Tesouro Direto, o que é? Definição, principais tipos, custos e como investir

Muito visado por quem quer trocar a poupança por um investimento mais rentável, os títulos públicos – através do Tesouro Direto – também são usados como um investimento pelos mais conservadores e, ainda, por quem quer montar uma carteira de investimentos diversificada.
Essa, inclusive, é a melhor estratégia na hora de investir, montar uma carteira com investimentos seguros para, então, se quiser, poder se arriscar em outros investimentos de renda variável. A estratégia é aconselhável, pois os investimentos em renda variável podem ser um sucesso ou um desastre financeiro.
Agora, investir em títulos é uma das formas de investimentos mais seguras. Isso porque, ao comprar títulos do Tesouro Nacional, o investidor está basicamente emprestando dinheiro para o País. O Brasil tem histórico de bom pagador de títulos, logo, é uma ótima opção de investimento.

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O que é Tesouro Direto
O Tesouro Direto é uma inciativa criada, em 2002, pelo Tesouro Nacional. O programa visa permitir que pessoas físicas comprem títulos do governo. Em resumo, ao adquirir um título, também chamado de papel, o investidor empresta dinheiro para o governo.
Assim, a facilidade na hora de investir é um dos principais atrativos do Tesouro Direto, principalmente, para investidores novatos. Outro ponto positivo é a liquidez diária desse tipo de investimento.
Ou seja, a liquidez se refere à rapidez com que é possível ter o dinheiro em mãos caso você precise. No Tesouro Direto você recebe o dinheiro na sua conta da corretora até um dia após a solicitação.
Contudo, não é indicado deixar o dinheiro por pouco tempo, já que quanto mais tempo ficar investido, maior será o lucro do investimento.

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Nesse sentido, ao comprar um título, você está emprestando dinheiro ao governo, logo, você está financiando a dívida pública federal. Dessa forma, quando você pega seu dinheiro de volta, ele vem acrescido de juros, que é a sua remuneração pelo empréstimo.
Por fim, investir em tesouro direto é um dos investimentos mais seguros. Isso porque, o investidor empresta dinheiro para o país. Logo, a probabilidade do País quebrar é muito menor do que uma empresa, por exemplo. Além disso, historicamente, o governo nunca deixou de pagar seus credores do Tesouro Direto.
Em resumo, investir no Tesouro Direto é quase certeza de lucro. O único risco é o investidor ter que vender papéis indexados à inflação ou prefixados antes do seu vencimento e vender em um momento ruim no mercado.
Tipos de títulos públicos
Basicamente, existem três tipos de títulos públicos à venda:
1- Prefixados
Nessa primeira opção, na hora de realizar a compra é possível saber quanto vai ser o retorno financeiro do investimento. Contudo, esse valor só é válido se o dinheiro for resgatado apenas na data de vencimento.
2- Pós-Fixados
Diferentemente dos prefixados, no pós-fixado você só saberá, de fato, o quanto vai render o investimento na hora de fazer o resgate. Isso porque, eles estão atrelados a um tipo de indexador que pode variar.

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3- Títulos Híbridos
Para finalizar, temos os títulos híbridos. Estes, por sua vez, possuem parte da remuneração definida na hora de realizar a compra e outra parte é atrelado à variação da inflação.
Algumas opções de investimentos no Tesouro Direto:
Tesouro Selic (LFT)
Este é um tipo de investimento pós-fixado, já que é atrelado à taxa Selic. A Selic é uma taxa base de juros nacional, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) a cada 45 dias. Apesar de sofrer variações, o Tesouro Selic não oscila muito.
Esse tipo de aplicação possui liquidez diária e o rendimento é adicionado ao investimento diariamente. Esse é o tipo mais usado para reservas de emergência, já que caso você precise fazer a venda dos títulos antes do vencimento, você é pago pelos retornos até aquela data. Ou seja, você não perde dinheiro.
Tesouro Prefixado (LTN)
Nos papéis prefixados, no momento da compra, já é possível calcular os ganhos. Entretanto, caso o investidor precise resgatar o investimento antes do prazo determinado, ele pode ter prejuízo.
Isso ocorre porque o valor é impactado segundo as expectativas para as taxas de juros. Portanto, ao resgatar o dinheiro, você consegue sacar mais do que o investido ou menos, vai depender se as oscilações do mercado estão altas ou baixas.

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Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F)
Nesse tipo de investimento também é possível saber o quanto será resgatado ao final do prazo estipulado. Contudo, semestralmente, são pagos os rendimentos devidos até a data em questão. Esse é o chamado cupom. Com os juros que o investimento rendeu, é possível reinvestir ou resgatar o dinheiro.
Entretanto, sempre que os juros cair é descontado imposto de renda sobre ele, que é de, no máximo, 22,5%. Nesse tipo de investimento, diferente de outros, não é possível aproveitar a tabela regressiva, onde por quanto mais tempo o dinheiro permanece investido menor é o imposto sobre ele.
Apesar dessa desvantagem, esse título é um bom investimento para as pessoas que precisam resgatar o dinheiro duas vezes ao ano.
Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal)
Esse investimento se encaixa na categoria híbrida. Dessa forma, uma parte é definida no momento de investir e a outra parte depende do índice IPCA. O índice IPCA significa Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Ou seja, essa parte do investimento vai variar junto com a inflação.
Como esse investimento combina dois tipos, o resultado é que você terá os juros que foram estabelecidos na hora da compra e terá também seu dinheiro protegido contra a inflação, já que o rendimento sempre será maior do que a inflação. Dessa forma, o seu poder de compra está garantido.

