Os investimentos de renda variável são aqueles que passam por constantes oscilações nos preços. Isso significa que o retorno desse tipo de ativo é imprevisível.
O que é renda variável
Os investimentos de renda variável passam por oscilações constantes de preço. Isso faz com que o retorno seja imprevisível. Sendo que os preços dos ativos vão variar de acordo com as condições do mercado.
Nesse sentido, os ativos de renda variável são diferentes dos títulos de renda fixa. Isso porque, na renda fixa, você já sabe desde a aplicação como irá funcionar o retorno da aplicação.
Além disso, boa parte dos títulos de renda fixa têm algum tipo de garantia. O mesmo não ocorre com a renda variável, já que ela não possui garantias.
Na prática, na renda fixa você tem uma previsibilidade em relação ao retorno. Por exemplo, ao investir no Tesouro IPCA+, você sabe que vai receber o IPCA mais uma taxa de juros.
Por outro lado, ao investir em ações você pode ganhar com a valorização dos ativos e com a distribuição de proventos. Mas não existem garantias de que isso vai acontecer.
Inclusive, pode acontecer das ações se desvalorizarem e você perder dinheiro!
Tipos de investimentos em renda variável
Alguns tipos de investimentos de renda variável são:
1- Ações
Em síntese, as ações são frações das empresas de capital aberto. Sendo que elas são negociadas na bolsa de valores. Ao comprar ações, você se torna sócio da empresa e tem alguns direitos.
Com o investimento em ações, você pode lucrar tanto com a valorização dos papéis, quanto com a distribuição de proventos.
No longo prazo, as ações de uma empresa tendem a se valorizar. Mas não existem garantias de que isso irá acontecer.
Já em relação aos proventos, as empresas são obrigadas a distribuir uma parte dos seus lucros aos acionistas por meio da distribuição de dividendos.
2- Fundos imobiliários (FIIs)
O Fundos de Investimento Imobiliário (FII) é um tipo de fundo de investimento com foco na aplicação em imóveis ou títulos relacionados ao setor imobiliário.
De maneira geral, os FIIs distribuem os ganhos entre os acionistas de forma mensal. Isso de forma proporcional a quantidade de cotas que cada investidor possui.
Lembrando que mesmo com a distribuição regular de proventos, os FIIs são ativos de renda variável. Sendo assim, as suas cotas passam por oscilações de preços.
3- ETFs
A sigla ETF significa Exchange Traded Funds. Trata-se de um fundo que usa um índice de referência. Desse modo, o ETF investe nos mesmos ativos da carteira teórica do índice de referência.
O intuito é obter um resultado similar ao índice usado como base. Uma das vantagens de investir em ETFs é a praticidade. Existe também a vantagem de que os ETFs têm custos mais baixos do que os fundos no geral.
4- Opções
Em resumo, uma opção é o direito de comprar ou vender um ativo em uma data futura, por um preço preestabelecido.
Ou seja, funciona como um contrato onde você tem a opção (e não a obrigação), de comprar certo ativo no futuro por um preço previamente determinado.
5- Câmbio
Investir em câmbio quer dizer fazer aplicações que envolvam moedas.
Essa é uma opção de ativo de renda variável que, geralmente, é usada para diversificar a carteira e proteger o patrimônio contra as oscilações da economia brasileira.
Existem várias formas de investir em câmbio. Um exemplo disso são os fundos cambiais, que aplicam pelo menos 80% do patrimônio em ativos relacionados a moedas.
6- Futuros
Os contratos futuros são negociados no mercado futuro da B3. Em síntese, eles são acordos de compra e venda de ativos, por um preço previamente definido, em uma data futura.
Vale destacar que este tipo de mercado envolve especulação financeira. Portanto, ele conta com altos riscos e você deve ter um amplo conhecimento do mercado antes de operar futuros.
7- Fundos de investimento
Os fundos de investimento funcionam como uma reunião de investidores com foco em investir em ativos específicos. Existem vários tipos de fundos, de acordo com o ativo que ele possui na carteira.
Sendo que o risco do fundo também está relacionado com o tipo de ativo. Por exemplo, um fundo de renda fixa tem um risco menor do que um fundo de ações.
Uma das grandes vantagens dos fundos é a praticidade. Isso porque, você não precisa escolher os ativos, este é o papel do gestor do fundo.
8- Criptomoedas
Por fim, temos ainda as criptomoedas. Em resumo, as criptomoedas são moedas digitais descentralizadas. Sendo assim, elas não são produzidas e nem controladas pelo governo.
