Inadimplência: o que é, causas, tipos e como evitar

Descubra o que é inadimplência, como ela afeta a vida financeira e quais os impactos de não cumprir com os pagamentos no prazo.

28 de julho de 2025 - por Millena Santos


A inadimplência acontece quando uma pessoa ou empresa deixa de pagar uma conta, parcela ou qualquer outro compromisso financeiro dentro do prazo combinado. Embora pareça simples, a inadimplência pode trazer uma série de consequências, tanto para quem deve quanto para quem está esperando o pagamento.

Neste texto, a gente vai te explicar quais são os tipos de inadimplência e dicas para fugir desse problemão. Vamos lá?

O que é inadimplência?

Inadimplência é quando uma empresa ou um cliente, por exemplo, não consegue pagar uma dívida ou compromisso financeiro dentro do prazo que foi combinado.

As causas para isso são muitas, como imprevistos no orçamento, desemprego, falta de planejamento ou até por esquecimento.

O problema é que, quando o pagamento não é feito no tempo certo, há cobranças extras, juros e até impacto no crédito, tanto do consumidor quanto da empresa.

Causas da inadimplência

Infelizmente, todo mundo está sujeito a passar por imprevistos ao longo da vida, seja por uma emergência de saúde, um problema no trabalho ou algum gasto inesperado. Por isso, ter um planejamento faz toda a diferença. Afinal, isso ajuda a reduzir os impactos que essas situações podem causar, especialmente quando o assunto é dinheiro.

Diante disso, quando esse cuidado com as finanças não existe, a inadimplência acaba se tornando uma consequência bem comum na vida de muitas pessoas. Entre os principais motivos que levam ao atraso nos pagamentos, a falta de controle sobre o que entra e o que sai é um dos primeiros a aparecer.

Sem organização, fica muito mais fácil perder a noção dos gastos e comprometer mais do que o orçamento aguenta. Concorda com a gente?

Outro fator que pesa bastante nessa “balança”, digamos assim, é o desemprego. A perda repentina da fonte de renda compromete todo o planejamento e torna difícil manter em dia os compromissos financeiros assumidos anteriormente.

Também vale destacar a compra para terceiros, que muitas vezes acontece por impulso ou com boa intenção. Quando alguém assume uma dívida para ajudar outra pessoa, seja um parente, amigo ou conhecido, corre o risco de ficar com o prejuízo se o acordo não for cumprido como o esperado. Só quem passou por isso sabe o sufoco que é.

Por fim, ainda vale lembrar das despesas inesperadas, como emergências médicas ou qualquer outro gasto que foge do comum, têm o poder de desestabilizar até quem costuma ter mais controle.

Dessa forma, se não houver uma reserva financeira preparada para esse tipo de situação, o risco de inadimplência aumenta consideravelmente.

Tipos de inadimplência

1- Devedor desorganizado

Esse perfil de devedor costuma atrasar pagamentos com frequência, mas não por má intenção, e sim por pura falta de organização. É aquele tipo de pessoa que esquece a data do vencimento, perde boletos ou simplesmente não mantém um controle, considerado básico, sobre as finanças.

Apesar disso, costuma quitar as dívidas assim que percebe o erro ou recebe uma cobrança. Por isso, não é um perfil que costuma gerar grandes preocupações para os credores.

2- Devedor ocasional

Diferente do primeiro, o devedor ocasional normalmente tem um bom controle financeiro e não costuma atrasar pagamentos. No entanto, pode passar por alguma situação fora do comum, como um imprevisto de saúde, um problema no carro ou até mesmo o simples esquecimento de um vencimento.

Nesses casos, é claro, a inadimplência acontece de forma pontual e, geralmente, o pagamento da dívida não costuma atrasar.

3- Devedor negligente

Já esse tipo de devedor vive sem planejamento e, por isso, vai acumulando dívidas ao longo do tempo. Diferente do desorganizado, que apenas se atrapalha, o negligente não se preocupa em controlar o orçamento ou acompanhar as datas de vencimento.

Muitas vezes, ignora os avisos e continua fazendo novas dívidas, mesmo sem ter quitado as anteriores. Um bom exemplo é a pessoa que atrasa o aluguel, deixa contas básicas em aberto e continua usando o cartão de crédito sem saber certinho quanto já gastou.

4- Mau pagador

O mais temido, e o que, com certeza, mais preocupa os credores. O mau pagador tem histórico de inadimplência prolongada e demonstra pouco ou nenhum interesse em regularizar a situação.

Em muitos casos, mesmo com diversas oportunidades de negociação, não dá retorno ou evita qualquer tipo de contato. Além disso, esse comportamento se repete com diferentes credores, o que prejudica bastante sua credibilidade no mercado.

Impactos e consequências da inadimplência

1- Redução do score de crédito

A inadimplência afeta diretamente o score de crédito, que é uma pontuação usada pelas instituições financeiras para avaliar o perfil de pagamento de uma pessoa.

Como esse número é calculado com base no histórico de dívidas, atrasos e regularidade dos pagamentos, deixar de cumprir com obrigações financeiras acaba diminuindo a pontuação. E quanto mais baixo o score, menores são as chances de conseguir crédito no mercado.

2- Dificuldade para obter crédito

Quando há registros de inadimplência, as empresas passam a ver o consumidor como alguém de risco. Isso significa que pode ficar mais difícil conseguir empréstimos, financiamentos ou até mesmo fazer compras parceladas.

Em alguns casos, mesmo que o crédito seja aprovado, as condições oferecidas tendem a ser menos vantajosas, com juros mais altos ou exigência de garantias.

