29 de outubro de 2020 - por Sidemar Castro
Stéphanie Fleury é a fundadora da carteira digital DinDin, que em 2020 foi adquirida pelo banco Bradesco. A ideia de criar uma rede social que possibilitasse pagamentos veio de uma corrida de táxi.
Acontece que ela e a amiga Juliana Hadad iam dividir a conta da viagem de táxi. No momento do pagamento, Fleury teve seu primeiro contato com a plataforma Venmo, que possibilita o pagamento online.
Assim, as duas amigas decidiram se arriscar e criar uma empresa brasileira que também possibilitasse pagamentos, mas que, além disso, fosse uma rede social.
Quer saber mais sobre os empreendimentos de Stéphanie Fleury? Conheça sua vuda e trajetória a seguir.
Quem é Stéphanie Fleury?
Stéphanie Fleury é uma empresária brasileira fundadora de várias empresas, dentre elas, a startup DinDin. Em resumo, a DinDin é uma fintech que funciona como carteira digital por meio do qual é possível realizar pagamentos.
As fintechs são as startups voltadas para a área financeira. Com o sucesso do DinDin, veio o anúncio da venda da fintech para o banco Bradesco em 2020. A aquisição foi realizada pela Bitz, a carteira digital do Bradesco, que busca expandir suas operações no segmento de serviços financeiros digitais
Carreira de Stéphanie Fleury
Formação e primeiros trabalhos
A empresária Stéphanie Fleury, é formada pela pela PUC-Rio, em administração de empresas. Quando tinha 19 anos, Fleury viveu por dois anos na Jamaica, onde trabalhava como consultora no setor de telefonia. Ao voltar para o Brasil, Fleury decidiu mudar de área.
Dessa forma, ela optou por se aprofundar em um setor que gostava, o de eventos. Então, Stéphanie Fleury criou a +55, uma agência de eventos. O nome era uma referência ao código telefônico brasileiro. Com o crescimento da +55, veio a criação de uma agência de viagens.
DinDin
Por fim, a ideia do DinDin apareceu. Apesar da experiência internacional, Stéphanie Fleury possuía pouco conhecimento sobre tecnologia e finanças quando decidiu abrir a empresa.
No entanto, isso não impediu Fleury de começar o negócio. A empresária arregaçou as mangas e foi estudar o mercado. Posteriormente, cerca de um ano depois, ela lançou o DinDin, em 2016.
Algumas pessoas tentaram dissuadir a empresária, já que a empresa, na prática, iria competir com grandes bancos. Mas, determinada, Fleury seguiu em frente, juntou as economias e investiu na empresa.
O DinDin foi inspirado em um aplicativo norte-americano, que a empresária teve contato enquanto estava no exterior. Desse modo, inicialmente, o DinDin foi lançado como um aplicativo para servir como rede social.
Entretanto, além de ser uma rede social, ele também permite a transferência de dinheiro entre pessoas pertencentes a lista telefônica dos usuários do aplicativo.
No entanto, depois dos primeiros meses de lançamento do aplicativo, ficou claro que algumas mudanças teriam que ser feitas. O que mais motivou as mudanças de abordagem, foi a percepção de que o público que ela gostaria de atingir não possuía conta bancária.
Desse modo, o DinDin passou a oferecer a abertura de conta digital e a disponibilidade de vários serviços, como cartão pré-pago.
Venda do DinDin
Depois de todo o sufoco enfrentado por Stéphanie Fleury, ela conseguiu fazer o DinDin crescer. Consequentemente, recebeu prêmios e foi até mesmo convidada para representar o país em uma competição internacional para mulheres empreendedoras.
Com o crescimento da empresa e o destaque da empresária, era natural que ela chamasse a atenção dos grandes bancos tradicionais. Portanto, no final de 2019, o Bradesco procurou a empresária.
