Fundo exclusivo: a modalidade feita para grandes investidores

30 de julho de 2021, por Jaíne Jehniffer

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Os fundos exclusivos são um tipo de fundo de investimento diferenciado, onde as regras e alocação de recursos são determinados de acordo com o investidor do fundo. A grande diferença entre ele e os demais fundos, é que neste caso existe apenas um cotista

Dessa maneira, o funcionamento do fundo exclusivo é bem parecido com os outros fundos disponíveis no mercado. Entretanto, ele é criado apenas para atender aos objetivos de um único investidor.

A grande vantagem desses fundos é que eles são personalizados para atender aos objetivos do investidor. A desvantagem é que eles possuem altos custos de criação e manutenção.

O que são fundos exclusivos?

Os fundos exclusivos são um tipo de fundo de investimento com apenas um cotista. Em outras palavras, o fundo exclusivo é aquele criado e estruturado com foco em somente uma pessoa. Desse modo, aspectos como regras de investimento, funcionamento e política de alocação de recursos são estabelecidos segundo os objetivos do investidor.

Sendo que, a alocação de recursos pode ocorrer nas modalidades tanto de renda fixa, quanto de renda variável. Vale destacar que além da personalização, a criação de um fundo exclusivo é vantajoso para o investidor, pois possibilita o acesso a produtos financeiros mais restritos e vários benefícios.

Este tipo de fundo não é tão conhecido, pois envolve altos custos de criação e manutenção. Portanto, geralmente os investidores qualificados ou com uma alta quantia disponível para investimento é que possuem fundos exclusivos.

Vale destacar que os fundos exclusivos são diferentes dos fundos restritos e das carteiras administradas. Isso porque, um fundo exclusivo possui apenas um cotista. Por outro lado, um fundo restrito é formado por um grupo de pessoas que possuem algum tipo de vínculo.

Por fim, nas carteiras administradas o investidor contrata um gestor para administrar seu portfólio de acordo com seus objetivos. Neste caso, o investidor continua sendo pessoa física e pode aproveitar a isenção de Imposto de Renda (IR) de alguns tipos de produtos, coisa que não ocorre com os investidores de fundos exclusivos.

Como funcionam?

De maneira geral, os fundos de investimento são uma reunião de investidores que visam investir em um ativo ou setor específico.

Em contrapartida, os fundos exclusivos funcionam de maneira similar aos demais fundos, porém, eles têm apenas um investidor e não permitem a entrada de novos cotistas. A estrutura do fundo exclusivo é composta pelos seguintes participantes:

  • Investidor: É o único cotista do fundo;
  • Gestora dos recursos: É a equipe de profissionais que farão a alocação dos recursos do fundo;
  • Auditor: É o profissional que faz as auditorias das operações do fundo e avalia custos, taxas e valores movimentados;
  • Custodiante: Faz o registro, guarda e manutenção dos ativos investidos pelo fundo;
  • Administrador: Responsável pela questão operacional.

A criação de um fundo exclusivo exige um alto investimento. Geralmente essa é uma opção que faz mais sentido para as pessoas com R$ 10 milhões ou mais para investir. Sendo assim, se você tem esse valor, basta procurar por profissionais para serem responsáveis pela administração e gestão do fundo.

Além de encontrar os profissionais é preciso também registrar o fundo na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e na ANBIMA. Depois de fazer o registro e se adequar às regras de funcionamento do mercado financeiro, o fundo exclusivo estará pronto para funcionar.

Tipos de fundos exclusivos

Os fundos exclusivos podem ser divididos em dois tipos, de acordo com o nível de liberdade de movimentação dos recursos e a tributação.

1- Aberto: Nesta modalidade de fundo exclusivo o investidor pode fazer a livre movimentação de recursos do fundo. Ou seja, o investidor é livre para realizar novos aportes e resgates quando desejar.

Nesse tipo de fundo pode ser cobrado o Imposto de Renda de acordo com a tabela regressiva. Também pode ser cobrado o come-cotas em algumas situações. 

2- Fechado: Ao contrário dos fundos abertos, os fundos exclusivos fechados não permitem a livre movimentação de recursos financeiros. Desse modo, o cotista pode realizar somente dois aportes e resgates durante o ano.

Nesses fundos não ocorre o come-cotas e existe a possibilidade de amortização de capital de 12 em 12 meses. Por fim, o resgate total dos recursos do fundo pode ocorrer somente com o seu encerramento.

Vantagens

Uma das principais vantagens dos fundos exclusivos é a personalização. Como este fundo é criado exclusivamente para o investidor, o seu funcionamento e alocação de recursos será focado na realização dos objetivos financeiros pessoais do investidor.

Ou seja, a estratégia adotada, as regras e a carteira estarão alinhadas com o perfil de risco e objetivos do investidor. Outra vantagem é que o cotista pode participar ativamente da gestão do fundo. Essa é uma grande vantagem, já que nos demais tipos de fundos o gestor é o único responsável pela aplicação dos recursos e os cotistas não podem participar.

Dessa forma, os fundos exclusivos têm a vantagem de contarem com a gestão de um profissional ao mesmo tempo em que o cotista pode participar das decisões. Além disso, nas movimentações internas não é exigido o pagamento de Imposto de Renda. Logo, o capital pode ser aplicado de um ativo para outro sem custos adicionais.

Outro detalhe vantajoso, é que as cotas do fundo podem ser objeto de doação ou sucessão patrimonial. Sendo que, o fundo exclusivo pode ser também uma ferramenta de blindagem patrimonial. Dessa forma, ele pode ser usado por grandes empresários ou sócios de empresas, como uma maneira de proteger o cotista caso os donos do negócio percam seu patrimônio.

Existe ainda a vantagem de que a criação de um fundo exclusivo requer o registro de um CNPJ. Sendo assim, o investidor deixa de ser visto como pessoa física e transmite as obrigações dos seus investimentos para a pessoa jurídica do fundo.

Desvantagens

Como desvantagem temos o alto custo para a criação e manutenção do fundo. Um detalhe é que algumas taxas, como, por exemplo, a taxa de administração pode ser mais cara do que os fundos tradicionais. Existe ainda a desvantagem de que pode haver cobrança de imposto no resgate das cotas, apesar de não haver cobrança de IR nas movimentações internas.

Além disso, os fundos exclusivos têm a desvantagem da perda de isenção de IR em alguns investimentos, como, por exemplo, LCI e LCA. Isso porque esses ativos são isentos somente para pessoa física. Conheça as opções de Investimentos isentos de Imposto de Renda – Alternativas e como aplicar

Fontes: Renovainvest, Suno, Parmais e Investimento em F.