Keynesianismo: o que é e quais são suas características?

11 de outubro de 2023, por Sidemar Castro

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O Keynesianismo é uma teoria econômica que surgiu na década de 30 do século XX e foi elaborada pelo economista britânico John Maynard Keynes.

A teoria defende a intervenção do Estado na organização econômica de um país, com o objetivo de garantir o equilíbrio econômico e o emprego. O pensamento keynesiano afirma que o Estado deve oferecer benefícios sociais aos trabalhadores, e que tem deveres a cumprir para com seus cidadãos.

Portanto, o Keynesianismo é oposto ao liberalismo econômico, que sustenta que a economia deve ser regulada pelo mercado.

O que é o keynesianismo?

O Keynesianismo, também chamado de Escola ou Teoria Keynesiana, é uma teoria político-econômica que defende a intervenção do Estado na organização econômica de um país. O pensamento keynesiano afirma que o Estado deve oferecer benefícios sociais aos trabalhadores, como seguro de saúde, seguro-desemprego, salário mínimo, férias remuneradas, dentre outros.

Essa teoria surgiu na década de 30 do séc. XX e recebe esse nome por ter sido elaborado pelo economista britânico John Maynard Keynes (1883-1946). Sua teoria econômica foi exposta na obra “Teoria geral do emprego, do juro e da moeda”, publicada em 1936.

A teoria Keynesiana aparece num momento em que o sistema capitalista e liberal passava por crises de produção e desemprego. Assim, Keynes propôs algo que os governos não haviam tentado até o momento: a regulação da economia pelo Estado.

Keynes argumenta que o mercado não é capaz de se regular por si mesmo e que o Estado deveria participar na economia através de investimentos, empresas e regulando o comércio. Como exemplo, citamos o “New Deal” (Novo Acordo), implantado de 1933 a 1937, pelo governo do presidente estadunidense Franklin Roosevelt.

O Keynesianismo econômico é oposto aos ideais do liberalismo econômico e do neoliberalismo, que prezam pela iniciativa individual e a não intervenção do Estado no mercado.

Como essa teoria surgiu?

A teoria Keynesiana surgiu durante a Grande Depressão, um período de severa crise econômica global que durou de 1929 a 1939. Durante esse tempo, muitos países experimentaram altas taxas de desemprego e deflação.

John Maynard Keynes, um economista britânico, propôs uma nova teoria econômica em sua obra “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, publicada em 1936. Ele argumentou que o livre mercado não era capaz de se autorregular para alcançar o pleno emprego e que a intervenção do governo era necessária para estimular a demanda agregada.

Keynes acreditava que o governo poderia influenciar a economia através da política fiscal (alterando os níveis de gastos governamentais e impostos) e da política monetária (controlando a oferta de dinheiro e as taxas de juros). Ele defendia que o governo deveria gastar mais durante uma recessão para estimular a demanda e reduzir o desemprego.

A teoria Keynesiana foi adotada por muitos governos ao redor do mundo para combater os efeitos da Grande Depressão. Por exemplo, o presidente dos EUA, Franklin D. Roosevelt, implementou uma série de programas e políticas conhecidos como “New Deal” para revitalizar a economia americana.

Desde então, o Keynesianismo tem sido uma influência importante na política econômica e continua a ser uma teoria econômica importante até hoje.

Quais são as principais características do keynesianismo?

As principais características do Keynesianismo são:

Oposição aos ideais liberais e neoliberais

O Keynesianismo se opõe à ideia de que os mercados podem se regular sem a intervenção do Estado.

Protecionismo de mercado e equilíbrio econômico

Keynes defendia que o Estado deveria proteger a economia doméstica e buscar o equilíbrio econômico.

Investimento de capital por parte do governo

Keynes acreditava que o governo deveria investir em infraestrutura e outros projetos para estimular a economia.

Redução da taxa de juros

Para incentivar o investimento e o consumo, Keynes defendia a redução das taxas de juros.

Equilíbrio entre a demanda e a produção

Keynes argumentava que o governo deveria intervir para garantir um equilíbrio entre a demanda dos consumidores e a produção das empresas.

Intervenção estatal na economia

Keynes defendia uma forte intervenção do Estado na economia, incluindo a regulação do comércio e o controle sobre as taxas de juros.

