O que é September Effect (Efeito Setembro)?

23 de novembro de 2021, por Sidemar Castro

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De forma bem sucinta, o mercado de ações passa por ciclos constantes de altas e baixas. Entretanto, nos meses de setembro ele costuma apresentar sempre um desempenho ruim. Essa performance em queda do mercado se repetiu durante muitos anos, sempre no mês de setembro, e por esse motivo o fenômeno foi denominado de Efeito Setembro.

O termo surgiu ao se referir à performance do mercado de ações estadunidense. Mas o fato é que esse fenômeno não se limita aos EUA.

O que é Efeito Setembro?

O Efeito Setembro, ou September Effect, é um termo usado ao se referir ao desempenho do mercado de ações no mês referido.

De acordo com essa especulação, o mês de setembro costuma ser marcado por uma performance ruim da bolsa de valores. Um detalhe importante é que essa tese tem como base o mercado norte-americano, mas não apenas nele.

Sendo assim, ele leva em conta, sobretudo, o S&P 500, que é o principal índice acionário norte-americano. Ou seja, o Efeito Setembro está diretamente relacionado com a NYSE e a NASDAQ, as bolsas dos EUA, cuja influência e relevância internacionais se conhece.

Apesar de se referir a um fenômeno cuja principal observação se refere ao mercado norte-americano, essa teoria acabou se espalhando para outros países, talvez contaminando, também, as de outras economias. Afinal de contas, os Estados Unidos possuem um grande peso econômico planetário, afetando outros países economicamente.

Dessa maneira, quando os investidores dos EUA mostram alguma aversão ao fenômeno em sua economia e bolsas locais, essa ação tem reação com o mercado acionário de todo o mundo.

Em outras palavras, um mês de baixa no mercado dos EUA pode causar baixa em outros mercados, também.

O que causa o Efeito Setembro?

Existem diversas teorias que buscam explicar a razão pela qual, no mês de setembro, o mercado americano tem um desempenho anormal. Uma dessas explicações especula que essa baixa no mercado americano acontece por que, no mês de setembro, ocorre a volta às aulas nos Estados Unidos.  De modo que muitas pessoas decidem realizar suas posições no mercado para repor o dinheiro gasto nos passeios de férias. 

Outra teoria é a de que os pais fazem o resgate dos investimentos para comprar os materiais escolares e pagar as mensalidades no retorno às aulas dos filhos. Outros acreditam numa junção de ambas as especulações. 

Por fim, temos ainda a teoria de que os fundos mútuos são os causadores da queda. Isso porque é neste mês de setembro que eles realizam o encerramento do ano fiscal. Desse modo, muitas posições acabam sendo encerradas em setembro.

Esse fenômeno realmente existe?

As teorias anteriores visam explicar a causa do Efeito Setembro. No entanto, não existem, ainda, conclusões definitivas sobre o comportamento do mercado nessa época do ano.

Apesar disso, há mesmo uma correlação entre o mercado de ações e o mês de setembro. Essa tendência foi observada ao longo dos últimos 100 anos, com base no índice S&P 500, que representa as principais empresas norte-americanas.

Uma forma de constatar esse fenômeno é analisar o índice Dow Jones Industrial Avarege. Entretanto, esse não é um efeito exclusivo dos Estados Unidos.

Na verdade, quase 60% dos países tiveram um retorno negativo em suas ações no mês de setembro, nos últimos 25 anos. Sendo que em nenhum outro mês esse fenômeno foi notado.

Ou seja, o September Effect realmente existe.

Entretanto, ele é visto, por enquanto, mais como uma coincidência estatística do que uma regra enfática.Fato é que existe sim uma correlação negativa nos mercados de ações globais em setembro.

Como evitar?

Se esta matéria deixou você com alguma inquietação sobre o fenômeno e aplicações no mês de setembro, não se preocupe tanto com o impacto que o período em foco pode causar na sua carteira de ações. Tendo isso em conta, vamos à algumas dicas que podem te ajudar.

Com elas, você poderá montar uma carteira maior segurança e passar melhor por uma possível baixa do mercado, durante os meses de setembro, seguidas em todo o mundo. Veja, então, as dicas mais relevantes a serem observadas, em todo o mundo:

No Brasil

Embora um fenômeno advindo do mercado americano, a importância da maior economia do mundo afeta diretamente todo o mundo, e não poderia ser diferente no caso brasileiro.

Assim, o mercado brasileiro, no mês de setembro, também sofre os efeitos de uma queda na bolsa de valores e uma desvalorização do real.

Reiterando que devemos não nos deixar influenciar pelo medo, existem algumas formas de evitar ou minimizar os impactos desse fenômeno sobre o seu patrimônio, particularmente no caso nacional. Veja mais alguns exemplos:

  • Diversifique sua carteira de investimentos, incluindo ativos de diferentes setores, classes e moedas. Assim, você reduz o risco de perder muito dinheiro se um segmento específico sofrer uma forte baixa.
  • Invista em fundos cambiais ou em ativos atrelados ao dólar, como contratos futuros ou opções. Esses instrumentos permitem que você se proteja da variação cambial e aproveite as oportunidades de ganho com a alta da moeda americana.
  • Mantenha uma reserva de emergência em renda fixa, preferencialmente em títulos públicos ou privados de baixo risco e alta liquidez. Essa reserva serve para cobrir imprevistos e evitar que você precise vender seus ativos a um preço desfavorável em momentos de crise.
  • Acompanhe o cenário econômico e político nacional e internacional, bem como os indicadores de mercado. Isso ajuda a antecipar tendências e movimentos dos investidores, além de identificar as melhores oportunidades de entrada e saída do mercado.
  • Tenha paciência e disciplina para não se deixar levar pelo pânico ou pela euforia. O Setember Effect é um evento sazonal e passageiro, que não deve comprometer sua estratégia de longo prazo. Lembre-se de que as oscilações do mercado podem gerar boas chances de compra ou venda, desde que você esteja preparado e informado.

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