Marcação na curva, o que é? Como funciona, vantagens e desvantagens

20 de abril de 2021, por Jaíne Jehniffer

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A marcação na curva é uma maneira do investidor fazer o acompanhamento diário da rentabilidade dos seus investimentos em renda fixa. Ou seja, através desse método é possível conhecer, a curto prazo, o rendimento de uma aplicação com vencimento a longo prazo. 

Ao demonstrar os rendimentos diários, tendo como base a taxa de juros acordada no momento da aplicação, a marcação na curva desconsidera o real valor de mercado dos títulos. 

Portanto, caso deseje realizar o resgate antes do prazo, o recomendado é que o investidor esteja atento à marcação a mercado. Afinal de contas, esse tipo de marcação serve como um indicador do quanto o investidor receberia pelo resgate antecipado do título. 

O que é marcação na curva?

A marcação na curva é um método usado para o acompanhamento diário da rentabilidade das aplicações de renda fixa. Sendo assim, por meio desse método, o investidor consegue conhecer no curto prazo qual está sendo o retorno do investimento.

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Esse tipo de marcação é adequada somente quando o investidor pretende realizar o resgate no vencimento do título. Isso porque esse método não considera as oscilações diárias do mercado. Logo, caso a aplicação seja resgatada antes do vencimento, o valor obtido pode não corresponder ao valor indicado pela marcação na curva.

Para resgatar a aplicação antecipadamente, o ideal é ficar atento à marcação a mercado. Esse tipo de marcação indica o quanto o título está valendo naquele dia com base nas expectativas dos investidores em relação às taxas atreladas à rentabilidade dos ativos.

Como a marcação na curva funciona?

A marcação na curva serve para que o investidor possa fazer um acompanhamento diário da rentabilidade de uma aplicação. O cálculo da marcação na curva é realizado tendo como base a taxa de juros ao ano que foi acordada no momento da aplicação. Essas taxas serão atualizadas todos os dias, de forma previsível.

Por exemplo, se um título possui juros de 13% ao ano, esse percentual é transformado em uma taxa diária correspondente. Posteriormente, a taxa de juros total que foi convertida para taxa diária, é adicionada diariamente ao valor real da aplicação, até o vencimento do título.

Marcação na curva, o que é? Como funciona, vantagens e desvantagens

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A marcação na curva é o preço que o investidor tiver pago pelo título multiplicado por 1+ os juros elevados no tempo, isto é, os juros compostos do investimento. Como esse tipo de marcação está ligada à previsibilidade do retorno da aplicação, ele não possibilita resultados negativos.

Isso significa que esse método só pode ser usado em ativos de renda fixa. Ou seja, para os investimentos de renda variável, na qual o investidor pode ter prejuízos, esses cálculos não funcionam.

Marcação na curva versus marcação a mercado

Como dito anteriormente, a marcação na curva é uma forma do investidor acompanhar diariamente o rendimento de suas aplicações. Por outro lado, a marcação a mercado é um processo onde alguns ativos de renda fixa e cotas de fundos de investimentos são atualizados diariamente.

Conceitos

Essas atualizações são realizadas com base nas expectativas do mercado e representa o valor que será pago caso o investidor realize o resgate antes do prazo de vencimento. 

Dessa forma, a principal diferença entre os dois tipos de marcação, é que a marcação na curva considera os rendimentos do dia e ignora as mudanças diárias de preço.

Já a marcação a mercado, ignora os rendimentos diários e demonstra as mudanças de preços diárias dos títulos. Os usos dos dois tipos de marcação também são diferentes.

A marcação na curva é usada para acompanhar os rendimentos obtidos diariamente. Em contrapartida, a marcação a mercado é útil para o investidor que pretende resgatar um título antes do vencimento. 

Vantagens e desvantagens

Uma das vantagens da marcação na curva é a possibilidade de acompanhar diariamente o rendimento das aplicações de renda fixa. Sendo que esse acompanhamento pode contribuir para que o investidor consiga se manter motivado a investir todos os meses, já que ele verá o patrimônio crescer diariamente.

Além disso, ao acompanhar os rendimentos diários, o investidor não fica preocupado com a possível desvalorização dos ativos, como acontece com a marcação a mercado.

Portanto, para os investidores iniciantes, que ficam inseguros com as oscilações do mercado, acompanhar apenas o rendimento pode ser uma maneira de poupar o emocional. 

Em contrapartida, a marcação na curva pode não corresponder ao real valor de mercado da aplicação. Isso porque o valor de mercado pode ser positivo ou negativo. Como a marcação na curva demonstra somente os valores positivos, ela pode não condizer de fato com o valor do título no mercado no momento.

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Outra desvantagem da marcação na curva se refere à transferência de riquezas dentro de fundos de investimentos. Em síntese, os investidores que realizam resgates antecipados tinham lucros e geravam prejuízos para os que ficavam com os ativos até o fim.

Por isso, em 2002 o Banco Central do Brasil decidiu que a marcação a mercado deveria ser a marcação adotada nos fundos. Dessa maneira, somente os fundos que comprovarem que possuem a capacidade de manter o título até o vencimento, considerando o fluxo de recebimento que ele terá, poderão usar a marcação na curva.

Agora que você sabe como a marcação na curva funciona, aprenda mais sobre Marcação a mercado, o que é? Como funciona na renda fixa e nos fundos

Fontes: Warren, Mais retorno, Top invest e Mais retorno

Imagens: Hrtechx, Urbs, Iq, Conceitos e Suno