Garantia de pleno emprego

Keynes acreditava que o governo deveria intervir para garantir o pleno emprego, por exemplo, através de políticas de gastos públicos.

Benefícios sociais

O Estado deve oferecer benefícios sociais aos trabalhadores, como seguro de saúde, seguro-desemprego, salário mínimo, férias remuneradas, dentre outros.

Críticas ao keynesianismo

Há várias críticas à teoria Keynesiana. Uma das principais se relaciona com a dificuldade de manter uma demanda artificial ao longo de um período prolongado, uma vez que isso resulta em déficits no orçamento governamental.

Além disso, muitos autores criticam a doutrina de Keynes, rotulando-a como “socialista”. É importante ressaltar que, embora seja contrária ao sistema liberal, a teoria de John Keynes nunca abraçou a estatização da economia, mas sim a participação do Estado para atender às necessidades que o setor privado não conseguia suprir.

Quem formulou o keynesianismo?

John Maynard Keynes foi o economista que formulou o keynesianismo. Ele nasceu em Cambridge, Inglaterra, no dia 5 de junho de 1883. Filho do economista John Neville Keynes, ele foi educado em um colégio em Elton e no King’s College da Universidade de Cambridge. Em 1905, ele se formou em Matemática, recebendo orientação do professor e economista Alfred Marshall, que o aproximou cada vez mais dos temas ligados à economia.

Em 1906, Keynes seguiu para a Índia onde trabalhou no serviço administrativo britânico por dois anos. Essa experiência resultou na publicação de seu primeiro livro sobre economia “Indian Currency and Finance” (1913). Em 1909, ele foi nomeado professor de economia no King’s College de Cambridge, onde permaneceu até 1915.

Após sair de Cambridge, Keynes foi designado para trabalhar no Tesouro Britânico, com a missão de preparar a delegação do país que seria enviada para negociar no Tratado de Versalhes depois da derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Por não concordar com as duras condições impostas aos vencidos, demitiu-se do cargo e em seguida publicou “As Consequências Econômicas da Paz” (1919), para argumentar que tais condições seriam impossíveis de se cumprir e levaria à ruína econômica da Alemanha, com graves consequências para o resto do mundo.

Em 1936, Keynes lançou sua obra mais decisiva “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, com a qual deu uma resposta definitiva à grave depressão econômica desencadeada em todo o mundo a partir da grande depressão da Bolsa de Nova Iorque em 1929. Ele defendeu a importância da demanda agregada por bens e serviços como motor do crescimento econômico e do emprego. Para Keynes, o desemprego originado não podia ser remediado unicamente com medidas monetárias. A debilidade do consumo privado só poderia ser remediada incrementando o gasto público em períodos de recessão.

Diferenças entre o keynesianismo, liberalismo e neoliberalismo

O Keynesianismo, o Liberalismo e o Neoliberalismo são doutrinas econômicas que divergem a respeito do papel do estado na economia.

Keynesianismo

O Keynesianismo, doutrina econômica elaborada por John Maynard Keynes na década de 1930, sustenta a tese de que o Estado deve intervir na economia dentro do contexto do mercado capitalista, o que representa uma profunda contraposição ao pensamento neoliberal.

Essa intervenção estatal tem como objetivo assegurar o pleno emprego, controlar a inflação e, acima de tudo, promover o equilíbrio social, especialmente durante crises econômicas, a fim de possibilitar o desenvolvimento econômico.

Liberalismo

O Liberalismo, baseado nas ideias de Adam Smith, defende que o mercado é capaz de se autorregular, pois é regido pela lei da oferta e da procura. A ideia principal é a defesa do fim dos monopólios protegidos pelo Estado em prejuízo da iniciativa privada.

Neoliberalismo

O Neoliberalismo é uma espécie de versão renovada do liberalismo e defende a privatização de empresas estatais e a abertura econômica de forma que haja uma livre circulação de capitais internacionais.

Ele surgiu em defesa do Estado mínimo, em defesa de uma sociedade praticamente sem Estado. Todo poder econômico, como produção de riquezas controladas pela iniciativa privada, sendo o Estado o mercado. A Escola de Chicago foi uma das suas principais defensoras.

Fontes: Educa Mais Brasil, Toda Matéria, Politize, Brasil Escola, Suno, Mundo Educação, Infomoney