12 de junho de 2025 - por Sidemar Castro
O trailing stop é uma técnica que ajuda o investidor a travar seus lucros enquanto deixa espaço para o ativo continuar subindo. Ele é um aliado inteligente na gestão de riscos, criado para proteger seu dinheiro se o mercado der uma reversão inesperada.
Como ele age? Simples: você define uma “ordem de parada móvel”, que fica sempre um passo atrás do preço atual do ativo. Se o preço sobe, essa parada sobe junto, como uma sombra. Assim, você aproveita a valorização.
Mas se o preço começa a cair e atinge esse ponto móvel? Aí a ordem é acionada, encerrando sua posição automaticamente para evitar perdas maiores. É como ter um seguro que se ajusta sozinho aos movimentos do mercado.
Quer dominar essa ferramenta? Vamos te mostrar exatamente como ela funciona na prática!
Leia mais: Gerenciamento de risco: o que é e como fazer em seus investimentos?
O que é Trailing Stop?
O Trailing Stop é uma ordem inteligente que ajuda traders a gerenciar riscos de forma dinâmica. Diferente do stop loss tradicional (que trava um preço fixo), ele funciona como um “ponto de saída móvel” que acompanha o movimento do mercado.
Você define uma distância percentual ou em pontos (ex: 2% abaixo do preço atual), e essa proteção se ajusta automaticamente conforme o ativo se valoriza.
Essa ferramenta é ideal para quem quer aproveitar tendências fortes sem ficar monitorando a todo momento. Enquanto o preço caminha a favor da sua operação, o Trailing Stop “sobe junto” (em compras) ou “desce junto” (em vendas), sempre mantendo a distância de segurança que você estabeleceu.
Se o mercado reverte e toca esse nível móvel, a operação é encerrada automaticamente, travando seu lucro antes que a queda o consuma.
Assim, você limita perdas sem limitar ganhos. Em uma alta sustentada, por exemplo, seu lucro potencial é ilimitado, mas você tem um “paraquedas” contra reversões bruscas. É como ter um assistente que ajusta sua proteção conforme o mercado respira, perfeito para traders que precisam de automação.
Exemplo prático (compras em alta):
Vamos supor que você comprou ações da Empresa X a R$100,00.
- Define um Trailing Stop de 5%.
- O preço sobe para R$110,00: Seu stop móvel sobe para R$104,50 (5% abaixo de 110).
- O preço atinge R$130,00: Stop móvel agora é R$123,50 (5% abaixo de 130).
- Se o preço cair para R$123,50, a venda é acionada. Você garante R$23,50 de lucro por ação.
- Se o preço continuar subindo, seu stop “escalará” junto, sempre 5% abaixo do topo mais recente.
E isso é importante por que, sem o Trailing Stop, você poderia:
- Fixar um stop em R$104,50: Seria “tirado” da operação cedo demais, perdendo a alta posterior.
- Não usar stop: Arriscaria perder todos os lucros se uma queda repentina ocorresse.
Essa estratégia equilibra proteção e oportunidade, ideal para quem busca consistência nos resultados.
Entenda: Tolerância ao risco: saiba como definir seu perfil de investidor
Como funciona o Trailing Stop funciona?
Pense no Trailing Stop como um guardião inteligente dos seus investimentos. Ele funciona acompanhando o mercado em tempo real, ajustando-se automaticamente aos movimentos dos preços. Sua missão principal? Proteger você quando a tendência do mercado se inverte, encerrando sua posição antes que os lucros se transformem em perdas.
Vamos explorar como isso acontece em dois cenários: quando você está comprado (esperando alta) e quando está vendido (apostando na queda).
- No caso de uma operação de COMPRA:
Quando você adquire um ativo, o Trailing Stop sobe junto com o preço, como um parceiro fiel. Digamos que você define uma distância de segurança de 3%. Enquanto o valor do ativo aumenta, esse “ponto de escape” sobe na mesma proporção, sempre mantendo essa margem.
Porém, se o mercado dá uma reviravolta e o preço começa a cair, assim que atingir esse nível móvel que vinha acompanhando a alta, a operação é automaticamente encerrada. É nesse momento que seus lucros são garantidos, antes que a queda os consuma.
- Já numa operação de VENDA:
Aqui a lógica se inverte, mas a proteção é igualmente poderosa. Se você vendeu um ativo apostando na sua desvalorização, o Trailing Stop descerá junto com o preço, mantendo sempre aquela distância pré-definida (digamos, 4% acima do preço corrente).
Enquanto o ativo continua caindo, seu stop desce tranquilamente. Mas se o mercado surpreende e o preço começa a subir, ao atingir esse nível móvel que acompanhava a queda, sua posição será fechada automaticamente. Isso garante que você preserve os ganhos acumulados até ali.
Toda essa automatização acontece diretamente na plataforma da sua corretora ou home broker. Por isso, escolher uma ferramenta confiável e com taxas competitivas faz toda diferença. Assim você opera com tranquilidade, sabendo que cada centavo de lucro está sendo maximizado sem custos ocultos.
A beleza do Trailing Stop está justamente nesse equilíbrio: ele te permite surfar tendências com liberdade, mas puxa o freio de emergência exatamente quando o cenário vira contra você.
Entenda: Perfil de investidor: o que é, quais são os tipos e como descobrir?
