3 de dezembro de 2020 - por Jaíne Jehniffer
O payback é um indicador de retorno de um investimento. Dessa maneira, ele serve como uma ferramenta a ser utilizada quando uma empresa pretende investir em um projeto e quer descobrir quando terá o dinheiro investido de volta.
O cálculo do payback é simples e de fácil aplicação. No entanto, é importante que o gestor esteja sempre atento ao seu fluxo de caixa e leve em consideração, nos planejamentos, a possibilidade de perdas.
Além de determinar o tempo para o retorno do investimento, o payback serve também para indicar o nível de risco do investimento a curto prazo. Sendo assim, para longo prazo, ele não é o mais indicado.
O que é payback
O payback, ou retorno em português, é um cálculo que visa determinar o tempo necessário para que um investimento se pague. Em outras palavras, ele é usado para descobrir o tempo preciso para se recuperar uma aplicação inicial.
Desse modo, o cálculo do payback é usado nas empresas como uma maneira de prever o tempo de retorno do investimento em um projeto. É claro que esse resultado depende do tipo de empresa e do valor do investimento.
Como calcular o payback
Calcular o payback é fácil. Entretanto, para que seja feito de maneira exata, é preciso que a correta organize o fluxo de caixa da empresa.
Dessa forma, todos os custos relacionados ao investimentos, seja com equipamentos, despesas administrativas, operacionais ou com funcionários, devem constar no fluxo de caixa. É possível ainda usar no cálculo o fluxo de caixa livre acumulado, ou seja, a soma de todos os fluxos de caixa da projeção, do início ao fim.
Com todos esses dados corretamente adicionados ao fluxo de caixa, é preciso definir o resultado médio mensal do fluxo de caixa, por meio do demonstrativo de resultados. Posteriormente, basta dividir o investimento inicial por este resultado e chega-se ao payback. Então, a fórmula fica:
PB (payback) = investimento inicial / resultado médio do fluxo de caixa
Vamos para um exemplo prático: Suponhamos que uma empresa investiu R$ 80.000,00 e o resultado médio mensal de seu fluxo de caixa tenha dado R$ 3.000,00.
Logo, aplicando os números na fórmula, temos: PB = 80.000 / 3.000 = 26,7 meses. O resultado do payback, é 26,7 meses, ou seja, são 2 anos e 3 meses, para o retorno do investimento inicial.
Um detalhe importante é que, nos meses iniciais do projeto, os resultados podem ser negativos. Porém, com os resultados positivos nos próximos meses, a tendência é que o saldo se torne positivo e o valor demonstrado no indicador de retorno seja alcançado.
Dicas para o cálculo
O cálculo do payback é simples, mas se você seguir algumas dicas, ele pode ficar ainda mais prático. Primeiramente, é preciso que você faça um inventário bem detalhado, com todas as receitas e despesas da empresa.
Assim, o ideal é que esses dados sejam separados por categorias, sendo elas: operacional, não operacional e investimentos.
Outra dica é estabelecer um período para calcular o payback que esteja de acordo com o perfil do seu negócio. Esse tempo pode variar entre 6 meses, um ano ou até mesmo 3 anos, vai depender da sua empresa.
Uma dica de ouro é a atualização do seu fluxo de caixa. É preciso que você vá adicionando ou eliminando despesas e receitas. O instituto é estar sempre de olho no seu fluxo de caixa, no plano de negócios e no seu orçamento.
Para finalizar, quando você realizar o cálculo do payback, é importante que você seja realista. Portanto, considere a possibilidade de perdas resultantes da inadimplência ou atraso dos clientes, por exemplo.
Vantagens e desvantagens
Uma vantagem de usar o payback é a facilidade com que essa estratégia pode ser aplicada, já que ela possui uma fórmula bem simples. Além disso, ela serve também como um indicador da liquidez do negócio e do grau de riscos envolvidos.
Dessa maneira, essa estratégia é útil sobretudo em projetos com alto nível de risco ou com tempo limitado. Por fim, este indicador de retorno é uma ferramenta propícia em momentos de instabilidade econômica e crises financeiras.
Por outro lado, como desvantagem, podemos destacar o fato de que o payback não considera os fluxos de caixa produzidos depois que o investimento foi recuperado. Isso é uma desvantagem porque, após o investimento ter sido recuperado, ele pode continuar dando lucros.
Em resumo, o payback é indicado apenas para projetos de curta duração, não sendo recomendado para projetos de grande porte ou muito complexos.
Payback simples versus descontado
Existem duas maneiras de se estimar o retorno de um investimento por meio do payback: através do payback simples e por meio do descontado. A principal diferença entre os dois é em relação aos dados considerados.
O payback simples é o que explicamos acima, ele serve para estimar os riscos e o tempo em que o dinheiro investido estará de volta. Contudo, ele não leva em consideração a cotação do dinheiro no decorrer do tempo e a lucratividade depois do dinheiro recuperado com o investimento.
Em contrapartida, o payback descontado é mais amplo. Sendo assim, ele considera a desvalorização do dinheiro ao longo do tempo, o custo de capital da empresa e ainda o fluxo de caixa depois de recuperado o investimento.
Para calcular o payback descontado, é preciso considerar uma taxa de desconto, que normalmente é anual. Uma das mais utilizadas é a Taxa Mínima de Atratividade (TMA). Logo, o desconto dessa taxa é aplicada em todos os fluxos de caixa. Em síntese, esse cálculo serve para trazer ao valor presente (VPL), o saldo do fluxo de caixa de um tempo futuro.
Outros indicadores
Além do payback, existem ainda outros indicadores, tais como:
Return Over Investment (ROI): O ROI, ou Retorno sobre Investimento, serve para calcular o quanto do investimento foi convertido em lucro.
Ao usar esse indicador, é importante estar atento ao fato de que o acréscimo ou decréscimo podem ser influenciados por diversos fatores, não apenas pelo investimento realizado.
Valor Presente Líquido (VPL): Este indicador objetiva mostrar a viabilidade financeira dos projetos em fase de implementação. O seu cálculo tem por base as estimativas de investimentos e a projeção do fluxo de caixa.
Taxa Interna de Retorno (TIR): Por fim, este indicador é útil para representar qual deveria ser a taxa de retorno de um investimento. Dessa forma, ele serve para verificar se a aplicação é realmente útil para a empresa.
E aí, gostou de conhecer o indicador payback? Então, aproveite para já ficar por dentro de como fazer um Balanço patrimonial, o que é? Como funciona, conceitos e para que serve
Fontes: Flua, Rock content e Contábeis
Imagens: Capital research, Ibc coaching, Lab fin provarfia, São luís MT, Celos, Treasy e Linea Brasil