Mercado de câmbio: o que é e como funcionam as operações

23 de agosto de 2021, por Jaíne Jehniffer

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O mercado de câmbio é o local onde são realizadas as transações que envolvem moedas de diferentes países. Em outras palavras, o mercado de câmbio é o local onde os agentes econômicos de todo o mundo trocam moedas estrangeiras.

Como as moedas estrangeiras não possuem o mesmo poder de compra e venda, é utilizado a taxa de câmbio para que elas sejam comparáveis e possam ser trocadas no mercado de câmbio.

O mercado de câmbio é a maior divisão e conta com o maior índice de liquidez do mercado financeiro. Isso porque, a cada dia cresce mais o volume e a facilidade de realizar transações internacionais.

O que é mercado de câmbio?

O mercado de câmbio é o local onde ocorrem as transações envolvendo as moedas de diferentes países. A troca de moedas entre países é realizada por agentes econômicos que, respeitando as regras cambiais, gerenciam as relações de permuta, chamadas de divisas.

Sendo que, o processo de conversão de moedas estrangeiras (divisas) em moeda nacional é chamado de fechamento de câmbio. As operações de câmbio incluem não apenas os pagamentos e recebimentos de moedas estrangeiras, mas também transferências para o exterior e aplicações no mercado financeiro.

Por exemplo, quando um brasileiro decide viajar para a Disney, ele precisa de dólares para arcar com suas despesas nos EUA. Porém, o Banco Central do Brasil (Bacen), não imprime dólares. Sendo assim, o local onde será possível conseguir dólares é no mercado cambial.

Mesmo que o brasileiro utilize o cartão de crédito ou débito na viagem, o valor a ser deduzido na conta bancária será em reais, logo, a transação passará pelo mercado de câmbio. Um detalhe importante é que as moedas internacionais não possuem o mesmo poder de compra.

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Portanto, é necessário o uso de uma taxa para torná-las comparáveis. Dessa maneira, a taxa de câmbio é a ferramenta que viabiliza as trocas monetárias no mercado cambial. Sendo que, normalmente, a taxa de câmbio é o valor, em moeda nacional, de uma unidade de moeda internacional.

Taxa de câmbio

Na maioria dos países, a taxa de câmbio é determinada pelo mercado sem que ocorra intervenção governamental e esse tipo de taxação é conhecido como câmbio flutuante. No Brasil, o Bacen faz o acompanhamento e informa a taxa média de câmbio trabalhada pelo mercado no momento, com a intenção de servir como referência. Enfim, a taxa de câmbio pode ser apresentada de duas formas:

  1. Direta ou ao Incerto: É quando a taxa apresenta a paridade em valores da moeda estrangeira para a moeda nacional.
  2. Indireta ou ao Certo: É quando a taxa apresenta a paridade em valores da moeda nacional para a estrangeira.

Existem também as taxas usadas em compra e venda de moedas. A taxa de venda é o preço que a instituição financeira cobra para vender determinada moeda estrangeira. Já o preço de compra é o valor que a instituição aceita pagar para comprar a moeda estrangeira. 

Como funciona?

O câmbio entre moedas estrangeiras é feito de maneira eletrônica através do mercado de balcão. Desse modo, o câmbio é feito de maneira direta entre as partes ou por meio da intermediação de instituições financeiras. Este mercado permanece disponível 24 horas por dia, durante cinco dias da semana.

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A negociação das moedas ocorre nas maiores bolsas de valores e mercados do mundo como, por exemplo, Nova York, Hong Kong, Zurique, Londres, Paris e Tóquio. Portanto, o mercado de câmbio fica ativo em quase todos os fusos horários, já que quando o mercado fecha nos EUA, o mercado no Japão está abrindo. Enfim, o mercado de câmbio é estruturado em duas vertentes:

1- Mercado primário: É onde ocorre a entrada e saída de moedas em território nacional. Se encaixam nesse mercado as transações feitas por viajantes, importadores e exportadores.

2- Mercado secundário: Neste mercado não ocorre a movimentação de moeda para dentro ou fora da nação. O mercado secundário também é chamado de mercado interbancário, já que as operações são realizadas entre bancos.

Em resumo, a moeda é negociada entre instituições financeiras que compõem o sistema financeiro nacional e que são autorizadas a operar com câmbio pelo Bacen.

Quem pode comprar e vender moedas estrangeiras?

