9 de junho de 2022 - por Jaíne Jehniffer
A liquidez é a facilidade com que você consegue transformar uma aplicação em dinheiro. Nesse sentido, a liquidez está relacionada com a rentabilidade de uma aplicação, já que ativos menos líquidos podem oferecer retornos mais altos.
O que é liquidez
Em resumo, a liquidez é a capacidade de converter uma aplicação em dinheiro. Ou seja, a liquidez é a facilidade com que você consegue resgatar uma aplicação.
Sendo assim, um ativo cujo resgate é rápido e fácil, é um ativo com alta liquidez. Por outro lado, um ativo difícil de ser resgatado ou que o resgate resulta em prejuízos, é um investimento de baixa liquidez.
O nível de liquidez dos ativos varia bastante. Por exemplo, a poupança tem alta liquidez, já que o resgate pode ser feito a qualquer momento. Já um imóvel tem baixa liquidez, pois a sua venda pode demorar muito.
Um detalhe importante é que a liquidez envolve dois fatores: a facilidade de resgate e a perda do valor. A velocidade de resgate é o tempo que você precisa esperar para transformar a aplicação em dinheiro.
Já a perda de valor ocorre em alguns ativos que, ao serem resgatados antes do vencimento, perdem parte do seu valor.
Portanto, um ativo com alta liquidez é aquele que além de ser resgatado de forma rápida, não causa a perda significativa de valor.
Por que a liquidez é importante
A liquidez é importante para que você tenha controle do seu patrimônio. Isso porque, sabendo qual a liquidez dos ativos, você pode escolher as aplicações de acordo com os seus objetivos.
Por exemplo, se você tem um objetivo de longo prazo, você pode investir em ativos com baixa liquidez. Já que esses ativos costumam oferecer um retorno mais alto.
Já para os objetivos de curto prazo, é melhor os ativos de alta liquidez. Com isso, você tem a certeza de conseguir fazer o resgate antes do vencimento quando preciso.
Além disso, a dica é sempre ter uma certa quantidade de aplicações com alta liquidez ao invés de investir apenas em ativos pouco líquidos. Isso porque podem ocorrer imprevistos onde você terá que fazer esse resgate antecipado.
Qual a relação entre liquidez e rentabilidade?
No mercado financeiro existe um tripé de investimentos. Ele é formado por: liquidez, segurança e rentabilidade. Sendo que os três estão relacionados.
Dificilmente você vai encontrar ativos com alta liquidez, grande segurança e boa rentabilidade. No geral, é preciso abrir mão de um desses fatores.
Isso significa que não existe investimento perfeito, ele sempre irá ser defeituoso em algum desses 3 quesitos. Saber disso é muito importante para que você saiba o que priorizar de acordo com os seus objetivos.
Liquidez e rentabilidade
Existe uma grande diferença entre liquidez e rentabilidade. Em síntese, a liquidez é a capacidade de converter uma aplicação em dinheiro. Já a rentabilidade é o quanto você irá ganhar ao realizar certo investimento.
Os dois termos, geralmente, têm sentidos opostos. Por exemplo, se um ativo oferece uma alta rentabilidade, provavelmente, ele tem baixa liquidez.
Isso ocorre pois, no mercado existe uma relação entre risco e retorno. Como um ativo de baixa liquidez pode resultar em prejuízo se resgatado antes do prazo, então eles têm o chamado risco de liquidez.
Como este é um tipo de risco, o retorno pelo ativo é maior. Portanto, para investimentos de longo prazo, você pode aproveitar o retorno oferecido pelos ativos de baixa liquidez.
Vale a pena abrir mão da rentabilidade?
Depende. A escolha entre alta ou baixa liquidez vai depender dos seus objetivos. Como você já sabe, ativos com baixa liquidez tendem a oferecer um retorno maior.
Sendo assim, você pode aproveitar esse retorno se o seu objetivo for de longo prazo. Contudo, se você sabe que vai precisar do dinheiro antes do vencimento, é melhor optar pela liquidez.
