2 de julho de 2021 - por Jaíne Jehniffer
Com a forte queda do Bitcoin nas últimas semanas, alguns investidores estão se questionando se este é o fim do Bitcoin e se ele ainda compensa.
Pensando nisso, preparamos um texto explicando o contexto de queda do Bitcoin para que você possa tirar suas próprias conclusões sobre se ainda vale a pena investir nessa criptomoeda.
Lembrando que, apesar de falarmos sobre a possibilidade do Bitcoin chegar ao fim, esse texto não deve ser considerado como uma indicação do que você deve ou não fazer com as suas criptomoedas.
Valorização do Bitcoin
Em 2021, o preço do Bitcoin subiu e bateu o recorde de US$ 63 mil. Também houve uma mudança no tipo de investidor da moeda digital. Isso porque, inicialmente, apenas as pessoas do universo mais nerd e programadores apostavam no sucesso dessa criptomoeda.
Entretanto, com o passar do tempo, pessoas de outras áreas e empresas começaram a se interessar pelo Bitcoin. Esse interesse continuou a evoluir e, atualmente, grandes gestores de fundos de investimento e empresas do mercado financeiro tradicional começaram a aceitar essa criptomoeda.
Além disso, grandes nomes do mercado financeiro, como, por exemplo, Ray Dalio, autor do livro Princípios, começaram a comentar sobre o Bitcoin. Empresas famosas também investiram nesse criptoativo, como foi o caso da Tesla, que comprou US$ 1,5 bilhão em Bitcoins.
Inclusive, a Tesla também passou a aceitar a moeda digital como pagamento (e voltou atrás um tempo depois). O Paypal foi outra empresa que passou a aceitar a criptomoeda nos pagamentos nos Estados Unidos. A consequência do aumento da aceitação do Bitcoin foi a subida de cerca de 122% no preço da criptomoeda.
Expectativa do mercado
Com o contexto de valorização, as pessoas começaram a acreditar que a criptomoeda iria subir para sempre. Sendo assim, até mesmo as pessoas que não conheciam o Bitcoin, foram influenciados pelo clima de festa e movidos pelo desejo de ganhar dinheiro fácil, compraram Bitcoin. O Bitcoin também passou a ser visto como uma opção para a reserva de valor.
Em síntese, uma reserva de valor serve para proteger o patrimônio do investidor contra as oscilações e a inflação. Dessa forma, as principais características de uma boa reserva de valor é preservação do valor ao longo do tempo, escassez, não se deteriorar com o tempo e ter liquidez.
Como o ouro possui todas essas características, ele é o ativo mais usado como reserva de valor. Contudo, como o Bitcoin corresponde a algumas das características de uma reserva de valor, ele passou a ser visto por alguns investidores como um ativo que poderia ser usado juntamente com o ouro na reserva de valor.
Queda e fim do Bitcoin
Apesar de ter subido bastante em 2021 e os investidores terem criado expectativas com a criptomoeda, o fato é que o Bitcoin é bastante volátil. Desse modo, os seus preços podem subir ou despencar de acordo com as notícias e expectativas do mercado.
Por exemplo, somente o fato do Elon Musk, anunciar que a Tesla não vai mais aceitar o Bitcoin, a não ser que o processo de mineração se torne mais sustentável, fez com que o preço caísse muito. Elon Musk adotou esse posicionamento, pois a Tesla segue as diretrizes do ESG e procura reduzir os impactos no meio ambiente.
Logo, o fato de uma empresa com preocupação ambiental aceitar e utilizar uma criptomoeda que possui um alto gasto energético, estava meio contraditório. A solução encontrada por Elon Musk foi determinar que a Tesla voltaria a aceitar o Bitcoin, desde que 50% do consumo de energia da criptomoeda venha de energia limpa.
Além de toda a novela envolvendo as declarações de Elon Musk e o Bitcoin, alguns outros posicionamentos serviram para impactar ainda mais os preços da criptomoeda. Por exemplo, Nassim Nicholas Taleb autor de vários livros como Antifrágil, declarou que o Bitcoin falhou como moeda e virou uma espécie de pirâmide.
Para piorar a situação, em junho de 2021 a China proibiu os bancos e a Alipay de usarem o Bitcoin. Como boa parte dos mineradores estão na China, a declaração do governo causou uma forte desvalorização nos preços da criptomoeda.
É o fim do Bitcoin?
Com todas as notícias e declarações negativas contribuíram para que o Bitcoin se desvalorizasse muito e os investidores se questionassem se este é o fim do Bitcoin. A resposta para essa dúvida irá depender do motivo pelo qual cada pessoa possui criptomoedas na carteira.
Por exemplo, para uma pessoa que comprou Bitcoin apenas porque o preço estava subindo, então talvez a criptomoeda de fato tenha morrido. Em contrapartida, se você tiver investido na criptomoeda devido às suas características, então não é o fim do Bitcoin.
Se você aplicou em Bitcoin por causa das suas características, para analisar se aplicar nessas criptomoedas ainda vale a pena, basta verificar se ela continua tendo suas características principais tais como:
- Descentralizado: A moeda digital não depende da intermediação dos bancos, já que ela é totalmente descentralizada.
- Deflacionário: Diferente das moedas fiduciárias, o Bitcoin é deflacionário, pois não pode ser criado pelos governos.
- Sem fronteiras: A transferência de criptomoedas não são impedidas por fronteiras, logo, a transferência internacional é rápida e fácil.
- Não existe volta: Depois que o Bitcoin foi transferido, não existe obrigação dele voltar.
Como o Bitcoin continua com todas as características descritas acima e se você tiver aplicado nele por causa dessas características e não pela alta, então pode ser que o Bitcoin ainda faça sentido para você. Para entender mais sobre isso, veja o vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha:
Enfim, agora que você sabe se o Bitcoin vai acabar ou não, aprenda como Declarar Bitcoin e outras criptomoedas – Obrigatoriedade e passo a passo
Fonte: Investidor Sardinha
Imagens: Infomoney, Money times, Coin gape, Isto é dinheiro e G1