Perfil de investidor: o que é, tipos e como descobrir o seu

O perfil de investidor é uma classificação ligada ao risco que cada um está disposto a assumir nas aplicações. Saiba qual o seu perfil.

30 de outubro de 2020 - por Sidemar Castro


Antes de investir, é muito importante entender qual é o seu perfil de investidor. Afinal, cada pessoa lida de forma diferente com riscos e oscilações no mercado. Saber se o seu perfil é conservador, moderado ou arrojado ajuda a tomar decisões mais seguras e alinhadas aos seus objetivos financeiros, evitando frustrações e escolhas impulsivas.

Neste texto, você vai descobrir quais são os perfis, o que caracteriza cada tipo, sua importância e muito mais. Vamos lá?

O que é perfil de investidor?

Antes de começar a investir, é fundamental entender qual caminho faz mais sentido com a realidade, os objetivos e até o jeito de lidar com riscos. E é aí que entra o perfil de investidor, um tipo de mapeamento que ajuda a identificar qual tipo de investimento combina melhor com cada pessoa.

Ele considera pontos como tolerância ao risco, objetivos financeiros, conhecimento sobre o mercado e o tempo que se pretende deixar o dinheiro aplicado.

No Brasil, esse processo é levado muito a sério. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) exige que corretoras e instituições financeiras apliquem um questionário obrigatório com os clientes antes de oferecer produtos de investimento.

Essa etapa é importante para garantir que ninguém acabe entrando em uma aplicação que não condiz com o próprio perfil, o que poderia gerar frustração e até prejuízo.

Portanto, o objetivo é justamente proteger o investidor, oferecendo apenas opções que estejam dentro do seu nível de conforto e conhecimento. Afinal, investir vai muito além de números: envolve planejamento, segurança e consciência sobre as próprias escolhas.

Quais são os tipos de perfil de investidor?

Os perfis de investidor seguem uma classificação definida pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Veja como funciona cada um:

1- Perfil Conservador

Como o nome já sugere, esse é o investidor que prefere a segurança à rentabilidade. Ele costuma evitar riscos e prioriza a preservação do patrimônio, mesmo que isso signifique ganhar menos.

Esse perfil é mais comum entre quem está começando a investir, ou quem não quer correr o risco de ver oscilações negativas no valor aplicado.

Por isso, os investimentos mais buscados por esse tipo de investidor são opções mais estáveis, como o Tesouro Direto, CDBs de bancos sólidos, LCIs e LCAs, além de fundos de renda fixa com baixa volatilidade.

Logo, o foco aqui é saber exatamente quanto o dinheiro vai render, com o menor risco possível.

2- Perfil Moderado

O investidor moderado já aceita um pouco mais de risco na carteira. Ele entende que, para buscar melhores retornos no médio e longo prazo, é necessário sair um pouco da zona de conforto.

Ainda assim, prefere manter um certo equilíbrio entre segurança e rentabilidade.

Nesse caso, a carteira costuma ser diversificada: pode incluir tanto títulos de renda fixa, quanto fundos multimercado, debêntures e até uma pequena fatia em renda variável, como ações ou ETFs. É um perfil que busca crescer o patrimônio, mas sem abrir mão da proteção.

3- Perfil Arrojado

Por fim, o investidor arrojado tem mais familiaridade com o mercado e está disposto a assumir riscos maiores em troca de ganhos mais expressivos.

Ele sabe que a volatilidade faz parte do jogo e lida melhor com oscilações, inclusive quando isso envolve a perda.

Esse perfil costuma ter uma carteira mais agressiva, com boa parte alocada em renda variável, além de investimentos no exterior, ativos alternativos e até criptoativos, dependendo da estratégia.

Mesmo assim, é comum que esse perfil mantenha uma parcela em renda fixa, para ajudar a equilibrar eventuais perdas no curto prazo.

Tipos de investimentos indicados para cada perfil de investidor

1- Perfil Conservador

Como a gente já viu, quem tem um perfil conservador costuma buscar segurança em primeiro lugar. Por isso, os investimentos mais indicados são aqueles que têm baixo risco e mais previsibilidade de retorno.

Entre as opções mais procuradas estão os títulos de renda fixa, como o Tesouro Direto, CDBs de bancos confiáveis, LCIs e LCAs, além de fundos conservadores com foco em estabilidade.

Ou seja, o foco aqui é manter o patrimônio protegido, com ganhos consistentes ao longo do tempo.

2- Perfil Moderado

O investidor moderado já aceita um pouco mais de risco na carteira. Por isso, esse perfil está disposto a diversificar os investimentos, combinando renda fixa com renda variável, como ações mais estáveis, fundos multimercado, ETFs e debêntures.

Essas opções funcionam como uma boa estratégia para quem tem objetivos de médio ou longo prazo e quer ver o patrimônio crescer, mas sem abrir mão de uma certa proteção.

3- Perfil Arrojado

Já o perfil arrojado é mais ousado. Por isso, normalmente, esse perfil tem maior conhecimento do mercado e está mais preparado para lidar com as oscilações.

