Aposente seu filho mesmo sendo pobre 

Saiba como aposentar seu filho, mesmo sendo pobre, usando o tempo ao seu favor e aproveitando o poder dos juros compostos.

18 de abril de 2022 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)


Uma das maiores preocupações dos pais, certamente, é o futuro de seus filhos. Seja por mera precaução ou por excesso de cuidado, a vida financeira dos filhos é algo que perturba a mente dos pais. Mas saiba: você pode aposentar seu filho! E, o quanto antes, melhor.

A receita é muito simples e extremamente barata. Ou seja, é possível pra você, mesmo que não seja rico.

Antes de entrar nos detalhes, porém, você precisa entender um conceito que se encaixará perfeitamente ao tema.

Trata-se do Princípio de Pareto.

Princípio de Pareto e o futuro do seu filho

O economista e sociólogo Vilfredo Pareto fez uma observação muito importante, em 1892, que mudou a forma como enxergamos, hoje, os investimentos.

Ele percebeu que 80% das terras da Itália, seu país natal, pertenciam a somente 20% da população.

A partir daí, Pareto passou a analisar fenômenos aleatórios e percebeu que a maioria deles funcionavam pela mesma regra dos 80/20.

A princípio, essa lógica de proporção entre causa e efeito preconiza que 20% das causas geram 80% dos efeitos.

Entre as muitas descobertas, Pareto viu que 80% das ervilhas do seu jardim vinham de apenas 20% das vagens.

Mais recentemente, já em meados do século XX, o consultor de negócios Joseph Moses Juran tornou famoso o Princípio de Pareto. Ele publicou estudos demonstrando a aplicação do Princípio em análises econômicas, políticas, sociológicas, computacionais e, até, no mundo dos esportes.

E onde isso se aplica à aposentadoria do seu filho?

Deixe o tempo aposentar seu filho

A principal correlação entre as coisas está na mágica dos juros compostos.

Ou seja, com um mínimo esforço, é possível conseguir um máximo resultado quando se tem tempo para tanto.

E advinha o que seu filho mais tem?

Isso mesmo: tempo!

Aposente seu filho mesmo sendo pobre 

E o tempo é o principal fator quando falamos de juros compostos. É determinante mesmo!

Se você já tem seus 20, 30, 40 anos – ou mais – os juros compostos trabalharão por você. Mas numa intensidade muito menor se comparado aos seus filhos.

Para facilitar as coisas, vamos às contas.

O poder dos juros compostos

Imagine que Alberto e Francisco estão nascendo hoje.

Os pais de ambos decidem investir até eles completarem 100 anos – é só um exemplo, ok?

No caso de Francisco, serão feitos depósitos mensais de R$ 100 numa renda fixa que paga 10% ao ano, durante os 100 anos.

No fim do período, Francisco teria investido o total de R$ 120 mil. Contudo, somando os rendimentos com os juros compostos, ele teria o total de R$ 174 milhões.

Os pais de Alberto, por sua vez, fizeram diferente. Eles investiram os mesmos R$ 100, mas por apenas 20 anos. Depois, não fizeram mais nenhum aporte. Apenas deixaram o acumulado rendendo pelos próximos 80 anos.

No fim, Alberto investiu somente R$ 24 mil, mas, aos 100 anos, teria o total de R$ 148 milhões.

Percebeu a diferença? Com apenas 20% do total investido por Francisco, Alberto atingiu 85% do resultado.

Aposente seu filho com 100 reais

Na prática, você pode investir R$ 100 por mês durante um período específico – apenas 10 ou 20 anos, por exemplo.

Depois, não vai colocar mais nenhum centavo e os próprios rendimentos desse montante, já acumulado, garantirá a aposentadoria do seu filho.

Suponhamos que você faça isso assim que seu filho nasça. Depois de 20 anos colocando R$ 100 todo mês, num investimento com rentabilidade de 10% ao ano, você terá acumulado R$ 72.500,00.

A partir de então, você não faz mais nenhum aporte. Apenas deixa o tempo agir.

Aos 50 anos, seu filho teria R$ 1,2 milhão e poderia se aposentar ganhando R$ 10 mil por mês – apenas com a renda do valor investido, sem mexer no principal.

Se decidisse esperar mais, ele poderia se aposentar aos 60 anos, tendo R$ 3,2 milhões e renda de R$ 25 mil por mês.

Incrível, não?!

E você pode fazer outras simulações usando nossa calculadora de juros compostos.

Aposente seu filho mesmo sendo pobre 

E a inflação?

Você pode estar se perguntando se a inflação não poderia corroer esses valores, ao longo dos anos. Então, os R$ 25 mil por mês não comprariam muita coisa lá no futuro.

Sim, isto é verdade!

Mas, para evitar o problema, bastaria ir reajustando o valor dos aportes mensais, sempre proporcionalmente à inflação.

Ou seja, se a inflação do primeiro ano for de 10%, o valor depositado mensalmente passaria a ser R$ 110 (10% a mais que o valor inicial).

Aposentar não é enriquecer seu filho

É bom lembrar que estamos tratando, aqui, de aposentadoria. E não de construção de patrimônio e riqueza.

Consequentemente, o ideal é que seu filho sequer tenha acesso ao dinheiro antes de se aposentar.

Quem me conhece há mais tempo sabe, inclusive, que sou totalmente contra a ideia de fazer uma “poupança” pro filho e entregar tudo de mão beijada, quando ele faz 18 ou 20 anos.

É importante que ele aprenda a lutar e a se virar sozinho nesse mundão.

No fim das contas, dinheiro fácil acaba produzindo pessoas fracas, frágeis e desmotivadas.

E, no fim de tudo, uma ótima herança que você poderia deixar para o seu filho é uma boa educação financeira. Assim, ele terá uma vida bem mais tranquila e uma aposentadoria digna, sem jamais precisar do Governo.

Se você gostou do conteúdo, veja mais detalhes sobre como aposentar seu filho, no vídeo acima, que publiquei no canal do Investidor Sardinha.

Aproveite e nos siga no Instagram (@oraulsena), pra ficar sempre ligado no mundo das finanças e dos investimentos, em geral.

E não deixe de conferir, também: Como planejar a sua aposentadoria? Veja 13 dicas!

Investir em ações é burrice da classe média?

Americanas SUBINDO 300%, ainda dá tempo de COMPRAR? Análise

O que aconteceu com os NFTs? A bolha de bilhões de dólares

Ray Dalio: Um experimento que pode mudar de VEZ a sua rentabilidade