Índice de Ações com Tag long Diferenciado(ITAG): o que é?

ITAG é um índice da B3 com ações de empresas que oferecem maior proteção a acionistas minoritários na venda do controle societário. Leia!

5 de setembro de 2025 - por Sidemar Castro


O Índice de Ações com Tag Along Diferenciado (ITAG) é um índice da bolsa brasileira que destaca empresas que tratam bem seus acionistas minoritários, garantindo a eles o direito de vender suas ações por um valor justo caso a companhia seja vendida. Ele serve como um medidor da governança corporativa, reunindo empresas que prezam pela transparência e pelo respeito ao investidor.

Se você quer entender melhor como esse índice funciona e por que ele importa, vale a pena conferir o conteúdo completo. Leia!

Saiba mais: O que é acionista minoritário? Conheça seus direitos e vantagens

O que é o Índice de Ações com Tag Along Diferenciado(ITAG)?

Se você quiser conhecer empresas que tratam os acionistas minoritários com respeito, vale dar uma olhada no ITAG. Esse índice seleciona ações e unidades que oferecem um tag along diferenciado, no caso das ações ordinárias, sempre acima dos 80% exigidos por lei, e nas preferenciais, fica por conta da política de cada empresa.

A ideia é simples: se o controle mudar de mãos, todo mundo vende junto e não fica no prejuízo, ou pelo menos num valor bem parecido.

Além disso, o ITAG não mede só preço, ele reflete também os dividendos, compondo um índice de retorno total, o que ajuda você a ver o resultado real de investimento, e não só o bate-volta do mercado. É uma referência para quem valoriza governança, transparência e quer investir sabendo que está em boas mãos.

Para que serve o índice ITAG?

O ITAG serve como uma espécie de indicador para quem investe na bolsa brasileira com foco em segurança e governança. Ele reúne empresas que oferecem condições mais vantajosas de tag along, ou seja, aquelas que protegem melhor os acionistas minoritários em caso de venda do controle da companhia.

Quando uma empresa entra nesse índice, isso sinaliza que ela valoriza práticas éticas, transparência e respeito ao investidor.

Embora não seja possível investir diretamente no ITAG, ele funciona como um guia: ao acompanhar sua composição, o investidor pode identificar empresas sólidas, com boa reputação e maior compromisso com seus acionistas. É uma ferramenta útil para quem quer montar uma carteira mais protegida e alinhada com boas práticas de mercado.

Qual a composição do ITAG?

1) Empresas que jogam limpo

O ITAG só aceita empresas que estão na B3 e que não estejam envolvidas em confusões como recuperação judicial ou intervenção. É como montar um time só com jogadores que estão em plena forma e com o contrato em dia.

2) Ações que respeitam o investidor

Para entrar no índice, a empresa precisa oferecer pelo menos 80% de tag along nas ações ordinárias. Isso é como dizer: “Se eu for vendida, você, pequeno investidor, não vai ficar para trás.” No caso das preferenciais e das units, o percentual pode variar, mas o compromisso com o investidor precisa estar lá.

3) Ativos que aparecem no jogo

Não adianta ter ações que ninguém negocia. Para estar no ITAG, os papéis precisam ter presença em pelo menos 30% dos pregões das últimas três carteiras. É como garantir que o jogador está realmente em campo e não só no banco de reservas.

4) Nada de empresas em apuros

Se a companhia está em situação especial, como intervenção ou administração temporária, ela não entra. O índice quer estabilidade, não drama corporativo.

5) Equilíbrio na balança

Nenhuma empresa pode dominar o índice. Existe um limite de 20% para o peso de cada ativo, e se passar disso, a B3 ajusta. É como montar uma banda onde ninguém pode tocar mais alto que os outros.

6) Os setores que ditam o ritmo

Bancos, mineração, petróleo, comércio e serviços financeiros são os setores que mais pesam no ITAG. Eles são os que mais influenciam o desempenho do índice, como os instrumentos principais de uma orquestra.

7) As estrelas da carteira

Vale, Itaú, Petrobras, B3, Bradesco e Magazine Luiza são alguns dos nomes que brilham no ITAG. Juntas, essas empresas representam quase metade do índice, mostrando que governança e respeito ao investidor também podem andar lado a lado com relevância no mercado.

Entenda mais: Ações ordinárias, o que são? Definição, características e como investir

Tem como investir no ITAG?

Se você está pensando em investir no ITAG como quem compra uma ação ou um fundo, a resposta é: não dá para investir diretamente nele.

O ITAG é como um selo de qualidade que aponta quais empresas tratam bem seus acionistas minoritários, mas ele não é um produto financeiro negociável. Não existe, por exemplo, um ETF que siga esse índice, como acontece com o Ibovespa ou o ISE.

Mas isso não quer dizer que ele não possa te ajudar a investir melhor. O ITAG funciona como um mapa: ele mostra quais empresas oferecem boas práticas de governança e proteção em caso de venda do controle.

Se você quer montar uma carteira mais segura e ética, pode usar o ITAG como guia. Basta olhar quais ações estão no índice e escolher aquelas que fazem sentido para você.

Importância do ITAG

Você está montando sua carteira de ações e quer evitar aquelas empresas que mudam de dono da noite para o dia, deixando os pequenos investidores no escuro. O ITAG entra como um farol nesse mar de incertezas. Ele destaca as companhias que oferecem um tratamento mais justo aos acionistas minoritários, especialmente em momentos delicados como a venda do controle da empresa.

Mas o ITAG não é só sobre proteção. Ele também aponta para empresas que têm um compromisso real com boas práticas de mercado. Transparência, ética, responsabilidade corporativa, tudo isso está embutido nas companhias que fazem parte do índice. E como ele considera não só a valorização das ações, mas também os dividendos pagos, o investidor ganha uma visão mais completa do retorno potencial.

A grande sacada do ITAG é que ele ajuda você a investir com mais consciência. Em vez de seguir modismos ou apostas arriscadas, você pode usar esse índice como referência para escolher empresas que respeitam quem está do outro lado da tela: você. E isso, convenhamos, faz toda a diferença.

Histórico do ITAG

A história do ITAG começa lá em 2003, num momento em que o mercado brasileiro começava a olhar com mais carinho para os investidores minoritários. Até então, quem não tinha poder de decisão dentro das empresas ficava vulnerável em situações como fusões ou vendas de controle. Foi aí que a B3 decidiu criar um índice que valorizasse quem jogava limpo: nasceu o ITAG, um selo que destaca as empresas que oferecem um tag along mais generoso.

Desde então, o ITAG tem sido uma espécie de marcador para quem quer investir com mais consciência. Ele acompanha o desempenho das ações de empresas que respeitam seus acionistas, e não só pelo preço dos papéis, mas também pelos dividendos que elas distribuem. Isso faz dele um índice de retorno total, ou seja, mais completo e realista.

Ao longo dos anos, o ITAG enfrentou os altos e baixos do mercado, mas manteve seu propósito firme: mostrar que é possível investir com ética, transparência e respeito. Ele se tornou uma referência para quem quer fugir de apostas arriscadas e montar uma carteira com base em fundamentos sólidos. E, convenhamos, num mercado cheio de ruídos, ter um índice que valoriza boas práticas é como encontrar um farol em meio à neblina.

Leia mais: O que é IFCN B3: saiba como funciona o índice financeiro da B3

Fontes: Suno, Melver, Análise de Ações, Yubb, Clube do Valor, Mais Retorno e André Barbira.

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