Lembrando que é sempre recomendado ter uma reserva de emergência. Em síntese, a reserva de emergência serve para que você possa lidar com imprevistos sem precisar resgatar os seus investimentos.
Sendo que o dinheiro da reserva deve ficar em um local com alta liquidez. Isso porque, imprevistos podem acontecer a qualquer momento e você precisará ter acesso a esse dinheiro.
Os melhores investimentos por liquidez
Confira abaixo como a liquidez funciona em diferentes tipos de investimentos:
1- Poupança
A poupança é uma aplicação com altíssima liquidez. Isso porque você pode retirar o dinheiro quando quiser. No entanto, ela também é caracterizada pela baixa rentabilidade.
Ou seja, apesar de você poder usar o dinheiro quando quiser, o retorno por deixar o dinheiro na poupança não é muito vantajoso. Para você ter uma ideia, o retorno da poupança costuma ser abaixo da inflação!
Além disso, um detalhe importante é que a rentabilidade da poupança cai apenas uma vez por mês, no aniversário da poupança.
Isso significa que, se você fizer o resgate antes da aplicação completar 1 mês, você fica sem receber a rentabilidade.
Portanto, a liquidez da poupança não é tão alta assim, já que você perde o retorno se fizer o resgate antes do aniversário da poupança.
Por exemplo, se você fizer uma aplicação no dia 20 de julho, o retorno desse valor vai cair apenas no dia 20 de agosto. Mesmo que você deixar para fazer o resgate no dia 19 de agosto, você ainda perde o retorno.
Sendo que se você faz vários depósitos e retiradas por mês, você tem que estar atendo à várias datas de aniversário, caso queira receber o rendimento.
2- Títulos públicos
Em resumo, títulos públicos são títulos emitidos pelo governo. Eles são títulos de renda fixa que oferecem um retorno mais alto do que a poupança.
Apesar de não ter uma liquidez tão alta quanto a poupança, os títulos públicos também têm alta liquidez. O prazo de resgate é bem pequeno, geralmente a liquidação ocorre no mesmo dia.
Já o risco de perda depende do título. Isso porque existem três tipos de títulos públicos com graus diferentes de risco de perda em resgate antecipado:
- Tesouro Selic: Esse título tem uma rentabilidade pós-fixada que acompanha a taxa Selic.
- Prefixado: A taxa de juros é conhecida desde o momento da aplicação e permanece a mesma até o vencimento.
- Tesouro IPCA: Por fim, o IPCA é um título híbrido que remunera de acordo com o IPCA, mais uma taxa de juros prefixada.
Dentre os três tipos, o Tesouro Selic é o que tem liquidez diária e menor risco de perda. Já os outros dois podem sim resultar em perda em caso de resgate antecipado. Isso ocorre por causa da marcação a mercado.
3- CDB
A sigla CDB significa Certificado de Depósito Bancário. Esse é um título de renda fixa emitido pelos bancos. Sendo assim, ao investir nele, você está emprestando dinheiro para o banco, em troca de uma taxa de juros.
Existem CDBs com alta liquidez e com baixa liquidez. Os CDBs de liquidez diária tem alta liquidez, já que podem ser facilmente resgatados.
Por outro lado, existem CDBs que só permitem o resgate do vencimento. Sendo assim, eles têm baixa liquidez. Vale destacar que os CDBs são um pouco mais arriscados do que os títulos públicos.
Logo, eles costumam oferecer um retorno mais alto. Apesar disso, o risco ainda é baixo, já que eles são protegidos pelo FGC.
Em síntese, o FGC é o Fundo Garantidor de Créditos, que devolve até R$ 250 mil por CPF e instituição em caso de calote. Sendo que o FGC também faz a segurança da poupança.
4- LCI e LCA
A sigla LCI significa Letra de Crédito Imobiliário. Já a LCA é a Letra de Crédito do Agronegócio. As LCIs e LCAs também são parecidas com os CDBs
Sendo assim, elas também são emitidas por bancos e têm a proteção do FGC. A diferença é que neste caso, o dinheiro arrecadado é destinado aos respectivos setores imobiliário e do agronegócio.