A proposta de compra da empresa foi feita e, após alguns meses, foi anunciado, em setembro de 2020, a compra do DinDin pelo Bradesco, através da Bitz. Desse modo, aos poucos os clientes do DinDin serão transferidos para o Bitz, fintech do Bradesco.
Já Stéphanie Fleury ficou como CEO do DinDin e também como diretora comercial do Bitz. O valor de venda da fintech não foi anunciado.
Demais atuações
Durante o processo de crescimento da empresa, Stéphanie Fleury teve que lidar com o machismo predominante no mercado financeiro. Dessa maneira, ela encontrou dificuldades em conseguir investimentos e convencer as pessoas de que a empresa tinha potencial.
Além disso, Stéphanie Fleury enfrentou desconfiança e situações em que teve que recorrer a amigos homens para a acompanhar em reuniões, para que o negócio fosse visto com maior credibilidade.
Apesar dos obstáculos, a empresária conseguiu superar todo o preconceito, se tornando a primeira mulher a vender uma startup da área financeira.
Outro desafio enfrentado por Stéphanie Fleury foi em relação ao dinheiro. Muitas startups fecham pouco depois de abrirem as portas, justamente por falta de financiamento.
Porém, esse contratempo também foi superado, já que, em 2018, a empresa conseguiu captar 46 pessoas por meio da fintech EqSeed. Dessa maneira, o DinDin teve uma captação de R$ 600 mil em 12 dias. Foi um verdadeiro recorde.
Mas antes da reviravolta completa da empresa, outro susto estava preparado para a empresária. Acontece que o dinheiro da empresa estava armazenado no Neon. Entretanto, o Banco Central havia pedido a liquidação do Neon. Mas Fleury conseguiu resgatar o dinheiro e investir no crescimento da empresa.
7 dicas de Stéphanie Fleury para mulheres que empreendem
Como teve que enfrentar muito machismo, devido ao fato de que o mercado financeiro ainda é predominantemente composto por homens, Stéphanie Fleury dá algumas dicas para as empreendedoras que, infelizmente, também precisam passar por isso:
1) Acredite no seu potencial
Stéphanie enfatiza a importância de reconhecer suas habilidades e acreditar que você pode ter sucesso. Essa autoconfiança é fundamental para enfrentar os desafios do empreendedorismo, especialmente em setores dominados por homens.
2) Mantenha tudo em ordem
Ter uma estrutura organizacional sólida é fundamental. Stéphanie recomenda que as empreendedoras mantenham a contabilidade e a documentação em dia, pois isso facilita negociações futuras e demonstra profissionalismo aos investidores.
3) Identifique o momento certo para agir
Saber quando é o momento certo para vender ou expandir seu negócio é vital. Stéphanie compartilha que, ao perceber o interesse de grandes empresas, como o Bradesco, ela decidiu que era hora de se unir a um gigante do setor, o que acelerou o crescimento da sua fintech.
4) Busque sempre aprender
A educação contínua é uma prioridade. Fleury sugere que as empreendedoras se mantenham atualizadas sobre as tendências do mercado e busquem cursos e mentorias que possam enriquecer seu conhecimento e habilidades.
5) Construa uma rede de apoio
Ter uma rede de contatos forte pode abrir portas e proporcionar oportunidades valiosas. Stéphanie destaca a importância de interagir com outras mulheres empreendedoras e mentores que podem oferecer conselhos e suporte.
6) Não tenha medo de arriscar
O empreendedorismo envolve riscos, e Stéphanie acredita que é preciso estar disposta a se arriscar para alcançar grandes resultados. Ela menciona que todo empreendedor deve ter um perfil agressivo em relação a investimentos e decisões de negócios.
7) Celebre suas conquistas
Reconhecer e celebrar cada conquista, por menor que seja, ajuda a manter a motivação alta. Fleury sugere que as empreendedoras façam uma pausa para refletir sobre seus sucessos e aprendizados ao longo da jornada.
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Fontes: Finsiders Brasil, Motive Ação Palestras, Forbes