Rentabilidade real, o que é? Cálculos, importância e rendimento negativo

19 de maio de 2021, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 5 min, 7 seg


A rentabilidade real é o ganho real que o investidor obtém ao realizar determinada aplicação, pois se considera a perda do poder de compra causada pela inflação do período. Como a intenção ao investir é aumentar o patrimônio com o tempo, é essencial que os investidores calculem a rentabilidade real das aplicações. 

Apesar do cálculo da rentabilidade real não garantir os retornos futuros, já que ele se baseia na inflação passada e não tem como prever a inflação futura, ele serve como base para a escolha dos ativos que normalmente proporcionam um ganho real para os investidores. 

Além da rentabilidade real, existe também a rentabilidade nominal. Sendo que, essa rentabilidade é o retorno sem considerar a inflação. Logo, a rentabilidade nominal não serve como um indicativo do aumento do poder de compra do investidor. 

O que é rentabilidade real?

A rentabilidade real é o ganho que o investidor terá com determinada aplicação após descontar a perda do poder aquisitivo ocasionada pela inflação.

Em outras palavras, a rentabilidade real serve como um indicador do quanto determinado investimento está contribuindo para o aumento do patrimônio do investidor. 

Rentabilidade real, o que é? Cálculos, importância e rendimento negativo

Folha metropolitana

Portanto, ao investir, não basta apenas considerar os custos com taxa de administração, custódia e o Imposto de Renda. Afinal de contas, a inflação corrói o poder de compra da população e se ela não for considerada, pode ser que uma aplicação traga uma rentabilidade negativa e o investidor não perceba. 

É importante não confundir rentabilidade real com rentabilidade nominal. Em síntese, a rentabilidade nominal é o retorno acordado na aplicação. Ou seja, ele não considera a inflação e, por isso, não representa o ganho real do investidor.

Cálculos da rentabilidade real

Para descobrir o ganho real de um investimento, é preciso considerar os impactos da inflação. No entanto, não basta pegar a rentabilidade nominal e subtrair a inflação. Por exemplo, se pegarmos um tesouro prefixado com rentabilidade nominal de 8% ao ano e a inflação for de 4% ao ano, a resposta imediata seria que o ganho real seria de 4% ao ano.

Esse cálculo pode até trazer um resultado aproximado, mas não traz o resultado exato. Para calcular corretamente a rentabilidade real, é preciso considerar o valor final que determinado investimento irá render e então fazer a comparação com o efeito inflacionário. Logo, a forma correta de calcular é por meio da fórmula: (1 + rendimentos) / (1 + inflação) – 1

Rentabilidade real, o que é? Cálculos, importância e rendimento negativo

Executiva seguros

Suponhamos que você investiu R$ 100,00 em troca de uma taxa de 10% ao ano. Neste caso, no final do ano você teria R$ 110,00. Vamos imaginar também que a inflação no ano foi de 5%. Isso significa que os itens que antes você comprava com R$ 100,00 agora é preciso de R$ 105,00.

Colocando os dados na fórmula temos: (100% + 10%) / (100% + 5%) -1. Realizando os cálculos, temos: 110% / 105% -1 e o resultado final seria de 4,76%. Desse modo, apesar de a rentabilidade nominal do investimento ter sido de 10%, na verdade, o investidor teve uma rentabilidade real de apenas 4,76%. 

Rendimento negativo

Se após realizar os cálculos você perceber que, na verdade, determinado investimento está proporcionando um retorno abaixo da inflação, significa que você está tendo rentabilidade negativa.

Obter um rendimento negativo é extremamente desvantajoso, pois apesar de você estar investindo com a intenção de aumentar seu patrimônio, na prática, você ainda está perdendo poder de compra para a inflação.

Um exemplo disso é a poupança, que proporciona um rendimento tão baixo, que não supera a inflação. O rendimento da poupança é baseado nas seguintes regras:

  • Se a Selic estiver mais alta que 8,5%, o rendimento é: 0,5% ao mês + Taxa Referencial;
  • Se a Selic estiver abaixo ou igual a 8,5%, o rendimento será de: 70% da Selic + Taxa Referencial. 
Rentabilidade real, o que é? Cálculos, importância e rendimento negativo

O imparcial

Atualmente, a Selic está muito baixa, logo, a regra considerada tem sido a segunda. Além disso, a Taxa Referencial, está zerada há alguns anos. Em 2020 a Selic chegou na sua mínima histórica e ficou em 2% ao ano. Enquanto isso, a inflação fechou o ano de 2020 em 4,52%.

Nem precisamos fazer os cálculos para perceber que a poupança não está valendo a pena. Sendo assim, apesar de a poupança ser isenta de Imposto de Renda e contar com fácil acesso ao dinheiro depositado, ela não é vantajosa para as pessoas que desejam aumentar seu poder de compra. 

Uma forma de garantir sempre retorno acima da inflação, é aplicar em ativos que sejam atrelados a indicadores inflacionários. Por exemplo, o Tesouro IPCA+ rende a inflação do período, mais uma taxa de juros previamente acordada. Dessa maneira, existe a garantia de que o investidor sempre terá um ganho real com a aplicação. 

Importância

Calcular a rentabilidade real de uma aplicação é extremamente importante, pois serve como um indicador de qual investimento está de fato contribuindo para a construção do seu patrimônio.

É claro que usar a inflação passada para escolher um investimento não garante que no futuro a inflação não será maior e irá comprometer seu ganho real. Entretanto, é uma forma de ter uma projeção futura e basear suas escolhas.

Radix florestal

Se, por exemplo, a sua intenção é conseguir o primeiro milhão, você pode usar o cálculo da rentabilidade real para escolher as melhores aplicações para conquistar seus objetivos.

Afinal de contas, se você escolher aplicações como a poupança, que trazem retorno negativo, você vai demorar mais para conseguir o primeiro milhão.

Em contrapartida, se você montar uma carteira de investimentos diversificada, considerando o seu objetivo pessoal, perfil de investidor e a rentabilidade real, você provavelmente vai virar milionário mais rápido. Descubra Como ficar milionário? Dicas e hábitos para atingir o primeiro milhão

Fontes: Apprenda fixa, Verios e Finanças pessoais

Imagens: Exame, Folha metropolitana, Executiva seguros, O imparcial e Radix florestal