30 de dezembro de 2025 - por Diogo Silva
A certificação CGE vem ganhando espaço no mercado financeiro por ser um selo importante para quem deseja atuar com fundos estruturados, um segmento conhecido pela complexidade e pela necessidade de decisões técnicas muito bem embasadas. Ela demonstra que o profissional está preparado para lidar com produtos que exigem responsabilidade, profundidade analítica e domínio das regras que regem esse universo.
Se você quer entender melhor para que serve a CGE, como ela funciona e por que se tornou tão valorizada pelas gestoras, este texto vai te ajudar de forma simples e direta.
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O que é CGE?
A CGE, nesse contexto, significa Certificação de Gestores ANBIMA para Fundos Estruturados, uma credencial criada para garantir que os profissionais que administram fundos mais complexos realmente entendam o que estão fazendo.
Em vez de olhar apenas para produtos tradicionais, como fundos de renda fixa ou ações, ela foca em estruturas mais sofisticadas, como FIDCs, FIPs, FII e outros veículos que exigem análise profunda, visão estratégica e domínio das regras da indústria.
Dá para pensar na CGE como um selo de maturidade técnica. Ela mostra que o gestor sabe navegar em terrenos menos óbvios, onde há mais variáveis, riscos e responsabilidades. Quem busca essa certificação precisa demonstrar conhecimento sólido sobre legislação, governança, funcionamento dos fundos estruturados, precificação de ativos e avaliação de riscos.
É uma forma de transmitir segurança ao mercado e aos investidores, afinal, gerir estruturas complexas exige bem mais do que intuição, exige preparo, ética e capacidade analítica real.
Para que serve a certificação CGE?
A certificação CGE serve para garantir que o profissional que atua na gestão de fundos estruturados realmente tenha o conhecimento necessário para lidar com produtos mais complexos.
Funciona como uma validação de que o gestor entende profundamente as regras, os riscos e a dinâmica desses veículos, que vão muito além do básico e exigem decisões responsáveis para proteger o patrimônio dos investidores.
Isso aumenta a credibilidade diante de clientes, melhora oportunidades profissionais e fortalece o próprio setor, já que investidores se sentem mais tranquilos ao confiar seu dinheiro a alguém que comprovou sua qualificação técnica.
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O CGE possibilita que os profissionais atuem em quais profissões?
A certificação CGE permite que os profissionais atuem diretamente na gestão de fundos estruturados.
Com ela, o gestor fica habilitado a trabalhar com veículos como FIDCs, FIPs, FII e outros fundos que envolvem estruturas mais complexas, análise detalhada de riscos e decisões estratégicas que impactam o patrimônio de diversos investidores.
Dá para imaginar que o CGE abre portas para quem quer trabalhar nos bastidores do mercado, cuidando da arquitetura financeira que move grandes projetos, empresas e investidores qualificados.
O profissional certificado pode atuar como gestor de recursos, analista especializado em fundos estruturados, especialista em risco e compliance voltado para esses produtos e até assumir funções de liderança em casas de gestão que operam nesse segmento.
Como tirar a certificação CGE?
O primeiro passo é se inscrever na prova da ANBIMA. Mas, na prática, o processo vai muito além de apenas marcar uma data e pagar a taxa.
Depois da inscrição, começa a jornada de estudo em apostilas, cursos, simulados e muita revisão. É um período em que o candidato mergulha em temas como regras do mercado, funcionamento dos fundos, governança, riscos e tudo aquilo que forma a base da atuação de um gestor responsável.
No dia da prova, o objetivo é mostrar que você está pronto. Ao conquistar a pontuação necessária, a certificação é concedida e, ali, nasce uma nova etapa da carreira.
Tirar a CGE não é só passar em um exame, é provar para si mesmo e para o mercado que você está preparado para lidar com estruturas complexas e decisões que exigem maturidade e conhecimento real.
Como funciona a prova para obter a certificação?
A prova para a certificação CGE é aplicada em formato digital, com horário marcado, e reúne questões de múltipla escolha que exploram desde legislação e governança até análise de risco, estruturação de fundos, precificação de ativos e regras específicas de produtos como FIDCs, FIPs e FIIs.
É uma avaliação densa, mas construída para medir conhecimento prático e teórico de quem deseja atuar de forma responsável nesse mercado.
O tempo de prova é suficiente, mas exige foco. As questões pedem entendimento real. Quando o candidato finaliza e descobre sua aprovação, a sensação é de conquista, não só porque passou em um teste, mas porque provou que está pronto para assumir um papel de alta responsabilidade na gestão de recursos estruturados.
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Diferenças entre a CGE e a CGA?
A CGA e a CGE se diferenciam, principalmente, pelo tipo de fundo que cada uma permite gerir. A CGA é mais ampla e direcionada a quem quer trabalhar com fundos tradicionais, como renda fixa, multimercado e ações. Ela mostra que o profissional entende bem a lógica do mercado e sabe tomar decisões dentro de estruturas mais comuns.
A CGE, por outro lado, é voltada para fundos estruturados, como FIDCs, FIPs e FIIs, produtos mais complexos, que envolvem análises profundas, regras específicas e uma responsabilidade maior na hora de avaliar riscos. Enquanto a CGA abre portas para a gestão geral, a CGE te leva para o lado mais técnico e estratégico do mercado.
É obrigatório ter a certificação CGE para trabalhar com fundos estruturados?
Não, a certificação CGE não é obrigatória para trabalhar com fundos estruturados. As regras permitem que gestoras usem outras certificações ou treinamentos internos para habilitar seus profissionais, então não existe uma exigência formal que impeça alguém de atuar sem a CGE.
Mesmo assim, muitas empresas preferem quem já chega com esse selo porque ele demonstra preparo real e conhecimento técnico sobre produtos mais complexos.
Na prática, é como se a CGE fosse um cartão de visita que fala por você. Por isso, mesmo não sendo obrigatória, a certificação acaba funcionando como um diferencial que abre portas, aumenta a credibilidade e fortalece a carreira de quem quer trilhar esse caminho.
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Fontes: Suno; Top Invest; Mais Retorno; Terra Investimentos; Empiricus