Gerenciamento de risco: o que é e como fazer em seus investimentos?

4 de novembro de 2020 - por Sidemar Castro


O gerenciamento de risco funciona através do uso de técnicas para controlar os riscos dos investimentos. Portanto, a gestão de riscos é considerada como uma medida preventiva, que antecipa possíveis cenários de risco e busca meios de diluí-los. 

Dessa maneira, o gerenciamento de risco é importante para que o investidor consiga tomar medidas para diminuir os riscos de um investimento. Entretanto, as medidas servem apenas para diluir os riscos, sendo impossível os extinguir completamente.

Existem vários tipos de riscos que podem impactar um investimento. Por exemplo, o risco de liquidez. Esse risco ocorre quando, por algum motivo, o investidor deseja vender uma ação, porém não aparecem compradores para ela. Sabia mais! 

O que é gerenciamento de riscos?

Todo investimento possui riscos, até os mais conservadores, como os de renda fixa. Mesmo com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), ainda existem riscos. Afinal, o FGC possui um limite de proteção de R$ 250 mil por CPF e instituição. 

Entender que todos os investimentos possuem riscos é o primeiro passo para fazer um gerenciamento de risco. Isso porque, a gestão de riscos busca reduzir as variáveis que podem impactar negativamente o investimento. 

Como fazer a gestão de riscos

Para fazer o gerenciamento de risco, existem algumas opções de metodologias e fórmulas matemáticas. Dentre elas, uma das mais utilizadas é a Value-at-Risk (VaR). Por meio dela é possível prever a perda máxima de um investimento em determinado período.

Outra opção, fácil de ser aplicada, é o Stress Test. No teste de estresse, o investidor deve levar em consideração as diversas variáveis que podem afetar os investimentos. Como, por exemplo:

  • Política interna;
  • Mercado internacional;
  • Finanças públicas;
  • Taxa Selic;
  • Taxa de câmbio;
  • PIB;
  • Inflação.

Em resumo, para fazer o gerenciamento de risco por meio do Stress Test, basta analisar como os ativos na carteira agiram historicamente quando cada uma dessas variáveis sofreram mudanças. Após realizar o Strees Test, use os resultados para fazer a gestão de riscos da sua carteira.

O teste de estresse mostra quais são os ativos mais fracos e os mais fortes. Desse modo, você consegue optar por alternativas para reduzir os riscos da carteira, como dando preferência para aplicações em ativos fortes ou diversificando a carteira

No entanto, nenhuma metodologia de análise de risco consegue prever 100% os riscos de uma carteira. Afinal, podem surgir cenários futuros nunca antes imaginados. 

Como fazer gerenciamento de risco dos investimentos?

1) Defina seus objetivos financeiros

Antes de tudo, é essencial saber o que você quer alcançar com seus investimentos. Objetivos claros ajudam a determinar o nível de risco que você está disposto a assumir.

2) Conheça seu perfil de investidor

Identifique se você é conservador, moderado ou arrojado. Portanto, isso influencia diretamente nas suas escolhas de investimento e na sua tolerância ao risco.

3) Diversifique seu portfólio

Não coloque todos os ovos na mesma cesta. Distribua seus investimentos em diferentes ativos (ações, títulos, imóveis, etc.) para minimizar riscos específicos.

4) Faça uma análise de risco

Avalie os riscos potenciais de cada investimento. Considere fatores como volatilidade, liquidez e risco de crédito. Ferramentas como o Value at Risk (VaR) podem ser úteis.

5) Estabeleça limites de perda

Defina um limite máximo de perda que você está disposto a aceitar. Assim, isso ajuda a evitar decisões impulsivas em momentos de queda do mercado.

6) Monitore seus investimentos regularmente

Acompanhe o desempenho dos seus investimentos e faça ajustes conforme necessário. O mercado é dinâmico, e suas estratégias devem ser flexíveis para se adaptar às mudanças.

7) Use derivativos para hedging

Considere o uso de derivativos, como opções e futuros, para proteger seu portfólio contra movimentos adversos do mercado.

8) Consulte um especialista

Se necessário, busque a ajuda de um consultor financeiro. Eles podem oferecer dados valiosos e ajudar a criar uma estratégia de gerenciamento de risco personalizada.

9) Eduque-se continuamente

Mantenha-se atualizado sobre o mercado financeiro e as melhores práticas de investimento. A educação contínua é fundamental para tomar decisões informadas e eficazes.

10) Revise e ajuste sua estratégia

Periodicamente, revise sua estratégia de gerenciamento de risco e faça os ajustes necessários para garantir que ela continue alinhada com seus objetivos financeiros e perfil de risco.

Qual é a importância do gerenciamento de risco?

