Wall Street: qual é a história por trás dessa famosa rua?

Certamente você já ouviu falar de Wall Street. Afinal de contas, essa rua é um dos maiores centros financeiros em todo o mundo. 

Localizada na ilha de Manhattan, a Wall Street ganhou fama por abrigar a Bolsa de Valores de Nova York. Porém, com o passar do tempo o seu nome passou a ser usado para se referir ao mercado financeiro como um todo.

Dessa forma, quando ouvimos falar sobre Wall Street o assunto da conversa pode ser o mercado financeiro como um todo e não especificamente a rua Wall Street.

O que é Wall Street?

O nome Wall Street se refere a uma rua com oito quarteirões na ilha de Manhattan, em Nova York. Nessa rua está a bolsa de Nova York (NYSE), a maior bolsa de valores do mundo.

Além disso, nessa rua estão alguns dos principais bancos e instituições do mercado financeiro e de capitais. O nome Wall Street é usado não apenas para se referir à famosa rua, mas também no sentido figurado.

Nesse caso, o termo acaba sendo usado para se referir ao mercado financeiro e de capitais como um todo. Ou seja, esse nome pode ser utilizado também ao se referir a instituições em outras partes do mundo.

Portanto, quando você ouvir o nome Wall Street, talvez ele esteja sendo usado para falar sobre o mercado financeiro e não a rua.

Outro detalhe importante é que esse nome costuma ser encurtado para The Street. Esse tipo de apelido para Wall Street costuma ser muito usado principalmente pela mídia.

Sendo assim, se você estiver assistindo um jornal e o jornalista falar sobre os lucros de uma empresa que The Street esperava pelos resultados, ele está falando sobre Wall Street.

Além de encurtar o Wall Street para The Street, é muito comum também falar sobre o que Wall Street esperava, pensava ou desejava. É como se o nome se referisse ao sentimento dos investidores de Wall Street como um todo.

História de Wall Street

É difícil determinar quando exatamente Wall Street surgiu. Isso porque, o seu significado atual foi construído ao longo dos anos. Entretanto, a instalação da bolsa de Nova York, em 1792, foi sem dúvidas um marco importante.

Apesar de ser difícil precisar a sua origem, existem alguns fatos históricos que citam a rua. Para entender a história dessa rua, primeiro temos que traduzir o seu nome.

Wall em português é muro. Já Street é rua. Logo, em tradução livre temos: a Rua do Muro. Esse nome faz muito sentido, já que no século 17, a Wall Street de fato tinha um muro.

Em síntese, entre 1685 e 1699, a atual Nova York era conhecida como Nova Amsterdã e pertencia aos holandeses.

Com o intuito de se protegerem de uma invasão, principalmente dos britânicos, os holandeses construíram uma muralha dividindo a parte habitada da ilha da região desabitada.

Sendo que na última rua da parte habitada, era feita a venda de títulos e funcionava um mercado de escravos. Como essa rua estava do lado do muro, ela foi chamada de Waalstraat.

Posteriormente, quando os britânicos invadiram a cidade, ela recebeu o nome de Nova York. O muro foi destruído, porém, o nome se manteve como Rua do Muro, só que agora em inglês: Wall Street.

No fim do século XVII, especuladores, intermediários financeiros, comerciantes e transportadores começaram a se encontrar nas imediações de um plátano de Wall Street.

O intuito era fazer negociações financeiras e contratuais. Foi assim que começaram os movimentos financeiros na região. 

Marcos históricos em Wall Street

Ao longo dos anos, o mercado financeiro norte-americano passou por diversos altos e baixos. Com isso, Wall Street presenciou diversos circuit breakers e crashes. Alguns dos eventos mais marcantes foram:

1- Crash de 1929

A crise de 1929 é também conhecida como A Grande Depressão. Trata-se de um evento que afetou não apenas o mercado norte-americano, mas também as economias de diversos países ao redor do mundo.

Antes do crash, o mercado norte-americano passou por uma grande euforia. Mas tudo isso chegou ao fim no dia 24 de outubro de 1929, quando as ações das empresas listadas na NYSE tiveram uma forte queda.

Com isso, o pânico começou a tomar conta das pessoas, empresas e instituições financeiras. O resultado da crise foi que a maior parte dos investidores teve prejuízos, empresas quebraram e bancos pediram falência.

2- Crash de 1987

Conhecida como Segunda-Feira Negra de 1987, o Crash de 1987 impactou fortemente empresas e investidores. Em resumo, no dia 19 de outubro de 1987, em uma segunda-feira, o índice Dow Jones teve uma queda de 22,6%.

O Dow Jones é um dos principais índices dos EUA e essa queda de 22% foi a maior queda já registrada em sua história.

Enfim, no caso do Crash de 1987 foram diversos os fatores que ocasionaram a queda. Alguns exemplos são: aumento da taxa básica de juros e diminuição dos investimentos estrangeiros nos EUA.

