American way of life: entenda esse estilo de vida


A famosa expressão “American way of life” significa “estilo de vida americano”, e faz alusão ao modelo de comportamento muito popular (e estimulado) após a Primeira Guerra Mundial. Esse modo de viver engloba o consumismo, o nacionalismo, a padronização social e a crença nos valores democráticos liberais.

Neste texto, vamos explicar com mais detalhes essa forma de viver, além dos efeitos dela na crise de 1929 e a sua influência nos hábitos dos brasileiros.

O que é o American way of life?

O “American way of life”  diz respeito ao modelo de comportamento consumista dos norte-americanos adquirido por volta do século XVIII, e que ganhou bastante força no período entre as duas guerras mundiais. Mas o ápice mesmo aconteceu durante a Guerra Fria, porque o que era apenas consumismo passou a integrar a defesa de valores democráticos liberais e a padronização social.

Até hoje, o “american way of life” é usado como parâmetro de comportamento nos Estados Unidos, mas também em outras nações ocidentais, como o Brasil.

Quais são as características do American way of life?

Antes de tudo, saiba que a felicidade é o produto vendido por esse modelo de se viver. E quem não quer ser feliz, não é mesmo? Porém, nesse contexto, as pessoas só conquistariam a felicidade se consumissem, obtivessem posses materiais. Por esse motivo, as imagens da época estampavam famílias felizes por ter comprado bens.

Dentre as várias características desse modelo de comportamento, podemos citar três principais:

  • Consumismo: funcionou como um tipo de válvula de escape para se esquecer dos horrores vividos na 1º e 2º Guerra Mundial;
  • Tecnologia: a superioridade tecnológica dos EUA, bem como do poderio do seu exército e do arsenal de guerra desenvolvido após os conflitos mundiais, contribuíram muito para esse estilo de vida;
  • Liberalismo: A ideia de self made man foi muito difundida. Ela defende que o homem é capaz de deixar a pobreza através do seu trabalho, tornando-se bem sucedido.

Como surgiu o American way of life?

Onze anos após o fim da Primeira Guerra Mundial, houve a quebra da Bolsa de Valores de New York, que marcou profundamente a vida dos americanos, principalmente dos investidores e empresários.

Esse evento levou o país à chamada Grande Depressão de 1929, quando incontáveis indústrias faliram e a taxa de desemprego aumentou drasticamente. Como consequência, grande parte da população perdeu seus empregos e todos aqueles bens materiais, além da possibilidade de consumir.

A crise não afetou apenas os EUA, mas também a economia mundial. Na Europa, para você ter uma ideia, ela atingiu fortemente a Alemanha, que já enfrentava uma reconstrução político econômica após a derrota da Primeira Guerra Mundial. Cada país decidiu por uma forma para superar a crise: a Alemanha, Itália e Portugal, por exemplo, escolheram o totalitarismo.

Nos Estados Unidos, o presidente à época, Franklin Roosevelt, optou pelo plano de contenção da crise, conhecido como New Deal. Esse plano buscava uma maneira acelerada de solucionar a crise, por isso traçou as seguintes metas:

  • Controle da economia pelo Estado;
  • O governo controlaria os preços;
  • Liberação de empréstimos;
  • Criação de postos de trabalho;
  • Salário mínimo com limite na jornada de trabalho;
  • Oferta de emprego em obras do governo.

Por fim, aplicando essas metas, Roosevelt ajudou a recuperar e reformar a economia norte-americana, além de auxiliar os inúmeros prejudicados pela Grande Depressão. Três anos mais tarde, essa política econômica foi teorizada pelo economista John Maynard Keynes em sua obra clássica “Teoria geral do emprego, do juro e da moeda”.

Efeitos da Crise de 1929 no American way of life

Antes da Crise de 1929, com a fabricação em massa, o consumo em grande escala e o crédito barato, os norte-americanos passaram a comprar muito bens, tanto os necessários, quanto os supérfluos (especialmente os supérfluos).

No entanto, toda essa prosperidade e estilo de vida foram atingidos em cheio pela Grande Depressão. As fábricas não conseguiram mais produzir como antes da quebra da Bolsa de Nova York e, por esse motivo, diversas indústrias faliram, contribuindo para o desemprego em massa.

Consequentemente, milhares de pessoas perderam seus bens adquiridos e os níveis de consumo, claro, despencaram. Além disso, a pobreza assolou grande parte da população americana, o número de pessoas vivendo nas ruas aumentaram e até mesmo o de suicídio.

Influência do American way of life no Brasil

Na América Latina, a crise favoreceu a chegada ao poder de governantes populistas e autoritários. No Brasil, o governo de Getúlio Vargas foi favorável à Política da Boa Vizinhança realizada pelos Estados Unidos. Assim, o país abriu as portas para o estilo de vida americano.

Os EUA, então, passaram a ser os primeiros exportadores de produtos domésticos para o Brasil. Produtos domésticos, marcas de carros e alimentícios vieram para o país, e os brasileiros começaram a consumi-los apenas para manter-se no padrão de comportamento da época.

É importante ressaltar que, assim como nos EUA, esses produtos eram acessíveis somente a uma parcela da sociedade. Boa parte dos brasileiros não tinha acesso a esses benefícios e, com isso, o endividamento passou a crescer, já que as pessoas queriam aderir ao american way of life.

Atualmente, esse estilo de vida faz parte do dia a dia dos brasileiros, mas não apenas no consumo de bens. Ele está presente também na cultura de massa, ou seja, na música, cinema, moda, dança e até mesmo na gastronomia, por meio dos fast-foods. 

E aí, gostou de aprender mais sobre esse estilo tão presente no dia a dia de todos? Então, aproveite e leia também esta outra matéria sobre a história do dólar americano e conheça sua importância para o mundo. Boa leitura!

Fontes: Toda matéria, Mais retorno, Educamais Brasil, Conhecimento científico e Todo estudo.

Conte-nos a sua opinião...