Agências classificadoras de risco: o que são e como funcionam

As agências classificadoras de risco são empresas independentes focadas na avaliação de risco de crédito de instituições públicas e privadas.

2 de agosto de 2021 - por Jaíne Jehniffer


Todos os tipos de investimento disponíveis no mercado possuem algum grau de risco. No entanto, nem sempre é fácil determinar qual o risco de aplicar em uma instituição ou país. A solução para isso são as agências classificadoras de risco. 

Essas agências analisam instituições públicas e privadas e dão uma nota para determinar qual o grau de risco que o investidor corre ao aplicar nos ativos dessas instituições. Sendo que, para verificar o risco, as agências realizam análises técnicas quantitativas.

Dessa maneira, de acordo com a situação financeira da empresa, as agências determinam notas de grau de investimento ou grau especulativo. Ao consultar estas notas, o investidor consegue avaliar se os juros oferecidos condizem com o risco da aplicação.

O que são agências classificadoras de risco?

As agências classificadoras de risco, também conhecidas como agências de rating ou agências de avaliação de risco, são empresas independentes focadas na avaliação de risco de crédito de instituições públicas e privadas.

Ou seja, as agências monitoram as atividades financeiras de várias instituições públicas e privadas com o objetivo de avaliar o nível de risco de crédito de cada uma delas. Dessa forma, o resultado dessa avaliação é divulgado por meio de um relatório financeiro e pela atribuição de notas de risco, chamadas de rating.

Agências classificadoras de risco: o que são e como funcionam

Capital research

As agências classificadoras de risco surgiram no início do século passado, nos Estados Unidos. Elas foram criadas por conta de algumas empresas que precisavam captar recursos além do que eram capazes pelos meios usuais, que eram baseados nas relações de proximidade com os credores.

Desse modo, era necessário que agências independentes avaliassem a situação financeira das empresas. A primeira agência a ser criada foi a Moody’s em 1909 por John Moody. Posteriormente, foi fundada a Poor’s Company por Henry Poor, em 1916.

Em 1941 ela se juntou com a Standard Statistics e formou a Standard & Poor’s. Já a Fitch passou a emitir rating em 1924. No momento, essas são as três maiores agências classificadoras de risco do mundo.

Como a avaliação funciona?

As agências classificadoras de risco utilizam uma série de critérios técnicos para avaliar as instituições, tais como:

  • Estabilidade financeira e capacidade de caixa para operar e fazer pagamentos;
  • Nível de endividamento no curto e longo prazo;
  • Qualidade dos títulos e de suas garantias;
  • Histórico de crédito (existência ou não de calotes);
  • Capacidade da instituição em gerenciar e reduzir os riscos de qualquer natureza;
  • Nível técnico dos executivos e gestores da instituição;
  • Condições econômicas e risco do país onde a instituição está localizada.
Agências classificadoras de risco: o que são e como funcionam

Rico

Importância da classificação de risco

Através das avaliações das agências classificadoras de risco o mercado consegue uma visão clara e isenta de qual é o risco de investir em determinada instituição, empresa, país, estado ou cidade. É por este motivo que as notas de rating são usadas por investidores no mundo todo.

Inclusive, alguns tipos de fundos de investimentos só podem investir em ações, empresas, países e títulos de governos que possuam grau de investimento. Por outro lado, as instituições procuram a avaliação das agências como uma maneira de mostrar aos potenciais investidores qual a qualidade de seus produtos.

Agências classificadoras de risco: o que são e como funcionam

Abc71

Em relação aos investimentos em renda fixa, normalmente os investidores brasileiros não dão muita atenção para os ratings de classificação de risco. Isso porque no Brasil nós temos o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) que devolve até R$ 250 mil por CPF e instituição, em caso de calote.

Contudo, mesmo com a proteção do FGC, é importante que o investidor considere os riscos da operação, já que o FGC tem limite e prazo para realizar a devolução do dinheiro. A classificação de risco serve também para que você possa verificar se o retorno oferecido pelo título é condizente com o nível de risco.

