Regime de competência: o que é, importância e exemplos

O regime de competência registra receitas e despesas no momento em que ocorrem, independentemente do pagamento. Veja importância e exemplos!

14 de junho de 2025 - por Sidemar Castro


O regime de competência é uma forma de registrar receitas e despesas no momento em que elas acontecem, e não quando o dinheiro entra ou sai do caixa.

Esse regime é muito usado na contabilidade porque mostra de forma mais fiel como a empresa está indo. Ele ajuda a entender se ela está realmente dando lucro ou prejuízo naquele período, independentemente do fluxo de caixa.

Assim, o regime de competência considera quando o fato gerador acontece, e não quando o dinheiro é movimentado.

Veja também: Receita previsível: o que é e como aplicar?

O que é regime de competência?

O regime de competência é um método contábil que registra receitas e despesas no momento em que elas ocorrem, independentemente de quando o pagamento ou recebimento é feito. Por exemplo, se uma empresa realiza uma venda em abril, mas só recebe o pagamento em junho, a receita será registrada em abril, pois é quando a transação aconteceu.

Esse regime é essencial para manter a organização financeira de uma empresa. Ele permite que gestores tenham uma visão clara das finanças, ajudando no planejamento e na tomada de decisões. Além disso, é obrigatório para muitas empresas no Brasil, conforme a legislação fiscal.

A principal vantagem do regime de competência é a previsibilidade financeira. Ele facilita a elaboração de relatórios, como o Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE), que avalia lucros e prejuízos. Com isso, é possível identificar tendências e planejar o futuro com mais precisão.

Como funciona o regime de competência?

Registro de receitas

No regime de competência, as receitas são registradas no momento em que o serviço é prestado ou o produto é vendido, independentemente de quando o pagamento será efetivado. Por exemplo, se uma empresa vende um produto em dezembro, mas o cliente paga apenas em janeiro, a receita será contabilizada em dezembro, pois é o período em que ocorreu a venda ou entrega do serviço.

Esse método permite uma visão mais precisa da performance financeira da empresa, considerando os valores que serão recebidos no futuro. Para garantir a precisão dos registros, é essencial manter um controle rigoroso das contas a receber e emitir notas fiscais no momento adequado.

Registro de despesas

As despesas no regime de competência são registradas no momento em que são incorridas, isto é, quando o bem ou serviço é recebido ou utilizado, independentemente da data do pagamento. Por exemplo, se uma empresa recebe uma fatura em janeiro e paga apenas em fevereiro, a despesa será registrada em janeiro, pois foi nesse período que ocorreu o fato gerador da despesa.

Esse registro permite que as empresas tenham uma visão clara de suas obrigações financeiras futuras e facilita o planejamento estratégico. Exemplos comuns incluem salários de funcionários, manutenção de equipamentos e contas de fornecedores.

Exemplos de regime de competência

  • Venda de produtos: Uma empresa vende R$ 10.000 em mercadorias em dezembro de 2024, mas só recebe o pagamento em janeiro de 2025. Pelo regime de competência, essa receita será registrada em dezembro.
  • Despesa com fornecedores: Uma empresa contrata um serviço em julho e realiza o pagamento apenas em setembro. A despesa será registrada em julho, pois é o mês da realização do serviço.
  • Cartão de crédito pessoal: Imagine que uma pessoa faz várias compras ao longo de março e paga a fatura do cartão apenas em abril. No regime de competência, cada compra seria registrada na data em que foi realizada.

Esses exemplos ilustram como o regime de competência reflete a realidade econômica das transações no período correto, proporcionando maior precisão nos relatórios financeiros.

Importância do regime de competência

Manter o regime de competência é muito importante para equilibrar o setor financeiro da organização, seus investimentos e assegurar seu crescimento. Esse regime organiza as finanças da empresa e permite projeções precisas sobre seu futuro financeiro, pois as transações são registradas no momento em que ocorrem, independentemente do pagamento.

Assim, é mais fácil prever custos e planejar metas de receita, possibilitando ao gestor organizar o pagamento de despesas e antecipar as receitas. Esse modelo contribui para uma saúde financeira melhor a médio e longo prazo, facilitando o controle contábil de receitas e despesas a curto prazo.

Quais são as diferenças entre regime de competência e regime de caixa?

As diferenças entre o regime de competência e o regime de caixa são bem marcantes e influenciam diretamente na forma como as finanças são registradas e analisadas. Vamos entender cada um:

Regime de Competência

Registra receitas e despesas no momento em que elas ocorrem, independentemente de quando o dinheiro é recebido ou pago.

Esse regime oferece uma visão mais precisa do desempenho financeiro ao longo do tempo.

Regime de Caixa

Registra receitas e despesas apenas quando o dinheiro entra ou sai do caixa. Esse regime é mais simples e foca na liquidez imediata, sendo útil para entender o fluxo de caixa da empresa.

Principais diferenças

O regime de competência é ideal para avaliar o desempenho econômico, enquanto o regime de caixa é mais adequado para monitorar a liquidez. Empresas que precisam de relatórios detalhados, como o Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE), geralmente utilizam o regime de competência.

Já o regime de caixa é mais comum em negócios menores ou que operam com o Simples Nacional.

Veja também: Fato contábil: o que é, como funciona e quais as categorias?

Quais são as vantagens e as desvantagens do regime de competência?

Vantagens

A principal vantagem é que ele oferece uma visão mais realista da situação financeira da empresa. Assim, isso acontece porque as receitas e as despesas são reconhecidas no momento em que ocorrem, independentemente de terem sido recebidas ou pagas.

Além disso, o regime de competência permite um melhor casamento entre receitas e despesas. Ou seja, as despesas são reconhecidas no mesmo período em que as receitas relacionadas são geradas. Desse modo, isso proporciona uma análise mais precisa da rentabilidade de um determinado período.

Ademais, essa metodologia facilita a comparabilidade entre diferentes períodos contábeis e entre diferentes empresas. Como as transações são registradas no momento em que acontecem, a análise dos resultados ao longo do tempo se torna mais consistente.

Por fim, o regime de competência está em conformidade com os princípios contábeis geralmente aceitos e com as normas internacionais de contabilidade (IFRS). Assim, isso garante a padronização e a confiabilidade das informações financeiras.

Desvantagens

Uma das principais desvantagens é que o regime de competência pode não refletir o fluxo de caixa imediato da empresa. Uma empresa pode apresentar lucro no regime de competência, mas ter dificuldades financeiras se não receber os valores das suas vendas.

Em segundo lugar, a aplicação do regime de competência pode envolver um certo grau de subjetividade em algumas situações. Por exemplo, a estimativa de perdas com devedores duvidosos ou a depreciação de ativos podem exigir julgamentos e estimativas.

Outra desvantagem é que o regime de competência pode ser mais complexo de implementar e de entender em comparação com o regime de caixa, que registra as transações apenas quando há entrada ou saída de dinheiro.

Finalmente, para pequenas empresas com menor estrutura administrativa, o regime de competência pode demandar mais esforço e recursos para o controle e registro adequado das transações.

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Fontes: Totvs, Contabilizei, Conta Azul e Suno.

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