30 de setembro de 2025 - por Sidemar Castro
Imagine entrar em um shopping sem sair de casa, com várias lojas reunidas em um único site. Esse é o conceito de marketplace, um ambiente digital que conecta diferentes vendedores a clientes em busca de praticidade e variedade.
Ali é possível comparar ofertas, escolher a melhor condição e comprar de forma simples, como acontece em plataformas conhecidas como Amazon, Mercado Livre e Magazine Luiza.
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O que é marketplace?
Você entra num shopping, mas em vez de corredores e lojas físicas, tudo está dentro do seu computador ou celular. No marketplace acontece exatamente isso: várias lojas diferentes se reúnem num mesmo ambiente digital, cada uma com seus produtos, seus preços e seus estoques.
O cliente navega por esse “shopping online”, compara ofertas, põe tudo num carrinho só e faz um pedido. Por trás, cada loja responsável por aquele produto cumpre seu papel: embalar, enviar, cuidar do atendimento.
A plataforma que hospeda tudo (o “shopping virtual”) cuida de reunir os vendedores, oferecer os meios de pagamento, garantir aspectos de segurança e cobrar uma comissão sobre as vendas.
Esse modelo difere de um e-commerce tradicional, no qual uma marca ou empresa é dona da loja inteira: desde o visual, as promoções e todo o funcionamento. No marketplace, cada vendedor tem sua vitrine, mas está dentro de um ambiente maior que atrai clientes, dá visibilidade e facilita o processo de compra para quem vende e para quem compra.
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Como funciona o marketplace?
Você decide vender camisetas artesanais. Em vez de montar um site do zero, você se cadastra em um marketplace. Lá você cria sua loja: escolhe fotos, escreve descrições, define preços e coloca opções de frete.
Ao mesmo tempo, um cliente curioso entra no marketplace, digita “camiseta personalizada”, navega por várias ofertas, compara preços e cores. Quando ele escolhe a sua peça, ele efetua o pagamento diretamente na plataforma.
O marketplace, por sua vez, cuida da parte técnica: autentica o pedido, disponibiliza meios de pagamento seguros, e às vezes até oferece uma logística integrada (quando o marketplace assume ou coordena o envio).
Você, vendedor, recebe a notificação do pedido, embala o produto, gera a nota fiscal, envia ao cliente e atualiza o status da entrega na plataforma.
Por fim, o marketplace retém uma comissão sobre a venda antes de repassar a parte restante para você. Se o cliente quiser avaliar a compra, ele deixa uma nota ou comentário, e isso afeta sua reputação dentro da plataforma, ajudando futuros compradores a confiar em você.
Tipos de marketplace
1) Marketplace de produtos
Um shopping virtual com diversas lojas vendendo itens variados. Traz praticidade para o consumidor e alcance para os vendedores.
2) Marketplace de serviços
Valoriza a expertise de profissionais ao conectá-los com quem precisa de ajuda em tarefas específicas, como transporte ou design.
3) Marketplace de agendamento
Facilita a marcação de atendimentos em áreas como saúde e bem-estar, organizando horários e evitando desencontros.
4) Marketplace de aluguel
Conecta quem tem algo para alugar com quem precisa usar, oferecendo flexibilidade e experiências personalizadas.
5) Marketplace de anúncios
A plataforma oferece espaço para divulgação, e o contato entre as partes acontece fora dela. É uma ponte entre oferta e demanda.
Vantagens do marketplace
Entrar em um marketplace é como participar de uma grande vitrine coletiva. A principal vantagem está na exposição: você compartilha o espaço com outras marcas, mas também se beneficia do tráfego intenso que essas plataformas atraem. Isso significa mais chances de ser visto, comparado e escolhido.
Além da visibilidade, há uma redução significativa nos custos operacionais. Não é preciso investir em tecnologia própria, sistemas de pagamento ou logística complexa. O marketplace cuida disso, permitindo que você foque no essencial: oferecer um bom produto e atender bem o cliente.
Outro benefício importante é a credibilidade. Estar associado a uma plataforma consolidada transmite segurança ao consumidor, o que pode aumentar a taxa de conversão. E como o ambiente é competitivo, você também aprende a se destacar, seja pelo preço, pela qualidade ou pelo atendimento.
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Desvantagens do marketplace
Apesar de ser uma porta de entrada para o comércio digital, o marketplace não é um terreno livre de obstáculos. A primeira barreira é a competição intensa. Estar ao lado de grandes marcas e milhares de vendedores exige esforço constante para manter preços atrativos e produtos bem posicionados. Isso pode pressionar suas margens e exigir investimentos em diferenciação.
Outro desafio é a falta de autonomia. A plataforma define regras, controla o relacionamento com o cliente e pode alterar políticas sem aviso prévio. Isso limita a construção de uma identidade própria e dificulta a fidelização. Além disso, há taxas e comissões que, somadas, podem pesar no bolso, especialmente para quem está começando.
A operação também precisa ser impecável. Erros no cadastro, atrasos na entrega ou falhas no atendimento podem gerar avaliações negativas e prejudicar sua reputação. E como o marketplace funciona com base em performance, qualquer deslize pode impactar diretamente nas vendas.
