19 de maio de 2022 - por Jaíne Jehniffer
Com a inflação tão alta, manter o dinheiro na poupança não é uma boa opção. Isso porque o retorno dessa aplicação é tão pequeno, que fica abaixo da inflação.
Como está a rentabilidade da poupança?
A poupança é a aplicação mais famosa entre os brasileiros. Mas está longe de ser a mais rentável. Na verdade, o retorno da poupança é tão pequeno que fica abaixo da inflação.
Isso faz com que você pense que o seu patrimônio está crescendo ao deixar o dinheiro na poupança. Mas a verdade é que você continua perdendo poder de compra por causa da inflação.
A solução para isso é aplicar o seu dinheiro em investimentos cujo retorno seja superior à inflação.
Para você ter uma ideia, em abril de 2022, a rentabilidade da poupança foi de 0,56% em termos nominais. Enquanto isso, a inflação foi de 1,06%. Ou seja, a poupança teve um retorno negativo de 0,50% ao mês! Uma tendência que vem se deteriorando há 20 meses.
Para você entender melhor o porque a rentabilidade da poupança é tão baixa, você precisa conhecer a regra de rendimento da poupança. Desde 2012, o retorno da poupança segue duas regrinhas:
- Se a Selic estiver mais alta que 8,5%, o rendimento é: 0,5% ao mês + Taxa Referencial;
- Se a Selic estiver abaixo ou igual a 8,5%, o rendimento será de: 70% da Selic + Taxa Referencial.
Como atualmente a Selic está acima de 8,5% então é a segunda regrinha que está valendo. Em outras palavras, atualmente a poupança rende 70% da Selic.
Apesar da Selic estar mais alta como uma tentativa de conter a inflação, o rendimento de 70% da Selic ainda é muito pouco. Portanto, a solução é procurar por outros tipos de aplicações com retorno mais alto do que a poupança.
Investimentos que são melhores do que deixar o dinheiro na poupança
Algumas opções de investimentos mais rentáveis do que a poupança são:
1- Tesouro Direto
O Tesouro Direto é um programa criado em 2002 pelo Tesouro Nacional em parceria com a BM&FBovespa.
Na prática, ao investir nos títulos do Tesouro, você está emprestando dinheiro para o governo em troca de uma taxa de juros.
Como esses títulos contam com a garantia do governo, eles são tidos como os ativos mais seguros do mercado. Enfim, os títulos do Tesouro Direto podem ser de 3 tipos:
1- Tesouro Selic
Nesse tipo de título, o retorno varia de acordo com a taxa Selic. Dessa forma, não é possível saber exatamente qual será o rendimento do título.
Isso porque, a cada 45 dias, o Copom decide se irá manter, subir ou abaixar a Selic. Sendo assim, o título pode render mais ou menos de acordo com as mudanças da Selic.
Em comparação com a rentabilidade da poupança o Tesouro Selic é muito mais vantajoso e seguro.
2- Tesouro Prefixado
Os títulos do Tesouro Prefixado contam com uma taxa fixa até o vencimento. Isso possibilita o cálculo de quanto o investidor irá obter de rentabilidade.
A desvantagem é que se a inflação subir demais no decorrer do tempo, o retorno do título pode ficar abaixo da inflação.
3- Tesouro IPCA+
Por fim, temos o Tesouro IPCA+ que é um título híbrido. Com ele, o investidor recebe como rendimento do IPCA (que é o índice da inflação) mais uma taxa de juros fixa.
Como este título está atrelado à inflação, o investidor tem a vantagem da garantia de um ganho real com a aplicação. Ou seja, o rendimento é sempre acima da inflação e vale mais a pena do que deixar o dinheiro na poupança.
2- CDBs
A sigla CDB significa Certificado de Depósito Bancário. Em resumo, os CDBs são títulos que os bancos emitem com o intuito de captar recursos para financiar suas atividades.
Sendo assim, ao investir em um CDB você está emprestando o seu dinheiro para um banco em troca de uma taxa de juros que pode ser prefixada, pós-fixada ou híbrida.
Um detalhe importante é que o retorno oferecido pelos CDBs é mais alto do que do Tesouro Direto. Isso porque o seu risco é maior, já que não tem a garantia do governo.
Apesar disso, o risco dos CDBs é considerado baixo, já que eles contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que devolve até R$ 250 mil por CPF e instituição, em caso de calote.
Vale destacar que o FGC também faz a proteção da poupança. Sendo assim, os CDBs contam com a mesma proteção que a poupança, mas têm uma rentabilidade maior do que a poupança.
3- LCIs
As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) são títulos parecidos com os CDBs. Portanto, a emissão de LCIs também ocorre por meio dos bancos e elas também têm a proteção do FGC.
A diferença é que neste caso, o dinheiro captado pelos bancos é voltado exclusivamente para o setor imobiliário.
Além disso, as LCIs têm a vantagem de serem isentas de imposto de renda. Isso pode deixar o rendimento desse tipo de ativo ainda mais atrativo.
4- LCAs
As Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) se parecem bastante com as LCIs. Sendo assim, as LCAs também são emitidas por bancos, contam com a proteção do FGC e são isentas de imposto.
A única diferença é que neste caso, o dinheiro vai para o setor do agronegócio. Investir em LCA é uma boa opção, já que o retorno é maior do que deixar o dinheiro na poupança.
5- Fundos de investimento
Os fundos de investimento funcionam como uma reunião de investidores com o intuito de aplicar em um setor ao ativo em específico.
Existem vários tipos de fundos que aplicam em diferentes tipos de ativos. Dessa forma, o nível de risco do fundo irá depender do ativo em que ele investe.
Por exemplo, um fundo de renda fixa é menos arriscado do que um fundo de ações. Sendo assim, o ideal é escolher o fundo que melhor se encaixe com o seu perfil de investidor.
6- Debêntures são mais rentáveis do que dinheiro na poupança
As debêntures são títulos emitidos por empresas. Ou seja, elas se parecem muito com os CDBs. Contudo, como são emitidos por empresas e não por bancos, as debêntures não têm a proteção do FGC.
Desse modo, o nível de risco das debêntures é maior do que os CDBs. Por outro lado, o risco mais alto também pode significar um retorno mais alto, sendo mais rentável do que deixar o dinheiro na poupança.
7- Debêntures incentivadas
As debêntures incentivadas são um tipo de debênture. A sua emissão também ocorre por meio de empresas e elas não têm a proteção do FGC.
No entanto, a vantagem das debêntures incentivadas é a isenção de imposto de renda. Isso ocorre pois, o dinheiro captado é destinado a áreas que o governo deseja incentivar.
8- LCs
Por fim, dentre os ativos que rendem mais do que deixar o dinheiro na poupança, temos as Letras de Câmbio (LCs).
Apesar do nome câmbio, que pode remeter à moeda, na verdade as LCs são investimentos com funcionamento similares aos CDBs. Sendo que as letras de câmbio são títulos que as financeiras emitem para captar recursos.
Enfim, as LCs contam com a proteção do FGC, mas não são isentas de imposto de renda. Apesar disso, costumam oferecer um retorno bem atrativo.
E aí, gostou de conferir algumas opções de investimentos mais rentáveis do que a poupança? Então aproveite para descobrir quanto rende 1 milhão de reais na poupança.