14 de dezembro de 2020 - por Jaíne Jehniffer
O plano de contas é um documento muito importante para o controle contábil de uma empresa. Isso porque é por meio dele que diversos relatórios importantes são elaborados, inclusive o Orçamento Empresarial.
De maneira geral, os planos de contas seguem sempre uma estrutura, onde constam os ativos, os passivos, os deveres, as despesas variáveis, os gastos fixos e as receitas da companhia.
Além de ajudar a manter a organização financeira da empresa, o plano de contas possui ainda a vantagem de otimizar os processos e apoiar as decisões gerenciais.
O que é plano de contas
Um plano de contas contábil, também chamado de elenco de contas, é um documento onde constam as atividades financeiras de uma organização. Sendo assim, ele se utiliza de códigos e classificações para registrar as movimentações econômicas da empresa.
Devido à sua importância, o plano de conta serve como base para a estruturação dos relatórios contábeis, como a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e o Balanço Patrimonial (BP).
Em outras palavras, o plano de contas serve como um compilado de informações que norteiam os demais registros de operações contábeis.
As regras de elaboração de um plano de contas é previsto por meio da Lei nº 6.404/76. Para ajudar a padronização e classificação das contas, a receita criou o Plano de Contas Referencial da Receita (PCRR). Desse modo, os saldos contábeis devem sempre seguir este modelo.
Pra que serve
O plano de contas serve como um instrumento de controle financeiro da empresa. Afinal, é por meio dele que são agrupados todas as entradas e saídas, o que facilita na identificação de todas as movimentações financeiras da organização.
Para que seja uma ferramenta realmente útil, é preciso que o modelo do plano de contas seja padronizado. Essa padronização é importante para que as informações não fiquem confusas ou se percam.
Através do estabelecimento de um padrão de identificação de contas, demonstrativos e relatórios, fica não apenas mais fácil de interpretar os dados, como também de perceber as falhas e procurar alternativas para melhorias.
Estrutura do plano de contas
Existem alguns pontos chaves que devem constar em todos os planos de contas, mesmo que eles sejam personalizados de acordo com a empresa.
Geralmente, os planos de contas possuem 5 etapas. Sendo assim, em cada uma das etapas são criadas as contas sintéticas, que são basicamente o agrupamento das contas.
Além disso, as contas sintéticas devem ser detalhadas em subcontas, o que resulta nas contas analíticas. Portanto, temos os seguintes componentes em um plano de contas:
1- Ativos – contas devedoras
Nesta primeira categoria constam as contas referentes aos bens e direitos da companhia. Ou seja, é a parte positiva do patrimônio, formada, por exemplo, pelas contas a receber, movimentações bancárias e investimentos realizados pela empresa. Os ativos podem ser ainda subdivididos em:
Circulantes: Os ativos circulantes são os realizáveis a curto prazo. Dessa maneira, contando a partir da data do balanço, eles devem ser inferiores à 365 dias.
Não circulante: Estes ativos são superiores a 365 dias, logo, são considerados como longo prazo.
2- Passivo – contas credoras
Os passivos são a parte negativa do patrimônio da empresa, ou seja, são os seus deveres. Um exemplo de passivo são os financiamentos. Enfim, podemos dividir os passivos em:
Circulantes: São os passivos de curto prazo, com prazos inferiores à 365 dias.
Não circulante: Superiores à 365 dias, os não circulantes são de longo prazo.
Patrimônio líquido: Por fim, o patrimônio líquido é o capital social da empresa, constituído pelo capital dos sócios ou acionistas.
3- Custos – contas devedoras
Também chamadas de despesas variáveis, são os gastos da empresa com a sua produção, prestação de serviços ou vendas. Os custos impactam em diversos cálculos, como o custo do produto e do serviço vendido.
4- Despesas – contas devedoras
O quarto item da estrutura do plano de contas, são as despesas fixas da empresa. Dessa forma, nesta etapa constam os gastos para que a empresa funcione. Podemos dividir as despesas fixas em:
Comerciais: São os gastos com publicidade e propaganda;
Administrativas: São os materiais de expediente;
Financeiras: São os gastos com multas e juros.
5- Receitas – contas credoras
Para finalizar, as receitas são os valores que entraram para o caixa da empresa decorrentes da venda de bens, serviços ou de investimentos. As receitas podem ser divididas em:
Vendas: Receitas geradas pela venda de produtos ou equipamentos;
Prestação de serviços: Receita decorrente da prestação de serviços;
Financeiras: Por fim, as receitas financeiras são as geradas com os recebimentos de juros e rendimentos dos investimentos.
Vantagens do plano de contas
A princípio, uma grande vantagem de padronizar as movimentações financeiras da empresa por meio do planos de contas é a otimização dos processos.
Isso porque os dados que constam neste plano servem para o desenvolvimento de outros relatórios. Desse modo, na hora de desenvolver documentos, como o balanço patrimonial, basta acessar o plano de contas.
Além disso, os resultados padronizados eliminam a margem para interpretação, fazendo com que os dados sejam sempre interpretados e registrados de determinada maneira, o que ajuda na hora de analisar os resultados financeiros da empresa.
Plano de contas contábil versus gerencial
O plano de contas contábil, que é o foco deste texto, deve seguir as Normas Brasileiras de Contabilidade. Ele é extremamente importante por servir de base para os relatórios obrigatórios, como o balanço patrimonial.
Por outro lado, o plano de contas gerencial é voltado para a equipe de Contabilidade e Controladoria. A sua diferença em relação ao contábil, está na forma com que as contas são apresentadas.
Assim, no gerencial, as contas são organizadas de maneira a facilitar a análise e tomada de decisões do setor financeiro.
Como fazer um plano de contas
Em síntese, ao fazer seu plano de contas é importante ficar atento para não cometer alguns dos erros mais comuns. Para te ajudar a não errar, temos algumas dicas:
- Liste e separe as contas por categorias;
- Detalhe cada etapa;
- Separe corretamente cada categoria, sem confundir custos com despesas;
- Padronize as nomenclaturas.
Os planos de contas devem ter as cinco categorias explicadas anteriormente: ativos, passivos, custos, despesas e receitas. Sendo assim, no relatório é importante enumerar cada uma das categorias e subcategorias.
Por fim, no momento de preencher cada uma delas, é preciso ser o mais detalhado possível. O detalhamento é importante para o entendimento da origem de cada conta, o que pode ajudar em tomadas de decisões futuras.
Enfim, agora que você sabe tudo sobre o plano de contas, aproveite para aprender a fazer um Balanço patrimonial, o que é? Como funciona, conceitos e para que serve
Fontes: Bom controle, Treasy, Conta azul e Portal de contabilidade
Imagens: Jornal contábil, Upis, Fazenda contabilidade, Hotel flow, Becv, Adventus, Azulis, Sr consultoria financeira, Tereré news, Ipog e Contabilix