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Marketplaces no Brasil
Os marketplaces se tornaram parte do dia a dia dos brasileiros. Plataformas como Magalu, Mercado Livre e Amazon concentram milhares de vendedores e oferecem uma variedade enorme de produtos.
A popularização da internet e o uso dos smartphones ajudaram nesse crescimento, que foi acelerado pela pandemia. Hoje, cerca de 78% do faturamento do e-commerce nacional vem desses canais, que oferecem estrutura pronta, segurança e visibilidade para quem vende.
Maiores marketplaces no Brasil
O cenário dos marketplaces no Brasil é dominado por plataformas que se tornaram verdadeiros ecossistemas digitais. O Mercado Livre lidera com uma operação robusta e soluções logísticas próprias, sendo referência em agilidade e confiança.
O Magalu, por sua vez, construiu um modelo híbrido que une loja própria e parceiros, apostando em tecnologia e integração para oferecer uma experiência completa.
A Amazon também ocupa posição de destaque, com foco em eficiência e uma gama cada vez maior de produtos. Já a Shopee conquistou o público com preços acessíveis e campanhas agressivas de frete grátis, enquanto a Americanas consolidou sua presença com marcas como Submarino e Shoptime, ampliando seu alcance no varejo digital.
Esses marketplaces não apenas facilitam a compra e venda, mas também moldam o comportamento do consumidor brasileiro. Com cerca de 78% do faturamento do e-commerce nacional vindo dessas plataformas, fica claro que elas são mais do que tendência: são parte essencial da nova forma de consumir no país.
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Quem pode vender nos marketplaces?
Qualquer pessoa com CNPJ ativo pode vender em marketplaces, inclusive MEIs.
É preciso emitir nota fiscal e seguir as regras da plataforma, como prazos de entrega e tipos de produtos permitidos.
Algumas exigem que o CNPJ tenha pelo menos alguns meses de atividade. Com estrutura pronta e visibilidade garantida, os marketplaces são uma ótima porta de entrada para quem quer começar a vender online.
Como criar o próprio marketplace?
Para criar um marketplace, é preciso definir nicho, público e modelo de receita, além de estabelecer regras entre plataforma, vendedores e compradores.
A parte técnica envolve escolher a solução (do zero ou pronta), configurar pagamentos, logística e painel de gestão. Depois, cadastre vendedores, lance com foco em algumas categorias e invista em marketing para ganhar escala.
Monitore indicadores, cuide das questões legais e fiscais e tenha processos claros para devoluções e reputação, pontos que garantem o crescimento sustentável da plataforma.
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Dicas para para maximizar vendas em Marketplaces
Para vender mais em marketplaces, certifique-se de que seus anúncios estejam realmente otimizados: imagens de qualidade, título com termos que as pessoas buscam, descrição completa com benefícios e diferenciais.
Categorize bem os produtos, preencha a ficha técnica com todos os atributos, pois muitos clientes usam filtros para encontrar o que precisam.
Ofereça bom atendimento ao cliente e entregas rápidas: quanto menor o tempo entre a compra e a entrega, maior a satisfação, isso reflete em avaliações que impactam a visibilidade do vendedor.
Use também as promoções e campanhas da plataforma para aparecer mais, e analise os dados (visitas, taxa de conversão, retorno de clientes) para entender o que está funcionando.
Não esqueça de manter preços competitivos, fazer ajustes conforme o mercado, cuidar dos custos de frete, porque tudo isso interfere na decisão final do comprador.
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Qual a diferença entre marketplace e e-commerce?
Um e-commerce funciona como uma loja exclusiva na internet: é você quem monta o site, define o visual, gerencia o estoque, contrata transportadoras, configura pagamentos e cuida da relação direta com o cliente.
Toda a jornada está sob sua responsabilidade e você tem liberdade absoluta para personalizar cada detalhe.
O marketplace, por outro lado, é um cenário compartilhado: várias lojas operam dentro de uma mesma plataforma. A empresa dona da plataforma cuida da tecnologia, da atração de clientes e das rotinas gerais, enquanto os vendedores oferecem seus produtos seguindo as regras do ambiente.
No marketplace, você ganha acesso imediato a uma audiência maior, mas sacrifica parte do controle ao aceitar pagar comissões e se adequar às normas da plataforma.
Origem do marketplace
Os marketplaces têm raízes que remontam aos mercados tradicionais, onde várias pessoas vendiam seus produtos num mesmo local. Esse conceito básico, reunir compradores e vendedores num espaço centralizado, foi transportado para o digital quando a internet se popularizou.
No mundo virtual, os primeiros passos desse modelo surgiram já na década de 1980, com plataformas como o “Electronic Mall” da CompuServe, que traziam funções iniciais de marketplace.
Mas foi nos anos 1990 que o conceito ganhou tração real: Amazon e eBay adotaram modelos em que terceiros podiam oferecer produtos dentro das suas plataformas, e assim nasceu uma nova forma de varejo digital.
A partir daí, com meios de pagamento seguros, infraestrutura logística e hábitos de consumo mudando, os marketplaces floresceram e se diversificaram, algumas plataformas são amplas, outras muito especializadas, mas todas carregam essa ideia central: conectar quem vende com quem quer comprar, em um ambiente digital compartilhado.
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Fontes: eCommerce Brasil, Stone, Digital Sebraers, Sales Force, PingBack, Fcamara, Magalu.