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Tesouro IPCA+ com juros semestrais (NTN-B)
Essa modalidade também é híbrida, tendo uma parte definida e outra atrelada ao IPCA. Nessa modalidade, semestralmente, é pago ao investidor o proporcional da remuneração combinada. Nesse tipo tem o desconto do imposto de renda sobre o ganho.
Contudo, nesse caso, no primeiro pagamento é o desconto máximo, de 22,5% e com a tabela regressiva, o valor vai abaixando até o mínimo de 15%. Caso seja necessário resgatar o investimento antes do prazo, ele estará sujeito às variações do mercado. Portanto, pode ser que o investidor tenha lucro ou prejuízo.
Como investir em títulos públicos
Primeiramente, é importante que você saiba qual o objetivo do investimento. Somente dessa forma será possível decidir qual das opções de Tesouro Direto é a melhor para a sua situação. Depois disso, você precisa pesquisar por corretoras, escolher uma e abrir sua conta. De maneira geral, as corretoras não cobram pela abertura da conta.
Posteriormente, informe à corretora que pretende investir no Tesouro Nacional. A corretora fará seu cadastro no Tesouro Nacional. Em seguida, você será direcionado a área restrita da plataforma do Tesouro Direto onde poderá analisar as opções e escolher a que melhor se encaixa com as suas metas.

Segredos do mundo
Por fim, resta apenas adquirir os seus títulos públicos. Outra coisa importante é que, ao realizar a sua declaração anual de rendimentos, é preciso incluir o investimento na ficha Rendimento Sujeito à Tributação Exclusiva. Isso porque, o imposto nesse tipo de investimento é pago no momento do resgate.
A compra de títulos e o resgate de investimentos são possíveis de serem realizados em todos os dias úteis entre 9h30 e 18h. Fora desses dias e horários, os preços e taxas disponíveis no site do Tesouro Direto são apenas para consultas de referência. Por outro lado, é possível realizar resgates e investimentos.
Caso julgue necessário, o Tesouro Direto pode suspender as negociações por tempo indeterminado, durante o dia. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando as oscilações no mercado estão muito inconstantes. Para finalizar, os títulos do governo sempre tem uma data de vencimento. Esse vencimento é o dia no qual o dinheiro do investidor será devolvido acrescido com os juros e valores negociados quando o título foi comprado.
Custos de investir no Tesouro Direto
Para investir no Tesouro Direto existem alguns custos. Um deles é a taxa de custódia que a bolsa de valores cobra semestralmente. A taxa custa 0,25% ao ano sobre o valor investido, e corresponde ao serviço de guarda dos títulos públicos que a bolsa de valores realiza. Em contrapartida, a B3 disponibiliza sempre ao investidor informações sobre suas movimentações e saldos.

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Entretanto, essa taxa não é cobrada para investidores no Tesouro Selic com até R$ 10 mil. Contudo, quando passa desse valor, as taxas serão aplicadas apenas sobre a quantia que excedeu o limite de R$ 10 mil. Por fim, outra cobrança é a taxa de administração da corretora. Contudo, isso varia entre corretoras e algumas nem chegam a cobrar.
Imposto de renda no Tesouro Direto
Como dito anteriormente, o imposto é cobrado sobre a rentabilidade da aplicação. Quando a tabela regressiva se aplica ao investimento funciona da seguinte maneira: Com até 180 dias do dinheiro investido, é cobrado 22,5%. Entre 181 e 360 dias o valor baixa para 20%. Já quando fica entre 361 a 720 dias, a porcentagem é de 17,5%. Por fim, após os 720 dias, a tributação mínima é aplicada, correspondente a 15%.
Contudo, o investidor não precisa se preocupar com a forma de pagamento do imposto, já que, ao solicitar o resgate do investimento, o imposto já é automaticamente descontado. Outro custo é em resgates muito curtos, com menos de 30 dias, onde é cobrado sobre o rendimento o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Se o investidor resgatar o dinheiro um dia após o vencimento, o IOF será de 96%. Contudo, conforme vai passando os dias, o IOF vai reduzindo e chega à tarifa 0% no trigésimo dia. Em resumo, o IOF só é cobrado caso o dinheiro investido fique menos de 30 dias, portanto, é muito mais vantajoso deixar o dinheiro por mais tempo.
Enfim, agora que você saber tudo sobre o Tesouro Direto, veja o vídeo e saiba mais como os investimentos funcionam na prática:
Pronto para começar a investir no Tesouro Direto? então entenda também sobre O que é renda fixa?
Fontes: BTG Pactual, Infomoney e Easynvest
Imagens: Capital Research, Segredos do mundo, Credilink, The cap, Plano de Vida, BTG Pactual, Toro radar e Genial investimentos