A compra e venda de moedas estrangeiras podem ser feitas por pessoas físicas e jurídicas. Não existe limite de quantidade, mas é preciso que ocorra a identificação do comprador e um respaldo documental (contrato de câmbio).

Em síntese, este documento formaliza as operações no mercado e possui as principais informações sobre a moeda, a taxa, o valor correspondente e os dados dos envolvidos na compra e venda. Sendo que as transações não especificadas e regulamentadas pelo Bacen, precisam de autorização do Banco Central. 

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As principais operações de câmbio realizadas por pessoas físicas são: investimentos, contas no exterior, encomendas, recebimento de moeda estrangeiras, compra de imóveis, pagamentos de cursos no exterior, gastos com moradia e pagamento de despesas médicas.

Por outro lado, as principais operações das pessoas jurídicas são: exportação, importação, investimento, prestação de serviços, operações estruturadas, câmbio para e-commerce e empréstimos internacionais.

Participantes do mercado de câmbio

As operações precisam ser realizadas por instituições autorizadas pelo Banco Central para operar no mercado de câmbio.

As instituições que podem ser autorizadas a atuarem no mercado de câmbio são: os bancos comerciais, múltiplos, de desenvolvimento, de câmbio e de investimento; caixas econômicas, corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, agências de fomento e ainda as sociedades de crédito, investimento e financiamento.

O Bacen é responsável não apenas por regulamentar e autorizar as instituições a atuarem no mercado de câmbio, mas também deve executar a política cambial estabelecida pelo governo através do Conselho Monetário Nacional.

Além disso, o Bacen tem o poder de fiscalizar e punir os dirigentes e entidades por meio de suspensões, multas e outros tipos de sanções. Inclusive, o Bacen pode operar no mercado comprando e vendendo divisas de maneira limitada com o objetivo de conter as variações abruptas da taxa de câmbio.

Traders

Exporta mais

Os traders do mercado de câmbio são:

1- Bancos centrais: O Banco Central é um dos traders mais influentes do mercado de câmbio. Em alguns países, o Banco Central é uma espécie de extensão do governo.

Contudo, em alguns países, o Banco Central é mais independente, já que os governos nesses países acreditam que dessa forma o crescimento econômico é mais estimulado. Seja qual for o tipo de Banco Central do país, eles são consultados regularmente pelos governos para que ocorra um alinhamento das políticas monetárias nacionais.

2- Instituições financeiras: O mercado interbancário é responsável por grandes transações e determina o preço da moeda para os traders individuais em suas plataformas de trading.

A negociação entre bancos usa sistemas de corretagem eletrônica baseadas em crédito. Isso significa que quanto maior é o banco, maiores são suas relações de crédito e melhores condições eles conseguem oferecer para os clientes.

3- Hedges: São os investidores que realizam operações com a intenção de se protegerem contra a perda de capital como resultado da oscilação da moeda em importações, investimentos e exportações.

4- Especuladores: Por fim, temos os especuladores que procuram lucrar com as variações dos preços das moedas. Ou seja, trata-se de operações de curto prazo visando altos lucros com oscilações de preços.

Como participar do mercado de câmbio?

Existem alguns tipos de aplicações envolvendo moedas estrangeiras, as principais no Brasil são:

1- Fundos cambiais: São utilizados principalmente com o objetivo de proteger o capital investido. Por exemplo, se uma fábrica precisar importar maquinário dos EUA, e nesse processo contraí uma dívida em dólares, o valor da dívida vai aumentar quando o câmbio oscilar positivamente.

Neste caso, a fábrica pode realizar um investimento em um fundo cambial no mesmo valor da dívida. Dessa maneira, quando o valor da dívida aumentar, o retorno positivo do fundo servirá para cobrir o rombo.

Entretanto, se a dívida diminuir com as variações do dólar, este excesso servirá para compensar o prejuízo na aplicação. Este tipo de operação é chamada de hedge e visa proteger o capital do investidor.

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2- Minicontratos de câmbio: Os minicontratos de câmbio são acordo de compra e venda em uma data futura. Na prática, é como uma aposta na alta ou na baixa. Sendo assim, o objetivo é tentar prever quanto o dólar estará valendo em um período futuro. Vale destacar que as operações com minicontratos de câmbio são especulativas e por isso, podem resultar em prejuízos.

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Fontes: Investorcp, Xerpay e Swap cambio

Imagens: Capital research, Brasília empresas, Opldigital, Exporta mais, Cultura mix e Akt1