3- Prejuízos financeiros

Juros, multas e correções vão se acumulando com o tempo, o que pode transformar um valor pequeno em um grande problema financeiro. Essa bola de neve pode acabar comprometendo o orçamento e dificultando ainda mais a quitação da dívida.

4- Nome negativado

Infelizmente, quando a inadimplência se prolonga, o nome do devedor pode ser incluído em cadastros de restrição ao crédito, como o SPC ou Serasa. Isso dificulta desde contratar serviços até participar de compras a prazo.

Vale lembrar que estar com o nome negativado também dificulta negociações, já que muitos credores exigem regularização antes de liberar novas condições.

5- Penhora de bens

Em situações um pouco mais sérias, quando a dívida vai para a Justiça, o devedor pode sofrer a penhora de bens como forma de garantir o pagamento. Isso pode incluir imóveis, veículos e até parte do salário, dependendo do tipo da dívida e da decisão judicial.

6- Impactos físicos e psicológicos

Por fim, a inadimplência não pesa só no bolso. A preocupação com as dívidas pode gerar estresse, ansiedade, dificuldade para dormir e até problemas de saúde.

Essa carga emocional afeta a qualidade de vida e interfere em outras áreas, como o trabalho e os relacionamentos. Logo, cuidar das finanças também é uma forma de cuidar do próprio bem-estar.

Qual é a diferença entre dívida e inadimplência?

Embora muitas vezes sejam usadas como sinônimos, dívida e inadimplência são coisas diferentes.

A dívida é o compromisso financeiro que se assume. Sempre que se faz uma compra parcelada, um financiamento ou pega um empréstimo, uma dívida é criada.

Isso não significa que há algo errado, é apenas uma obrigação que precisa ser quitada dentro de um prazo combinado.

Já a inadimplência acontece quando esse pagamento deixa de ser feito no tempo certo. Ou seja, quando a dívida não é paga até a data de vencimento e o atraso começa a gerar consequências, como juros, multas entre outros problemas.

Diante disso, ao financiar um carro em 36 parcelas, cria-se uma dívida. Enquanto essas parcelas estão sendo pagas em dia, tudo segue dentro do que foi combinado.

Porém, se uma ou mais parcelas deixarem de ser pagas no prazo, aí sim a gente consegue falar em situação de inadimplência.

Inadimplência no Brasil

O número de inadimplentes no Brasil é muito preocupante. Segundo levantamento do Serasa divulgado em junho de 2025, o país registrou 77,8 milhões de pessoas com dívidas em atraso.

Esse total marca um crescimento de 1,1% em relação ao mês anterior, demonstrando que muitas famílias e empresas ainda enfrentam dificuldades para retomar o controle financeiro.

O recorte por faixa etária chama atenção: pessoas entre 41 e 60 anos representam 35,2% do total de inadimplentes.

Segundo o Serasa, o volume médio das dívidas nessa faixa etária gira em torno de R$ 4.200 por pessoa, sendo as principais fontes de inadimplência os setores bancário, varejista e de serviços essenciais.

Como prevenir a inadimplência?

1- Pague as contas em dia

Manter as contas em dia é uma das formas mais eficazes de evitar a inadimplência. Para isso, você pode usar estratégias simples, como configurar alertas no celular, agendar pagamentos no banco ou até manter um caderno ou app de controle.

2- Tenha um controle financeiro

Organizar o orçamento é muito importante para entender quanto se ganha, quanto se gasta e onde é possível economizar.

Usar uma planilha ou aplicativo de finanças pode ajudar bastante a saber quais são os compromissos mensais, controlar os pagamentos futuros e acompanhar de perto os hábitos de consumo.

3- Crie uma reserva de emergência

Ter um valor guardado para imprevistos é um dos pilares fundamentais de uma vida financeira mais tranquila. A reserva de emergência serve justamente para aquelas situações inesperadas.

4- Reavalie e corte gastos desnecessários

Olhar com atenção para onde o dinheiro está indo pode revelar oportunidades de economia. Às vezes, pequenos gastos recorrentes e desnecessários comprometem o orçamento mais do que se imagina.

Como sair da inadimplência?

Mas, calma. Afinal, nem tudo está perdido, viu? Com um bom planejamento, você pode lidar com a inadimplência e se organizar. Confira as nossas dicas:

1- Negocie suas dívidas

O primeiro passo é procurar o credor para tentar um acordo. Muitas empresas estão abertas a renegociar valores, parcelar dívidas ou até conceder descontos para pagamentos à vista.

Nesses casos, o ideal é propor condições que realmente caibam no orçamento, sem comprometer outras despesas essenciais. Não adianta fechar um acordo que vai gerar outro atraso lá na frente. Certo?

2- Use o crédito com responsabilidade

Depois de negociar, é importante mudar a forma de lidar com o crédito. Evitar parcelamentos desnecessários, controlar o uso do cartão e não assumir novos compromissos sem planejamento são atitudes que ajudam a não cair novamente na inadimplência.

3- Tenha uma reserva financeira

A gente já falou, mas não custa lembrar. Montar uma reserva de emergência é fundamental para quem quer evitar surpresas desagradáveis no futuro.

Esse valor guardado serve como uma rede de proteção para imprevistos, evitando que seja necessário recorrer a empréstimos ou atrasar contas diante de qualquer aperto.

4- Controle seus gastos

Por último, mas não menos importante, é essencial entender exatamente quanto entra e quanto sai todo mês. Ter clareza sobre os gastos ajuda a identificar excessos, fazer ajustes entre outras coisas. Esse controle também é o que vai permitir manter os pagamentos em dia.

Agora que você sabe um pouco mais sbre inadimplência, que tal ler também: Qual a diferença entre SPC e Serasa?

Fonte: SPC Brasil, Serasa, Blog Nubank.

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