28 de outubro de 2025 - por Sidemar Castro
As ações são a representação da propriedade: são porções do capital social de uma empresa que te garantem o título de sócio. É um investimento com uma base sólida e um olhar para o futuro. Já as opções têm uma natureza contratual e são derivativas, conferindo ao titular o direito (mas nunca a obrigação) de realizar a compra ou a venda de um ativo (normalmente ações) por um preço definido, em uma data futura.
Essa característica as torna ideais para quem busca estratégias mais sofisticadas e rápidas, como a alavancagem, a proteção de capital ou a pura especulação no curto prazo. O contraste entre ações e opções é o tema do nosso próximo artigo.
Leia mais: Como começar a investir o seu dinheiro: Guia de investimento para iniciantes
O que são ações?
Ações são pedaços de empresas que você pode comprar e, com isso, se tornar sócio.
Sabe quando você vê aquelas notícias sobre empresas bombando na bolsa? Pois é, isso tem tudo a ver com ações. Elas são como pequenos pedaços de uma empresa que qualquer pessoa pode comprar.
Quando você compra uma ação, está apostando que aquela empresa vai crescer e se valorizar. Se isso acontecer, sua ação também vale mais. E tem mais: algumas empresas dividem parte do lucro com os acionistas.
Então, além de ver seu investimento crescer, você pode ganhar uma graninha extra. É como plantar uma semente e colher frutos com o tempo.
Saiba mais: O que são ações, quais os tipos e como funcionam?
Como funciona e característica das ações?
Quando você compra uma ação, você está adquirindo uma parte de uma empresa: vira sócio, ainda que de uma pequena fração. Isso significa que, se a empresa vai bem, seus resultados podem refletir no valor da ação, e você pode receber parte dos lucros na forma de dividendos.
As ações são negociadas na bolsa (ou mercados organizados), onde compradores e vendedores trocam esses papéis a preços que variam todo o tempo: essa variação reflete expectativas, resultados da empresa, contexto econômico etc.
Algumas características centrais das ações: elas não têm prazo de validade (você pode mantê-las o quanto quiser), oferecem liquidez (você pode vendê-las caso haja demanda), e podem trazer direitos como voto em assembleias ou participação nos lucros, dependendo da classe da ação (ordinária, preferencial etc.).
Também têm riscos: se a empresa não for bem, o valor pode cair muito ou até quase zerar.
O que são opções?
Se você já investiu em ações, sabe que ao comprar uma parte de empresa você espera que ela cresça, pague dividendos ou fique mais valiosa com o tempo. Agora, se você compra uma opção, o cenário muda: você não compra a empresa, compra apenas um contrato que te dá o direito de comprar ou vender a ação por um preço fixo até uma data.
Esse contrato de opção deriva de outro ativo, ou seja, ele “pende” de algo que já existe (uma ação, índice etc.). E tem prazo. Enquanto a ação que você comprou pode simplesmente ficar com você indefinidamente, a opção tem uma data em que expira. Se até lá não se realizar a condição que você espera (por exemplo, a ação subir bastante para que sua “call” venha a valer a pena), a opção pode ficar basicamente sem valor.
Logo, operar com opções pode dar lucros grandes, mas também exige mais cuidado com o momento, o prazo, a volatilidade. Pode servir tanto para especular quanto para proteger uma carteira de ações que você já possui.
Como funciona e característica das opções?
Vamos uspor que você queira comprar um tênis que custa 300 reais, mas acha que ele vai subir de preço. A loja te oferece um “vale” que te garante o direito de comprar esse tênis por 300 reais até o fim do mês.
Se o preço subir para 400, você usa o vale e economiza. Se o preço cair, você ignora o vale e compra mais barato.
No mercado financeiro, esse “vale” é a opção. Ela serve pra você se proteger de oscilações ou tentar ganhar dinheiro com a variação dos preços das ações. Mas atenção: opções têm prazo de validade e podem virar pó se você não usá-las a tempo.
Entenda: Saiba como funciona o mercado de ações e a bolsa de valores
Quais as diferenças entre ações e opções?
A principal distinção reside no que você está comprando e no horizonte de tempo.
Com as ações, você está olhando para o longo prazo. Você compra o papel porque acredita no futuro daquela companhia e espera que ela cresça e te remunere por ser sócio. O risco existe, claro, porque o valor pode cair, mas teoricamente a empresa pode se recuperar, e você continua sendo dono do ativo. É uma aposta na solidez e evolução do negócio.
No universo das opções, o jogo é outro e o curto prazo domina. Você está comprando um direito com data de vencimento. É como se você tivesse um tempo limitado para decidir se vale a pena exercer aquele direito de compra ou venda.
Por conta dessa limitação de tempo e da forma como são negociadas (com alavancagem), as opções têm um risco muito mais alto. Se a sua “aposta” não se concretizar até o vencimento, você pode perder todo o valor que pagou pelo contrato, que no jargão do mercado chamamos de “prêmio”.
Conheça também: Opções flexíveis: o que são e como funcionam?
Ações ou opções: qual escolher?
Quando comparamos ação e opção, temos que olhar para características diferentes:
- A ação representa uma participação no capital social de uma empresa. Você vira acionista.
- A opção é um derivativo: você paga um prêmio para ter direito de comprar (call) ou vender (put) uma ação a preço fixado até data determinada.
Então, qual escolher? Depende do seu perfil: se você busca algo de longo prazo, com menor complexidade, está confortável com oscilações, mas quer participar dos lucros da empresa, as ações são mais naturais.
Já se você aceita trabalhar com prazos, com mais variáveis (como vencimento, volatilidade, preço de exercício), e mesmo arriscar perder todo o valor pago pelo prêmio, as opções podem fazer sentido como parte da estratégia.
Importante: com opções, a perda máxima para o comprador é o prêmio pago, mas para quem “lança” a opção, o risco pode ser muito maior. Então, se você não domina bem o assunto ou não acompanha o mercado de perto, começar por ações pode ser uma escolha mais prudente.
Leia mais: Análise de ações: o que é, quais são os tipos e como fazer?
Fontes: Invius, Educba, Trademap, Melver.