Empresas brasileiras que deixaram a B3

2 de dezembro de 2021, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 4 min, 21 seg


Muitas empresas brasileiras estão saindo da B3. Dessa forma, essas empresas estão preferindo a listagem em bolsas no exterior como, por exemplo, na Nasdaq.

Existem diversos motivos que podem estar levando essas empresas a saírem da bolsa brasileira. Um dos motivos é o cenário econômico e político brasileiro, que representa um risco e atrapalha a captação de recursos estrangeiros.

Lembrando que este é um texto apenas opinativo. Logo, você não deve considerá-lo como uma recomendação ou indicação de investimentos.

Empresas brasileiras que deixaram a B3

Muitas empresas brasileiras estão deixando a B3 e preferindo se listar no exterior. Sendo que no Brasil nós temos apenas uma bolsa, ao passo em que a maioria dos países possui várias.

Ou seja, no exterior existe uma concorrência entre bolsas, por exemplo, a NYSE e a Nasdaq nos EUA. Já no Brasil, existe o monopólio da B3 – Brasil, Bolsa, Balcão.

Empresas brasileiras que deixaram a B3

Recentemente o número de empresas brasileiras em busca de uma listagem no exterior cresceu. Um exemplo disso é a XP, que abriu o capital nos EUA. Outro exemplo é o Nubank, que também vai abrir o capital nos EUA.

Tanto a XP quanto o Nubank optaram por abrir o capital direto nos Estados Unidos. Porém, outras empresas estão optando por deixar a B3 e irem para fora, como é o caso do Banco Inter.

Por que as empresas brasileiras deixaram a B3?

Talvez você esteja se perguntando o motivo pelo qual as empresas brasileiras deixaram a B3. Afinal de contas, mesmo listadas fora, o maior mercado dessas empresas é brasileiro.

Um dos principais motivos para esse movimento é a fuga do chamado Risco Brasil. Em resumo, quando uma empresa tem o capital aberto no Brasil, ela capta dinheiro no mercado interno.

Acontece que ao abrir o capital ela vende suas ações e capta recursos. Esse é o chamado mercado primário. Depois disso, vem o mercado secundário, onde as ações são negociadas entre os investidores.

No secundário a empresa não ganha nada, já que as negociações são apenas entre investidores. Portanto, a chance da empresa captar bastante recursos para investir em seu crescimento é no mercado primário.

No entanto, nos últimos tempos essas empresas estão com dificuldades em captar recursos estrangeiros. Isso porque, o Brasil está no noticiário político e econômico de uma forma muito ruim.

Empresas brasileiras que deixaram a B3

Ou seja, como o Brasil não está sendo bem visto fora, isso prejudica a captação de recursos das empresas. Antes mesmo do Brasil não ser bem visto, ele já tinha dificuldades em captar dinheiro estrangeiro.

De fato, um estrangeiro investir no Brasil já era uma coisa meio exótica. Mas com as recentes notícias, conseguir investimentos de fora ficou ainda mais difícil. Por isso, muitas empresas brasileiras optaram por deixar a B3.

Para essas empresas ser listada no exterior é uma boa solução. Afinal de contas, muitas delas possuem bons indicadores e são sólidas, mas não conseguem recursos de fora só porque estão listadas aqui.

O que muda com a saída dessas empresas?

Se você investiu em empresas que estavam na B3, mas que agora estão indo para os EUA, talvez esteja se perguntando o que vai acontecer com as suas ações.

Como a empresa será listada no exterior, você tem duas opções: investir fora ou BDRs. Na primeira opção, você abre uma conta em uma corretora de fora, envia dinheiro para o exterior e investe diretamente nas empresas.

Na segunda opção, você investe em ativos que representam as ações listadas fora. Neste caso você não está investindo diretamente nas ações.

Na prática, os BDRs são parecidos com uma dupla listagem, já que ela está listada lá, mas pode ser negociada aqui por meio de BDRs.

Qual a diferença com o mercado norte-americano?

Existem algumas diferenças na legislação do Brasil e dos EUA, que podem ser o motivo de algumas empresas brasileiras saírem da B3. No Brasil, quem tem a maior parte das ações ordinárias de uma empresa é o controlador.

Já nos EUA, existem ações com super voto. Ou seja, elas podem votar contando por mais de uma ação e elas estão relacionadas com o controle da empresa.

Como as empresas querem vender muitas ações e fazer uma grande capitalização para competir no mercado, quando elas vão para fora, elas conseguem manter o controle da empresa, mesmo sem ter a maior parte das ações.

Foi isso que aconteceu, por exemplo, com a XP quando ela abriu o capital na NASDAQ. Isto é, ela captou bastante dinheiro, sem perder o controle.

Assista ao vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha, e confira a opinião dele sobre muitas empresas brasileiras estarem saindo da B3:

Como muitas empresas estão saindo do Brasil, é essencial que você aprenda a investir fora. Confira: Como investir no exterior? Vantagens e 6 alternativas de aplicações

Fonte: Roteiro de Raul Sena.