O que significam as notas de rating?

As agências de rating podem dar notas de grau de investimento, quando a empresa possui pouco risco de calote ou grau especulativo, quando ela é mais arriscada. Vale destacar que essas notas podem mudar. Pode acontecer inclusive de uma instituição ser rebaixada.

O rebaixamento é causado quando a situação financeira da empresa piorou. Neste caso, ela passa a ser considerada mais arriscada e precisa oferecer retornos mais altos em troca das aplicações dos investidores. Além disso, é possível que a instituição tenha uma nota e seus títulos tenham outra.

Por exemplo, um banco pode ter a nota A e seu CDB ter um triplo B. Essa diferença ocorre, pois são avaliados os fatores tanto da companhia como um todo, quanto dos seus produtos. Enfim, quanto maior é a nota de rating, mais confiável é a instituição avaliada.

Logique sistemas

Isso significa que a instituição possui uma boa situação financeira e condições de honrar seus compromissos financeiros. Portanto, o risco de emprestar dinheiro para essa agência é menor, o que acaba por atrair mais investidores. Como o risco de calote é menor, a instituição pode oferecer uma taxa de juros menor.

Em contrapartida, a nota de rating baixa indica que a instituição não está com a situação financeira muito boa e pode deixar de honrar os pagamentos. Como o risco de emprestar dinheiro ou comprar títulos desta empresa é maior, menos investidores são atraídos. Nessa situação, a instituição precisa pagar juros mais altos para atrair investidores.

Quais são as notas das agências classificadoras de risco?

Existem várias agências classificadoras de risco no mundo. Entretanto, as três mais importantes e com maior credibilidade no mercado são: Moody’s, Fitch e S&P. Sendo que, somente as três agências possuem aproximadamente 95% do mercado global de análise de risco.

Apesar destas três dominarem o mercado, as notas utilizadas por elas não são padronizadas. Desse modo, cada uma delas usa uma classificação diferente para estabelecer as notas das instituições avaliadas. Enfim, a escala de rating dessas três agências classificadoras de risco são: 

1- Moody’s

As notas com grau de investimento são: Aaa (mais alta qualidade), Aa1, Aa2, Aa3 (qualidade muito alta), A1, A2, A3 (qualidade alta) e por fim, Baa1, Baa2, Baa3 (boa qualidade).

Agências classificadoras de risco: o que são e como funcionam

Valorem

Por outro lado, as notas com grau especulativo são: Ba1, Ba2, Ba3 (especulativo), B1, B2, B3 (altamente especulativo), Caa1, Caa2, Caa3 (risco substancial), Ca (risco muito alto/inadimplência iminente) e C (inadimplência).

2- Fitch

As notas com grau de investimento são: AAA (mais alta qualidade), AA+, AA, AA- (qualidade muito alta), A+, A, A- (qualidade alta) e BBB+, BBB, BBB- (boa qualidade).

Em contrapartida, as notas com grau especulativo dessa agência são: BB+, BB, BB- (especulativo), B+, B, B- (altamente especulativo), CCC (risco substancial), CC (risco muito alto), C (inadimplência iminente), RD (inadimplência restrita) e D (inadimplência).

3- S&P

Para finalizar, temos a S&P com as seguintes notas de grau de investimento: AAA (mais alta qualidade), AA+, AA, AA- (qualidade muito alta), A+, A, A- (qualidade alta) e BBB+, BBB, BBB- (boa qualidade).

Idwall

Por fim, com grau especulativo temos: BB+, BB, BB- (especulativo), B+, B. B- (altamente especulativo), CCC+, CCC, CCC- (risco substancial), CC (risco muito alto), C (inadimplência iminente) e D (inadimplência).

Agora que você sabe o que são agências classificadoras de risco, aproveite para descobrir quais são os Erros da classe média que atrapalham o enriquecimento

Fontes: Suno, Eu quero investir, Abc Brasil e Mag,

Imagens: Capital research, Valorem, Rico, Jornal grande Bahia, Idwall, Logique sistemas e Abc71

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