A carteira costuma incluir ações, criptomoedas, fundos de ações, investimentos internacionais, entre outros produtos com maior volatilidade. A ideia é aproveitar oportunidades de alta, mesmo que isso signifique enfrentar alguns períodos de queda.

Como descobrir o seu perfil de investidor?

Questionário de suitability

Importância de saber o seu perfil de investidor

Entender o próprio perfil de investidor é um dos primeiros passos para quem está começando no mundo dos investimentos. Isso porque ele serve como um guia, ajudando a tomar decisões mais conscientes, alinhadas com os objetivos financeiros, a tolerância ao risco e até o prazo que se tem em mente para alcançar metas.

Cada pessoa tem um jeito diferente de lidar com o dinheiro. Algumas preferem a segurança de saber exatamente quanto vão ganhar, mesmo que o retorno seja menor.

Esse conhecimento ajuda a evitar decisões impulsivas e reduz a chance de cair em armadilhas, como aplicar em algo que promete muito retorno, mas que não combina com o nível de conforto com perdas ou oscilações.

Além disso, conhecer o perfil também permite montar uma carteira diversificada de forma mais inteligente, equilibrando riscos e retornos de acordo com o que faz sentido para cada fase da vida.

Outro ponto importante é que o perfil de investidor não é algo fixo. Ele pode mudar com o tempo, conforme os objetivos mudam, o conhecimento sobre o mercado aumenta ou até quando a situação financeira fica mais estável. Por isso, vale a pena revisitar esse perfil.

No fim das contas, saber o seu perfil é como ter um mapa nas mãos: ele mostra onde arriscar de forma mais inteligente, onde vale investir um pouco mais e, principalmente, como seguir de forma mais segura em direção aos seus objetivos financeiros.

Dicas de investimento de acordo com o seu perfil de investidor

O primeiro passo antes de começar a investir é fazer uma pergunta simples, mas muito importante: “Estou realmente disposto a correr riscos com meu dinheiro?”. Afinal, essa reflexão pode evitar escolhas que gerem frustração no futuro.

Para entender melhor, imagine uma pessoa com um perfil conservador, que prefere segurança e estabilidade, mas decide investir todo o dinheiro em ações de empresas em crescimento, que sofrem grandes oscilações. Ao ver o valor da aplicação cair em poucos dias, o susto pode ser grande e a reação impulsiva de sacar o dinheiro pode gerar perdas consideráveis.

Por outro lado, pense em alguém com perfil arrojado, que está acostumado a correr mais riscos e busca retorno elevado. Se essa pessoa investe tudo apenas em renda fixa pode se sentir frustrada com os resultados mais lentos, pois o rendimento não acompanha suas expectativas de ganho.

Depois de definido o perfil, vem outro ponto essencial: manter a frequência nos investimentos. Isso porque investir de forma consistente, mesmo que com valores menores, é um dos segredos para fazer o dinheiro crescer ao longo do tempo.

E, por fim, uma dica valiosa: não concentre todos os investimentos em apenas um tipo de aplicação. Mesmo dentro do seu perfil, vale diversificar. Afinal, a diversificação é uma das melhores formas de proteger seu dinheiro e buscar melhores oportunidades, sem abrir mão da segurança.

Consequências de investir fora do seu perdil de investidor

Investir fora do próprio perfil pode trazer uma série de consequências. Quando o investimento não está alinhado com o que a pessoa realmente espera, os impactos podem aparecer de várias formas, afetando tanto a saúde emocional quanto o planejamento financeiro.

Uma das primeiras consequências costuma ser o desconforto emocional diante das oscilações do mercado. Ver o valor do investimento cair pode ser angustiante para quem não está preparado.

Isso gera ansiedade, insegurança e até aquela sensação de “isso não é pra mim”, quando, na verdade, o problema foi apenas a escolha de um produto que não combinava com o perfil da pessoa.

Outro risco comum é a venda precipitada de ativos em momentos de baixa. Quando a tolerância ao risco não é respeitada, é mais fácil tomar decisões impulsivas. Em vez de segurar um ativo e esperar pela recuperação, o investidor acaba vendendo no pior momento possível, o que transforma uma perda temporária em um prejuízo real.

Além disso, investir fora do perfil pode comprometer objetivos financeiros importantes. Se a ideia era juntar dinheiro para a aposentadoria, uma viagem ou a compra de um imóvel, por exemplo, correr mais risco do que se está preparado pode colocar tudo isso em jogo.

Por fim, há também o impacto para a própria instituição financeira. Quando um produto é oferecido sem levar em conta o perfil do cliente, existe o risco de descumprimento das normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Isso, sem dúvidas, pode gerar sanções e comprometer a relação de confiança entre cliente e instituição.

Independente do perfil, é interessante diversificar entre os ativos voltados para cada perfil. Ficou na dúvida de como fazer essa diversificação? Então, assista ao vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha, e entenda:

Fontes: Riconnect, Expert XP, Nomad, Santander, PagSeguro, Como Investir, Suno, Nu Invest, Modal mais, CNN Brasil

Diferenças entre conta corrente e conta poupança

Custo Brasil: o que é, efeitos e como funciona

Índices de preços: o que são, quais são, para que servem

NDF (Non Deliverable Forward): o que é e como funciona?