9 de setembro de 2024 - por Sidemar Castro
A demanda efetiva é um conceito macroeconômico introduzido por John Maynard Keynes. Ela representa a demanda agregada que realmente se concretiza no mercado, ou seja, a quantidade de bens e serviços que os consumidores estão dispostos e têm capacidade financeira para adquirir em um determinado período.
Diferente da demanda potencial, que considera apenas a intenção de compra, a demanda efetiva leva em conta a capacidade de pagamento dos consumidores. Esse conceito é fundamental para entender as flutuações econômicas e a dinâmica entre oferta e demanda.
Continue a leitura e entenda como funciona!
O que é a demanda efetiva?
Ela é um conceito econômico fundamental, introduzido por John Maynard Keynes em sua obra A Teoria Geral do Emprego, do Juro e do Dinheiro (1936). Este conceito refere-se à parte da demanda agregada que se concretiza na aquisição de bens e serviços, ou seja, é a demanda que possui capacidade de pagamento, diferenciando-se da procura potencial que não necessariamente resulta em compras efetivas.
Em termos simplificados, é o ponto em que a oferta agregada de um mercado se iguala à demanda agregada. Isso significa que é a situação em que os empresários estão dispostos a oferecer um determinado volume de empregos e produção com base nas expectativas de vendas que possuem.
A teoria de Keynes contrasta com a visão clássica da economia, que sugere que “a oferta cria sua própria demanda” (Lei de Say), propondo que o equilíbrio econômico é mais influenciado pela demanda efetiva do que pela interação entre oferta e demanda.
Princípio da Demanda Efetiva
Esse princípio afirma que o nível de atividade econômica (produto agregado e emprego) é determinado pela demanda efetiva. Assim, flutuações podem levar a variações significativas na produção e no emprego, especialmente em contextos de crise econômica.
Keynes argumentou que a expectativa dos empresários sobre a demanda futura influencia diretamente suas decisões de investimento e, consequentemente, o nível de emprego.
Implicações Macroeconômicas
A demanda efetiva é importante para entender as dinâmicas do capitalismo e as crises econômicas. Durante períodos de baixa, pode ocorrer subemprego e superprodução, resultando em crises econômicas.
Portanto, políticas que incentivem o aumento da demanda, como gastos públicos e estímulos ao consumo, são vistas como essenciais para a recuperação econômica.
Como a demanda efetiva funciona?
Ela funciona com base na expectativa de vendas. Isto é, os empresários decidem o nível de produção com base na quantidade que esperam vender. Se a expectativa de vendas é alta, eles produzem mais e contratam mais trabalhadores.
O nível de emprego é diretamente influenciado. Quando a demanda efetiva é alta, mais empregos são criados, e vice-versa.
Keynes argumentava que, em tempos de crise, o governo deve intervir para aumentar a demanda efetiva, por exemplo, através de investimentos públicos, para estimular a economia e reduzir o desemprego.
A teoria da demanda efetiva é crucial para entender como as expectativas dos empresários sobre vendas futuras influenciam a produção e o emprego. Ela também destaca a importância da intervenção governamental em momentos de crise econômica para equilibrar a oferta e a demanda no mercado.
Como surgiu o conceito da demanda efetiva?
O conceito surgiu no contexto da Crise de 1929, um dos períodos mais complexos enfrentados pela economia capitalista. Suas raízes estão relacionadas a esse evento marcante da história econômica.
A teoria da demanda efetiva foi desenvolvida pelo economista John Maynard Keynes em sua obra “A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, publicada em 1936. A ideia da demanda efetiva foi introduzida por Keynes já no capítulo 3 de seu livro, onde ele expôs os fundamentos de sua visão sobre o funcionamento do sistema capitalista.
A demanda efetiva foi definida por ele como o ponto onde a oferta agregada é exatamente igual à demanda agregada em um determinado mercado. Em outras palavras, trata-se da demanda de bens e serviços para a qual existe capacidade de pagamento, ou seja, a demanda solvável.
A demanda agregada é representada pela renda que se espera que o empresário receba ao ofertar determinado volume de emprego. Por outro lado, a oferta agregada é a renda necessária para que o empresário ofereça certa quantidade de trabalho.
Portanto, está mais associada à oferta decidida pelo empresário do que à demanda social real ou realizada.
Nos salários
De acordo com Keynes, o nível de produto agregado e de renda é determinado pelo nível da demanda efetiva da economia, em contraste com a Lei de Say (veja mais abaixo), que afirma que “a oferta cria sua própria demanda”. O princípio da demanda efetiva estabelece que o nível de produção é escolhido pelo empresário com base na quantidade que ele espera vender, o que contraria a visão clássica.
Portanto, uma redução dos salários não seria suficiente para reduzir o desemprego, pois este só seria diminuído se uma maior renda pela produção fosse esperada pelos empresários. O princípio da demanda efetiva é visto como uma espécie de “antilei” em oposição à Lei de Say, argumentando que o gasto cria seu próprio rendimento.
- Leia mais: Já que aprendeu sobre demanda efetivoa, aprenda agora sobre seu oposto, a Lei de Say: o que é e como funciona?
Fontes: Mais Retorno, Suno, Capital Research