Crise do petróleo – Contexto histórico, fases da crise e efeitos no Brasil

Entender sobre as diversas crises que já assolaram a economia brasileira e mundial é importante para que o investidor fique antenado às novas crises que podem surgir. Além disso, compreender sobre a crise do petróleo é fundamental para os investidores que pretendem aplicar neste setor. 

Desde a Segunda Guerra Mundial, três grandes crises do petróleo afetaram a economia de vários países. Todas elas foram resultados de embargos na exportação de petróleo do Oriente Médio, um dos principais exportadores deste produto.

O Brasil é um grande produtor de petróleo, no entanto, nós não estamos imunes aos efeitos da crise. Isso porque nós exploramos a matéria-prima, mas temos que comprar o produto final do exterior.

Contexto histórico

O petróleo é um recurso esgotável, o que faz dele uma energia não renovável. Apesar disso, ele ainda é utilizado como principal fonte de energia no mundo, sendo conhecido também como ouro negro. Ou seja, como o petróleo é um recurso muito utilizado em diversos setores e ele vai acabar um dia, existe muita disputa por ele. 

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Outro dado importante a se considerar, é que as maiores reservas de petróleo do mundo estão localizadas no Oriente Médio.

Isto é um problema, porque os maiores consumidores são os Estados Unidos e Europa. Contudo, como os interessados não conseguem uma paz duradoura, a instabilidade no Oriente Médio é constante. 

Por fim, como resultado dos desentendimentos entre os EUA, países europeus e o Oriente Médio, algumas crises do petróleo ocorreram.

Em resumo, por três vezes, desde a Segunda Guerra Mundial, ocorreram embargos nas exportações de petróleo, o que resultou em crises do petróleo, também chamadas de fases de crises. 

Os embargos foram realizados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e pelo Golfo Pérsico.

Esta organização foi criada em 1960, com o intuito de focar na venda de petróleo para países-membros, restringindo a oferta no mercado internacional. O objetivo era ir contra a baixa do preço do barril praticado por empresas ocidentais, chamadas de sete irmãs.

Atualmente, são 14 países que pertencem à OPEP, sendo eles: Arábia Saudita, Emirados Árabes, Irã, Iraque, Kuwait, Catar, Angola, Gabão, Guiné Equatorial, Líbia, Nigéria, Venezuela, Equador e Indonésia. Juntas, essas nações são as maiores produtoras de petróleo do mundo, totalizando cerca de 27,13% da produção mundial.

Fases de crise

A crise do petróleo ocorreu três vezes desde a Segunda Guerra Mundial, dessa maneira temos as seguintes fases:

1- Crise do petróleo de 1973

Durante o conflito militar entre os estados árabes e Israel, conhecido como Guerra do Yom Kipur, ocorreu a primeira fase de crise do petróleo.

Esta crise foi resultante do embargo dos países árabes às nações aliadas à Israel. Ou seja, como os países árabes estavam em conflito com Israel, eles decidiram que os aliados do seu adversário, ficariam sem receber petróleo. 

O globo

O embargo durou cinco meses e resultou no aumento do preço do petróleo em todo o mundo. Sendo assim, o barril que antes custava três dólares, passou a custar doze dólares. Além disso, o cenário histórico era de crescimento no consumo de petróleo nos países industrializados, o que fez com que a crise do petróleo se agravasse. 

Por outro lado, um impacto positivo da crise do petróleo foi a percepção de que muitos países estavam dependentes do petróleo do Oriente Médio. Esta percepção fez com que os governos buscassem alternativas para diminuir esta dependência. Desse modo, os países colocaram como prioridade a sua gestão energética e passaram a buscar por formas alternativas de energia. 

Um dos poucos países a se contrapor à ideia de procurar energias alternativas, foi os Estados Unidos. Ao invés disso, ele preferiu incentivar a exploração do petróleo no próprio território. 

2- Crise do petróleo de 1979

A segunda fase da crise do petróleo foi resultado da Revolução Iraniana, que fez com que o Irã se tornasse uma república islâmica teocrática.

Em síntese, como ocorreram muitas revoltas lideradas por Ayatollah Khomeini, a extração de petróleo foi quase que completamente pausada. Posteriormente, em 1980, veio a Guerra Irã-Iraque, que fez com que a produção do Iraque também fosse prejudicada. 

Uol

Em comparação com a primeira crise do petróleo de 1973, esta segunda foi consideravelmente acentuada. Por exemplo, durante a primeira crise o preço do barril subiu para US$ 12,00.

Já nesta segunda crise, ele foi para US$ 39,50. Como a exploração interna de petróleo nos Estados Unidos aumentou depois da primeira crise, o impacto não foi tão grave por lá.

Depois da crise, a OPEP diminuiu sua exploração e perdeu um pouco do mercado que ela tinha ganhado após a primeira crise. Nessa época os EUA ultrapassaram a OPEP no nível de produção. No entanto, em 1985 a Arábia Saudita aumentou exponencialmente a sua produção e fez com que houvesse queda nos preços do barril de petróleo. 

3- Crise do petróleo de 1991

Por fim, a crise do petróleo de 1991 teve uma duração menor, porém, com consequências terríveis na economia de vários países. Tudo começou quando Saddam Hussein, liderou o Iraque na invasão do Kuwait. Posteriormente, os EUA começaram um confronto com o Iraque, que resultou na Guerra do Golfo. Foi um confronto bem-sucedido para os Estados Unidos.

Esquerda diário

Entretanto, quando o exército do Iraque estava saindo do Kuwait, houve vários incêndios nos poços de petróleo daquele país. O resultado foi que os preços do petróleo no mundo todo foram afetados de tal forma, que demoraram anos para que eles se normalizassem. 

As crises e o Brasil

O Brasil é um grande produtor de petróleo. O problema é que ele é extraído no Brasil, vendido para ser refinado no exterior e depois a nação compra novamente.

Em outras palavras, o Brasil não produz petróleo para o consumo interno, o que é ruim nos momentos de crise do petróleo. Afinal de contas, nós temos a matéria prima, mas não temos o produto final. 

Valor econômico

Portanto, durante as crises, mesmo com a extração brasileira, a nação é afetada pelo aumento nos preços do barril, já que temos que comprar do exterior. Apesar disso, como nas crises de 1973 e 1979 a Petrobrás tinha o monopólio da importação, a economia brasileira não foi tão afetada quanto a de outros países. 

E aí, gostou de conhecer sobre as crises do petróleo? Existem outras crises importantes a se levar em consideração ao analisar um setor para investir, por exemplo, a Crise de 2008, o que foi? Contexto histórico e efeitos no Brasil e no mundo e a Crise de 1929, o que foi? Definição, principais causas e consequências

Fontes: Infoescola, Brasil escola, Infoescola e Stoodi

Imagens: O p., Cointimes, Uol, Esquerda diário, O globo e Valor econômico