar o crédito contratado, pode enfrentar várias consequências negativas. Primeiramente, sua dívida aumentará devido aos juros e multas por atraso. Seu nome pode ser inscrito em serviços de proteção ao crédito, como SPC e Serasa, tornando mais difícil obter novos créditos.

Além disso, a inadimplência pode afetar sua pontuação de crédito e levar a ações de cobrança, que podem incluir processos judiciais. Também podem ser cobradas taxas adicionais para cobrir custos de cobrança, e, se o crédito estiver garantido por um bem, a instituição financeira pode tomar posse dele.

Para evitar esses problemas, é essencial manter os pagamentos em dia e, se você encontrar dificuldades financeiras, procurar negociar com a instituição financeira para ajustar as condições de pagamento.

Quais são as vantagens do crédito?

Uma das principais vantagens do crédito é a possibilidade de antecipar compras. Com um empréstimo, você pode adquirir bens ou serviços mesmo quando não tem o dinheiro disponível no momento.

O crédito também é útil como um recurso para situações de emergência. No entanto, é sempre bom ter uma reserva de emergência para evitar a necessidade de recorrer a empréstimos.

Além disso, o crédito pode ser uma ferramenta valiosa para aproveitar boas oportunidades de negócios ou compras que você não conseguiria fazer à vista.

Nessas situações, é importante fazer uma análise financeira cuidadosa e, se realmente for vantajoso, aproveitar a oportunidade.

E as desvantagens?

Por outro lado, antecipar o consumo com crédito vem com custos, principalmente os juros que você terá que pagar por usar dinheiro de terceiros.

Outra desvantagem é o risco de endividamento. Muitas vezes, as pessoas pegam empréstimos, têm dificuldades para pagar as parcelas e acabam se endividando mais do que planejavam.

Além disso, ao tomar crédito, seu consumo futuro fica limitado. Como você terá que pagar o crédito no futuro, isso reduz sua disponibilidade financeira para outras despesas.

Qual é a diferença entre crédito e débito?

A principal diferença entre crédito e débito está na data do pagamento. Com o crédito, você paga no futuro e pode optar por parcelar o valor. Já no débito, o pagamento é feito imediatamente na hora da compra, e não é possível parcelar.

Fontes: Provi, Santander, Serasa, Meu Bolso em dia, Sinbraf

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