3- Bolha da Internet

A Bolha da Internet cresceu em meio às expectativas exageradas em relação às empresas de internet. Como o mercado estava eufórico, as cotações das ações dessas empresas ficaram muito acima do seu crescimento e lucro.

A consequência disso é que Wall Street presenciou mais um crash. Ou seja, a bolha estourou e os preços das ações de empresas de internet caíram de maneira geral. Alguns exemplos de empresas que se desvalorizaram foram: Intel, Microsoft e Apple.

4- Crise do subprime

Também conhecida como Crise de 2008, essa foi uma das principais crises recentes do mercado. A crise começou nos EUA, mas atingiu diversos outros países.

O que ocasionou a crise foi o fato de que os bancos nos Estados Unidos estavam emitindo uma grande quantidade de créditos imobiliários (hipotecas) para clientes de alto risco.

Além disso, as agências de rating estavam fornecendo, de forma ilegal, a classificação triple A para esses papéis de alto risco. Sendo que essas falsas classificações eram feitas em conluio com os grandes bancos.

Com o alto volume de empréstimos subprime, o número de inadimplência chegou a um nível que estourou a bolha imobiliária dos EUA. Com isso, vários bancos e seguradoras faliram.

5- Occupy Wall Street

Além das crises que marcaram Wall Street, temos ainda um movimento que ocorreu alguns anos depois da crise de 2008.

Esse movimento teve como intuito levantar o debate sobre a desigualdade social e a impunidade dos que causaram a crise de 2008.

Em outras palavras, a pauta não era apenas sobre a crise de 2008, mas também sobre o fato de que a maior parte da população tem poucos recursos financeiros.

O touro de Wall Street

O Charging Bull é uma escultura de bronze com 3,5 toneladas. Em português ele é conhecido como o Touro de Wall Street, mas o fato é que ele não está na rua Wall Street.

Na verdade ele está localizado no Bowling Green, na divisa com a Broadway. Mesmo não estando de fato em Wall Street, o Touro é uma referência a toda a região de Wall Street. 

O nome Charging Bull pode ser traduzido como Touro em Investida. Ele foi feito por um artista depois do crash de 1987 e entregue para a cidade como uma homenagem à resiliência do mercado dos EUA.

Vale destacar que o Touro em Investida faz muito sentido no mercado financeiro. Isso porque, quando as ações estão em alta, é comum falar em bull market, uma referência à forma com que o touro ataca: de baixo para cima.

O oposto do bull market é o bear market, que se refere ao ataque do uso: de cima para baixo.

Wall Street e suas empresas

Quando falamos sobre Nova York, geralmente pensamos em uma rua bem movimentada e iluminada, como a Times Square. Entretanto, Wall Street é bem diferente desse clichê.

Os prédios nessa rua possuem uma arquitetura que remete aos séculos 18, 19 e 20. Ou seja, a rua é cheia de prédios antigos e muito bem conservados.

Como a The Street é um dos principais centros financeiros do mundo, você deve estar se perguntando quais empresas estão nessa rua. De fato, Wall Street possui algumas das maiores instituições do mercado.

No entanto, com o passar do tempo, não apenas Wall Street se tornou sede de grandes companhias do mercado financeiro e de capitais, mas também toda a região.

É por isso que os seus arredores são conhecidos como distrito financeiro de NY. Desse modo, existem muitas grandes empresas não apenas em Wall Street, mas também nos arredores. Alguns exemplos de empresas são:

• JP Morgan Chase;
• Citigroup;
• Goldman Sachs;
• Deutsche Bank;
• BlackRock;
• Morgan Stanley.

Wall Street versus Main Street

Talvez você já tenha lido por aí uma comparação entre Wall Street e Main Street e tenha ficado confuso em relação às duas.

Acontece que Main Street é usado como uma metonímia ao comparar investidores de pequeno porte em relação aos que atuam em Wall Street.

Nesse sentido, Main Street representa a comunidade menos capitalizada, mas que ainda assim é muito relevante. Apesar de Wall Street e Main Street serem importantes, existe uma certa disputa entre elas.

Isso porque, as duas possuem diferentes market caps, relevância e profissionalismo no mercado. Portanto, em Main Street é comum a crítica de que os grandes players de Wall Street são gananciosos.

Já Wall Street costuma fazer chacota dizendo que os que estão em Main Street não conseguem subir no mercado.

O lobo de Wall Street

Você já deve ter ouvido falar do filme O Lobo de Wall Street, com Leonardo DiCaprio. O nome Lobo de Wall Street foi dado a Jordan Belfort, um corretor que desenvolveu um sistema ilegal para enriquecer no mercado de capitais.

Este é um filme bem conhecido entre os investidores. Se você ainda não assistiu, eu recomendo que assista. Contudo, lembre-se de que se trata de um filme e nem tudo o que aparece nas telas acontece na vida real.

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