1) Identificação de Riscos

O gerenciamento de risco permite que as empresas identifiquem potenciais ameaças antes que elas se concretizem. Isso é importante, pois conhecer os riscos ajuda a preparar a organização para lidar com eles de forma eficaz, evitando surpresas desagradáveis que poderiam comprometer suas operações.

2) Minimização de Perdas

Ao implementar um plano de gerenciamento de riscos, as empresas podem minimizar perdas financeiras e operacionais. A análise e o controle dos riscos ajudam a evitar eventos prejudiciais, garantindo que a empresa mantenha sua saúde financeira e operacional.

3) Tomada de Decisão Informada

Com uma compreensão clara dos riscos, os gestores podem tomar decisões mais informadas e estratégicas. Ou seja, isso fortalece a capacidade da empresa de alinhar suas estratégias de negócio com seu apetite por risco, promovendo um ambiente mais seguro para o crescimento.

4) Aumento da Confiabilidade

Um bom gerenciamento de risco contribui para aumentar a confiança entre stakeholders, incluindo investidores, clientes e colaboradores. Quando uma empresa demonstra que está preparada para enfrentar incertezas, ela se torna mais confiável no mercado, o que pode resultar em melhores relações comerciais e aumento nas vendas.

5) Continuidade dos Negócios

O gerenciamento eficaz de riscos é fundamental para garantir a continuidade das operações em face de crises ou desastres. Empresas que possuem um plano sólido estão mais bem equipadas para responder rapidamente a eventos adversos, minimizando interrupções e mantendo a confiança do cliente.

6) Cumprimento Legal e Normativo

Muitas indústrias são regidas por regulamentações rigorosas. O gerenciamento de risco ajuda as empresas a se manterem em conformidade com essas normas, evitando penalidades legais e danos à reputação..

7) Identificação de Oportunidades

Além de proteger contra ameaças, o gerenciamento de risco também pode revelar oportunidades. Ao entender melhor os riscos associados a novos projetos ou investimentos, as empresas podem tomar decisões mais ousadas e informadas, potencialmente levando a novas fontes de receita.

8) Cultura Organizacional Proativa

Implementar um sistema de gerenciamento de riscos fomenta uma cultura organizacional que valoriza a proatividade e a responsabilidade. Assim, isso incentiva todos os colaboradores a estarem atentos aos riscos em suas áreas, promovendo um ambiente colaborativo onde todos contribuem para a segurança da organização.

Quais são os principais tipos de risco nos investimentos?

1) Risco de Mercado

Este risco está relacionado às flutuações nos preços dos ativos financeiros devido a fatores econômicos, políticos ou sociais. Por exemplo, uma crise econômica pode fazer com que o valor das ações caia significativamente.

2) Risco de Crédito

Refere-se à possibilidade de a instituição financeira ou empresa emissora de um título não cumprir suas obrigações de pagamento. Assim, isso pode ocorrer se a empresa enfrentar dificuldades financeiras ou falir.

3) Risco de Liquidez

Este risco ocorre quando você não consegue vender um ativo rapidamente sem reduzir seu preço. Em outras palavras, é a dificuldade de converter um investimento em dinheiro sem perder valor.

4) Risco Operacional

Envolve perdas resultantes de falhas em processos internos, sistemas ou devido a erros humanos. Por exemplo, um erro na execução de uma ordem de compra ou venda pode gerar prejuízos.

5) Risco Legal

Este risco está associado a mudanças na legislação ou regulamentação que podem afetar negativamente seus investimentos. Por exemplo, novas leis tributárias podem reduzir a rentabilidade de certos ativos.

6) Risco Sistêmico

Refere-se ao risco de colapso de todo o sistema financeiro, geralmente causado por uma crise econômica ou financeira global. Este tipo de risco é difícil de prever e pode ter impactos severos em todos os tipos de investimentos.

7) Risco de Inflação

Este risco ocorre quando a inflação reduz o poder de compra dos retornos dos seus investimentos. Se a taxa de inflação for maior que a taxa de retorno do seu investimento, você pode acabar perdendo dinheiro em termos reais.

8) Risco de Taxa de Juros

Relacionado às variações nas taxas de juros, que podem afetar o valor dos investimentos, especialmente títulos de renda fixa. Quando as taxas de juros sobem, o valor dos títulos existentes tende a cair.

Fontes: Nova Futura, XPI, Forbes, Riconnect, Dimensa, Modal Mais, Inco

SG&A: o que é, como funciona e como calcular?

DMPL: o que é, para que serve e como fazer?

Guidance: o que é, para que serve e qual a importância?

SFH: o que é e como funciona o sistema financeiro de habitação?