14 de outubro de 2025 - por Sidemar Castro
A principal diferença é que o ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) mede o lucro gerado apenas para os acionistas em relação ao capital próprio deles, enquanto o ROCE (Retorno sobre o Capital Empregado) avalia a lucratividade total da empresa sobre todo o capital investido, que inclui tanto o patrimônio líquido quanto as dívidas.
O ROE foca na rentabilidade acionária, enquanto o ROCE mostra a eficiência operacional geral da empresa. Quer entender melhor essa diferença? Leia no artigo s seguir, que explicamos tudo.
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O que é ROE?
O Retorno sobre o Patrimônio Líquido, conhecido pela sigla ROE, do inglês Return On Equity, mostra quanto uma empresa consegue lucrar com o dinheiro que foi colocado por seus próprios acionistas. Ele é uma espécie de termômetro da eficiência da gestão: quanto maior o resultado, mais produtivo está sendo o uso do capital dos sócios.
O cálculo é simples: divide-se o lucro líquido pelo patrimônio líquido. E o resultado mostra em percentual o retorno obtido. Normalmente, um ROE alto é positivo, mesmo assim, não deve ser analisado sozinho.
É essencial compará-lo com empresas do mesmo setor e verificar se o desempenho se mantém estável ao longo do tempo, o que indica uma gestão sólida e sustentável.
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O que é ROCE?
Vamos supor que você esteja avaliando uma grande empresa, talvez uma de infraestrutura ou um negócio industrial, que precisa de muito capital, muitas vezes por meio de dívidas, para funcionar. É aqui que o ROCE se torna indispensável. Ele nos dá uma visão gerencial e operacional, mostrando o lucro que a empresa consegue gerar com toda a “massa” de recursos que ela tem à disposição, seja dinheiro dos sócios ou empréstimos.
Por usar o Lucro Operacional (EBIT) no cálculo, ele ignora o impacto dos impostos e juros nesse momento, permitindo que o investidor avalie a verdadeira performance do “core business” da empresa, sem a interferência de como ela escolheu se financiar.
Um ROCE robusto sugere que a empresa está sendo muito bem-sucedida em gerar valor com o dinheiro que “empregou” em seus ativos e operações, sendo um sinal de eficiência e uma ótima vantagem competitiva.
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Quais são as diferenças entre ROE e ROCE?
O ROE mede o retorno que a empresa gera apenas para seus acionistas, dividindo o lucro líquido pelo patrimônio líquido. Já o ROCE mostra a eficiência do negócio em gerar lucro a partir de todo o capital investido, tanto próprio quanto de terceiros, usando o EBIT como base.
Enquanto o ROE indica quanto os sócios ganham com o capital que aplicaram, o ROCE revela se a empresa está usando bem todos os recursos disponíveis, inclusive dívidas. Por isso, o ROE tende a parecer mais alto em empresas endividadas, enquanto o ROCE oferece uma visão mais equilibrada da rentabilidade real do negócio.
ROE e ROCE: quando usá-los?
Você usaria o ROE quando quiser saber quanto de retorno a empresa gera apenas para os acionistas, especialmente em empresas com estrutura de capital relativamente simples, sem dívidas muito elevadas, ou quando você está comparando empresas que têm estruturas de financiamento similares. O ROE ajuda a avaliar o desempenho da gestão em gerar valor com o capital próprio.
Já o ROCE é mais indicado quando a empresa tem dívidas ou quando seu negócio exige investimentos expressivos em ativos, indústrias como energia, infraestrutura ou telecomunicações, por exemplo. Ele mostra se todo o capital (dos acionistas e de terceiros) está sendo bem utilizado. Se uma companhia estiver muito alavancada, um ROE alto pode ocultar riscos, enquanto um ROCE consistente oferece uma visão mais “equilibrada” do rendimento.
No fim das contas, o ideal é usar ambos: o ROE para enxergar o retorno dos acionistas e o ROCE para entender a eficiência geral da empresa com todos os recursos à disposição.
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Importância do ROE e do ROCE
O ROE é um indicador muito importante para entender o quanto a empresa está gerando de retorno com o capital dos acionistas. Ele revela o grau de eficiência da administração em transformar o patrimônio próprio em lucro. Um ROE consistente e elevado costuma atrair investidores e aumentar a confiança na gestão, porque sinaliza que os recursos dos sócios estão bem aproveitados.
Por outro lado, o ROCE amplia esse panorama. Ele mostra se a empresa consegue usar de maneira eficiente todo o capital que possui: capital próprio mais capital de terceiros, para gerar lucro operacional. Quando comparado ao custo desse capital, ele ajuda a revelar se a empresa realmente está criando valor. Esse indicador ganha relevância especialmente em empresas que investem muito em ativos ou que têm estrutura de dívida expressiva.
Em conjunto, ROE e ROCE permitem uma avaliação mais completa: um mostra o retorno direto para o acionista, o outro mostra a eficiência geral do capital usado. Essa dupla visão ajuda a evitar ilusões. Por exemplo, um ROE alto pode mascarar riscos se for sustentado por dívida pesada; já o ROCE ajuda a ver se o negócio está equilibrado em termos de rentabilidade e estrutura de capital.
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Fontes: Lever Pro, Investopedia, Kuvera, Stock Edge, Kinkedin Pedro Mariani.