Diferença entre Trailing Stop e Stop Loss
Vamos usar a imaginação: suponha que você está escalando uma montanha. O Stop Loss seria como fixar uma corda de segurança num ponto específico da parede: se você escorregar, ele evita que caia além dali. Já o Trailing Stop seria como ter um parceiro que sobe com você e ajusta a corda a cada metro conquistado. Se você cair, não volta ao chão, mas sim ao último ponto seguro onde esteve.
O Stop Loss é uma ordem fixa. Você define um preço exato onde quer sair da operação se o mercado virar contra você. Por exemplo: compra uma ação a R$100 e programa um stop em R$90. Se o preço despencar, sua saída será acionada nesse patamar, limitando sua perda a 10%. A vantagem é a segurança contra quedas bruscas; a desvantagem é que, se o ativo subir para R$150 depois, você não aproveita o movimento – seu lucro potencial ficou preso naquele R$90.
Já o Trailing Stop é móvel e estratégico. Ele não trava um valor, mas sim uma distância percentual ou em reais do preço atual. Digamos que você compre a mesma ação a R$100 com um trailing stop de 5%. Se o preço subir para R$120, seu stop “sobe” para R$114 (5% abaixo).
Se continuar subindo para R$150, o stop ajusta para R$142,50. Porém, se houver uma reversão e o preço cair para R$142,50, você é vendido automaticamente – garantindo R$42,50 de lucro. Enquanto o ativo valoriza, seu stop “escada” sobe degrau por degrau.
A diferença prática é sutil, mas fundamental:
- O Stop Loss é estático: protege você do abismo, mas pode tirá-lo cedo demais de uma subida promissora.
- O Trailing Stop é dinâmico: protege seus ganhos conforme eles crescem, sem limitar seu potencial.
Por isso, traders costumam usar o Stop Loss para operações arriscadas ou ativos voláteis (onde o foco é evitar perdas catastróficas), e o Trailing Stop para tendências fortes (onde querem surfar a onda máxima sem perder o lucro acumulado). Um é um salva-vidas; o outro, um guardião de tesouros.
Leia também: O que é day trade? Definição, características, vantagens, riscos e custos
Outros tipos de ordem:
Na Bolsa de Valores, as ordens não se dividem apenas entre compra e venda. Existem formatos especializados para cada objetivo, como ferramentas num kit de sobrevivência do investidor. Dominá-las é essencial para negociar com precisão. Vamos explorar cada uma:
1) Ordem a Mercado
É o modo mais direto: você quer comprar ou vender imediatamente pelo preço atual do mercado. Como funciona: Digamos que PETR4 esteja cotada a R$32.50. Ao emitir uma ordem de compra “a mercado”, você pagará exatamente esse valor. Tem execução instantânea, ideal para quem prioriza velocidade.
Em mercados voláteis, o preço pode mudar segundos após seu clique.
2) Ordem Limitada
Essa é para negociador exigente. Aqui você estabelece um teto (compra) ou piso (venda). A corretora só executa se o preço bater seu limite.
Por exemplo, para comprar VALE3: “Só quero pagar até R$68.00”. Para vender ITUB4: “Só aceito vender acima de R$34.00”.
Quando usar: quando cada centavo importa. Mas atenção: se o mercado não atingir seu preço, a ordem expira sem execução.
3) Ordem Casada
Já aqui é o combo estratégico. É um pacote onde duas ordens (geralmente compra + venda) são interligadas e condicionadas. É dinâmica: “Se eu vender X ações de BBDC4, use o dinheiro para comprar Y ações de PETR4”.
O perfil típico de quem faz rotações frequentes entre setores ou ajusta alocação automaticamente.
4) Stop Loss
Seu seguro contra quedas brutais. No stop loss você define um preço mínimo para vender automaticamente se o ativo despencar. Um cenário: comprou MGLU3 a R$3.00. Então, define stop loss em R$2.70. Se chegar a R$2.70, vende e limita a perda em 10%.
Essencial para evitar “afundar” com papéis problemáticos.
5) Trailing Stop (Stop Móvel)
Esse é o defensor de lucros. É uma versão inteligente do stop loss. Ele protege ganhos acumulados enquanto sobe/desce com o mercado.
Funciona assim: compre BBAS3 a R$55.00 com trailing stop de 4%. Se subir para R$60.00, o stop sobe para R$57.60. Se cair para R$57.60, vende e garante R$2.60 de lucro.
É o rei das tendências: Permite surfar altas sem devolver lucros.
6) Stop Gain
Stop gain o alvo automático, o oposto do stop loss: você programa a venda quando o ativo atingir um lucro desejado. Por exemplo: Comprou CVCB3 a R$6.00, define stop gain em R$7.20 (+20%). Se atingir, vende e realiza o lucro sem monitorar.
Para quem quem tem perfil conservador ou opera em zonas de resistência.
7) Stop Simultâneo (Stop S)
É o verdadeiro “Dois em Um”. Combina stop loss e stop gain numa única ordem. Como opera: Compre LREN3 a R$30.00 e defina: Stop gain: R$36.00 (+20%). Stop loss: R$27.00 (-10%)
Tem o gatilho: Se atingir R$36.00, vende com lucro e cancela o stop loss. Se cair para R$27.00, vende para evitar perda maior. O bom é que automatiza dois cenários críticos enquanto você vive sua vida.
Leia também: Tipos de ordens: o que são e como funcionam?
Fontes: Investopia, Modal Mais, Master Clear e Toro.