Além disso, a negociação ocorre por meio das exchanges de criptomoedas. As exchanges funcionam como intermediadoras das negociações de criptos, garantindo a segurança nas negociações.
Vale destacar que as criptomoedas passam por grandes oscilações em curtos espaços de tempo. Sendo assim, você precisa ter bastante estômago.
É seguro investir em renda variável?
Depende do ponto de vista. O processo de investir em si é seguro. Mas não existe segurança no sentido de que você não vai perder dinheiro.
A B3 é responsável por organizar, manter, controlar e garantir sistemas apropriados para as negociações de ativos.
Sendo que, para garantir a confiabilidade, existe uma série de regras em relação a transparência na divulgação de informações e a segurança na compensação e liquidação dos negócios foi estabelecida.
Além dessa autorregulação da B3, existe ainda a atuação da CVM – Comissão de Valores Mobiliários. Em resumo, a CVM é uma autarquia do governo federal.
Ela é a responsável por regulamentar, fiscalizar, julgar e punir os agentes de mercado que não seguirem as regras. Além disso, existe ainda o MRP – Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos, que visa proteger os investidores.
Na prática, o MRP devolve até R$ 120 mil por prejuízos causados por corretoras, distribuidoras e agentes autônomos.
Desse modo, o MRP pode ser acionada quando uma pessoa perde dinheiro por causa da execução errada de uma ordem (de compra ou venda), pelo uso dos recursos do investidor em operações não solicitadas ou porque a corretora quebrou.
Repare que o MRP ressarce o prejuízo em casos específicos e não por causa que certo ativo que você investiu desvalorizou e você perdeu dinheiro.
Vantagens e desvantagens da renda variável
A grande vantagem de investir em renda variável são as chances de conseguir um retorno maior do que em aplicações de renda fixa.
No entanto, essa possibilidade de altos ganhos vem acompanhada de um risco maior. Lembrando que na renda fixa você não conta com nenhum tipo de garantia, como ocorre na renda fixa.
Além disso, existe o fato de que os ativos de renda variável passam por oscilações constantes. Sendo assim, o preço dos ativos pode subir ou cair rapidamente. Isso exige muito estômago por parte dos investidores!
Em contrapartida, existem vários tipos de ativos no mercado de renda variável. Com isso, você pode investir em vários tipos de segmentos de acordo com o seu objetivo.
Qual é a hora certa para começar a investir em renda variável?
Depende. A hora certa de começar a investir em renda variável vai depender dos seus objetivos e perfil de investidor. Além disso, é bom que você tenha uma certa experiência e paciência para lidar com as oscilações.
É por isso que grande parte dos investidores começam investindo em renda fixa e depois vão aplicando em renda variável aos poucos.
É preciso levar em conta também o momento do mercado. Não é legal, por exemplo, investir em ativos quando ele está na alta.
Ao invés disso, é melhor investir na baixa, assim o ativo tem espaço para se valorizar. Logo, você aumenta as suas chances de ter altos ganhos.
Vale destacar que você não precisa esperar o momento em que a ação vai chegar em seu valor mínimo. Isso é bem difícil de identificar. A questão é evitar os momentos de grandes altas do mercado.
Dá para investir em renda variável com pouco dinheiro?
Sim! Existem boas ações por menos de 10,00 reais na bolsa de valores. Portanto, ter pouco dinheiro não é desculpa para deixar de investir.
As ações são negociadas em lotes padrões de 100. Mas você não precisa comprar um lote todo, você pode comprar unidades de ações no mercado fracionário.
Apesar de ser possível investir com pouco dinheiro, o mais recomendado é que você se organize para investir um valor X todos os meses.
Por exemplo, 100, 200 ou 300 reais por mês. Repare que ainda são valores baixos, mas que ao serem investidos todos os meses durante anos, resultam em um valor considerável.
Outra dica é que ao escolher a corretora, verifique quais são os custos. Isso porque, como você vai investir pouco, os custos representar um valor considerável.
Mas não se preocupe, existem várias corretoras que cobram taxas bem baixas ou que já zeraram muitas taxas. Um exemplo disso é a Fisher corretoras de valores.
Por fim, ao investir não deixe de levar em conta o Imposto de Renda. A alíquota e a forma de cobrar o imposto vai depender do tipo de aplicação. Por isso, você deve verificar isso antes de escolher um ativo.
Por exemplo, no caso das ações, a alíquota de IR é de 15% para ganhos com a venda de ações. Isso se a venda ultrapassar o valor de R$ 20 mil por mês.
Enfim, para entender melhor sobre como funciona o investimento em ações, confira o texto: como funciona o mercado de ações.
Fonte: Infomoney.