Além disso, as LCIs e LCAs têm a vantagem da isenção de Imposto de Renda. Desse modo, o retorno pode ser maior, já que não existe a tributação.
No entanto, geralmente as LCIs e LCAs exigem aportes maiores e com prazos mais longos. Existe ainda a questão de que elas costumam ter baixa liquidez. Apesar de que, existem algumas com liquidez diária.
5- Fundos de investimento
Os fundos de investimento funcionam como uma reunião de investidores focados em investir em certo ativo ou setor. Sendo assim, existem diversos tipos de fundos, de acordo com os ativos que compõem a carteira.
O nível de liquidez do fundo também varia muito em cada tipo. Por exemplo, os fundos de renda fixa, podem ter uma liquidez diária.
Já fundos mais complexos que investem, por exemplo, em ações ou são multimercado, costumam ter um prazo para liquidação.
Existem ainda alguns tipos de fundos em que os investidores só podem sair ou entrar em momentos específicos. Portanto, antes de escolher um tipo de fundo, não deixe de verificar qual é o seu nível de liquidez.
6- Previdência privada
Em síntese, a previdência privada funciona como um fundo de investimento de longo prazo. Como geralmente, ele tem como objetivo a aposentadoria, a liquidez é baixa.
Existem dois tipos de Previdência Privada: o PGBL, Plano Gerador de Benefício Livre e o VGBL, Vida Gerador de Benefício Livre.
Em relação à liquidez, os dois tipos são bem parecidos. A grande diferença entre ambos é em relação ao imposto. Enfim, os dois podem ter bons rendimentos a longo prazo.
7- Ações
Por fim, temos ainda as ações. O mais recomendado ao investir em ações, é ter foco no longo prazo. Apesar disso, esses ativos costumam ter alta liquidez.
No caso das ações, a liquidez vai depender da procura dos investidores por certa ação. Sendo assim, o nível de liquidez de uma ação para outra pode variar bastante.
Entretanto, mesmo tendo alta liquidez a liquidação não é imediata. Ou seja, o dinheiro não cai na sua conta na corretora assim que você vende os ativos.
Isso porque a bolsa precisa de uns dias para fazer o processo e disponibilizar o valor na sua conta.
Conclusão: onde investir?
Agora que você sabe qual a relação entre liquidez e rentabilidade, você talvez esteja em dúvida sobre onde investir. Primeiramente, saiba qual é o seu objetivo com a aplicação.
Depois disso, estude o que pode acontecer a curto, médio e longo prazo na sua vida financeira. Sendo que, nessa análise, você pode se perguntar:
- Qual é a sua estabilidade de emprego?
- Quanto você economiza todo mês?
- Qual a sua renda?
- Quanto pretende economizar?
- Quanto você quer gastar?
- Qual será o valor estipulado para reserva para eventos extraordinários?
- Quais são as próximas viagens que você quer fazer?
Lembrando que se você for abrir mão da liquidez é essencial que você tenha uma reserva de emergência. Assim você evita depender do dinheiro do resgate de aplicações com baixa liquidez.
Portanto, se você ainda não tem uma reserva de emergência, se organize para fazer a sua.
Com ela, você tem maior tranquilidade em relação a imprevistos e ainda tem maior liberdade para escolher entre ativos com alta ou baixa liquidez.
Diversifique
Independente de ativos com alta ou baixa liquidez, é muito importante que você diversifique a sua carteira de investimentos.
Sendo assim, diversifique entre aplicações com níveis de liquidez diferentes e de classes de ativos diferentes. Com isso, você consegue diluir os riscos da carteira e potencializa as chances de altos retornos.
Ao diversificar, lembre-se do tripé: segurança, rentabilidade e liquidez. Assim você consegue compor uma carteira para atender a todos os seus objetivos.
E aí, gostou de aprender sobre a diferença entre liquidez e rentabilidade? Então aproveite para conferir agora mesmo como é a carteira dos grandes investidores.
Fonte: Btg pactual digital.