Bolha das Tulipas: a história da primeira bolha financeira do mundo

Como o próprio nome sugere, a bolha das tulipas foi uma bolha financeira onde o ativo que passou por uma forte valorização foram as tulipas.

A bolha das tulipas foi a primeira bolha financeira de que se tem história e ela ocorreu no século XVII nos Países Baixos, que atualmente é a Holanda.

Conhecer a primeira bolha financeira é importante para que você possa perceber que é fácil se deixar levar pela euforia do mercado e que é sempre bom estar atento para não entrar em uma bolha.

O que foi a bolha das tulipas?

A bolha das tulipas foi uma bolha financeira que ficou conhecida também como: mania das tulipas, febre das tulipas, tulipomania e crise das tulipas. Ela ocorreu no século XVII nos Países Baixos (atual Holanda) e foi a primeira bolha especulativa que se conhece na história.

Sendo que uma bolha financeira, também conhecida como bolha especulativa ou bolha econômica, é uma situação onde ocorre a supervalorização de um ou vários ativos. Ou seja, esses ativos passam a custar muito mais do que eles de fato valem.

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As pessoas acreditam que o ativo vai continuar a se valorizar e, por isso, passam a investir altas quantias nele. Além disso, algumas pessoas ficam com medo de perder a oportunidade de ter altos ganhos e acabam comprando o ativo quando ele já está supervalorizado.

Quando as pessoas percebem o fenômeno e decidem se desfazer dos ativos, o preço cai de forma abrupta. A consequência disso é que a maior parte dos investidores fica no prejuízo e podem ficar traumatizados com o mundo dos investimentos.

Crescimento da bolha das tulipas

Depois de voltar de uma viagem a Constantinopla (atual Istambul), em 1953, o botânico Carolus Clusius levou para a Holanda alguns bulbos de tulipa para plantar no seu jardim. Como eram raras, as tulipas começaram a chamar atenção dos vizinhos de Clusius, que começaram a roubar e vender os bulbos das tulipas.

Muitas pessoas, principalmente os ricos, ficaram interessados na novidade e passaram a procurar pela flor. Com o crescente interesse pelas tulipas, os preços começaram a subir e as flores passaram a ser vistas como símbolo de riqueza e status.

Sendo que quanto mais rara fosse a tulipa, mas ela era valiosa para a sociedade holandesa. Os preços continuaram a subir constantemente e os bulbos chegaram a subir mais de 20 vezes em um mês. A mania das tulipas chegou em um ponto onde as pessoas trocavam bens valiosos, como imóveis e terras por bulbos de tulipas. 

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Um problema das tulipas é que elas demoraram anos desde o plantio até começarem a florescer, o que limitava um pouco a sua venda. Para que as tulipas fossem negociadas o ano todo, os holandeses começaram a negociar contratos de tulipas.

Com o contrato, o comprador se comprometia a adquirir o bulbo no final da temporada por um preço previamente estipulado. Esses contratos eram parecidos com os contratos futuros negociados hoje em dia na bolsa de valores. De fato, foi por meio dos contratos de tulipas que surgiu o primeiro mercado de derivativos do mundo.

Com os títulos, desde os grandes empresários até os pequenos poupadores passaram a investir no mercado de tulipas. O sucesso das tulipas ultrapassou as fronteiras e chegou também nos países vizinhos como, por exemplo, a França. Por fim, o sucesso dos contratos de tulipas fez com que eles passassem a ser negociados na Bolsa de Amsterdã.

O estouro da bolha das tulipas

No inverno entre 1936-1937, um comprador da cidade de Haarlem não conseguiu honrar seu contrato de compra de tulipas. Este fato fez com que as pessoas ficassem desesperadas para se livrar dos seus investimentos e garantir seus lucros. Consequentemente, os preços caíram e as pessoas começaram a ter prejuízos.

Os investidores que trocaram bens por bulbos de tulipas, ficaram com uma planta sem valor para o mercado. Muitas pessoas deixaram de honrar os contratos, o que levou muitos vendedores de tulipas à falência. Nessa época descobriu-se também que alguns vendedores falsificavam os títulos e vendiam mais bulbos do que de fato possuíam.

Com o intuito de evitar o pânico generalizado, o governo holandês decidiu intervir. Sendo assim, para evitar o crash, o governo se ofereceu para honrar os contratos com 10% do seu valor, mas os preços caíram ainda mais. 

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Olhando em retrocesso parece fácil identificar uma bolha financeira, como a bolha das tulipas. Afinal de contas, é óbvio que o preço da tulipa não iria subir infinitamente. No entanto, poucas pessoas conseguem identificar quando uma bolha está se formando.

A sensação de euforia em relação ao ativo é tão grande que é muito difícil fugir do efeito manada e não investir no ativo também. Dessa forma, muitos investidores ficam com a sensação de que estão deixando passar uma grande oportunidade de ganhar dinheiro, o que faz com que eles entrem na bolha.

Por isso, para evitar uma bolha financeira, é muito importante estar sempre atento aos movimentos do mercado, evitar seguir a manada e desconfiar quando um ativo estiver se valorizando depois.

Consequências

A bolha das tulipas resultou em uma depressão econômica que demorou anos para ser curada. Muitas pessoas trocaram terras e imóveis em áreas nobres de Amsterdam para investir em tulipas. Logo, essas pessoas tiveram grandes prejuízos quando a bolsa estourou. Além disso, os investidores de modo geral ficaram traumatizados e hesitantes em relação às aplicações financeiras.

Apesar de ter sido a primeira bolha financeira de que se tem notícias na história, ela não foi a última. Por exemplo, no início dos anos 2000 aconteceu a bolha da internet, também chamada de bolha das pontocom. Em síntese, muitas empresas de tecnologia foram fundadas e listadas na bolsa.

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Os investidores ficaram entusiasmados com essas empresas e a possibilidade de ter altos lucros. Contudo, a especulação que gerou a bolha financeira resultou em prejuízos para grande parte dos investidores. Outro exemplo mais recente foi a bolha imobiliária que resultou na Crise de 2008, o que foi? Contexto histórico e efeitos no Brasil e no mundo

Fontes: Suno, Andre bona e Pandhora

Imagens: Dicionário do investidor, Criptofacil, Cointimes, Gazeta do povo e Tua casa