Ibovespa: o que é e como funciona esse índice da Bolsa?

O Ibovespa é o principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, e analisa as empresas mais negociadas e com maior liquidez. Leia!

18 de setembro de 2020 - por Sidemar Castro


O Ibovespa é o Índice Bovespa. Em resumo, ele é o principal índice da bolsa de valores e sua carteira é composta pelas principais ações negociadas na bolsa.

É por isso que ele é tão importante e representa o mercado como um todo. Além disso, muitas pessoas confundem Ibovespa, Bovespa e B3 quando estão entrando no mercado.

Primeiramente, a B3 é a bolsa de valores brasileira, que antigamente se chamava Bovespa. Por outro lado, o Ibovespa é o Índice Bovespa. Enfim, no texto a seguir você vai conferir:

O que é Ibovespa

O Ibovespa, Índice Bovespa ou simplesmente IBOV, é o principal índice do mercado acionário brasileiro. Dessa forma, ele funciona como um termômetro de todo o mercado acionário.

Isso porque, ele mede, por meio de um sistema de pontos baseado em reais, a performance média de uma carteira teórica com as ações mais representativas e negociadas no mercado. 

Criado em 1968, o Ibovespa é um índice de retorno total.

Portanto, ele considera não apenas as variações nos preços das ações que fazem parte da sua carteira teórica, mas também reflete o impacto no pagamento de proventos das ações.

Como funciona e para que serve o Ibovespa?

O Ibovespa é o principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, a B3. Ele mede o desempenho das ações mais negociadas no mercado brasileiro. Em outras palavras, o Ibovespa funciona como um termômetro que indica se o mercado de ações está subindo ou descendo.

Para entender melhor, imagine que o Ibovespa é uma cesta que contém as ações das empresas mais importantes e negociadas na bolsa. Quando o valor dessas ações aumenta, o índice sobe. Quando o valor diminui, o índice cai.

O Ibovespa serve como referência para investidores. Ele ajuda a avaliar o desempenho geral do mercado e a tomar decisões de investimento. Além disso, muitos fundos de investimento usam o Ibovespa como um benchmark, ou seja, um padrão de comparação para medir seus próprios resultados.

Em resumo, o Ibovespa é essencial para quem investe em ações no Brasil, pois oferece uma visão clara e rápida do comportamento do mercado financeiro.

Como se mede o Ibovespa?

Ele mede o desempenho das ações mais negociadas no mercado, funcionando como um termômetro da confiança dos investidores na economia do país.

O cálculo do Ibovespa é baseado em uma metodologia simples. Cada ponto do índice corresponde a R$ 1. Assim, se o Ibovespa está em 100.000 pontos, isso significa que a carteira hipotética das ações que compõem o índice vale R$ 100.000.

Para determinar esse valor, a B3 soma os preços das ações incluídas no índice e pondera cada uma de acordo com sua importância no mercado. As ações com maior volume de negociação têm um peso maior no índice, refletindo sua liquidez.

Composição do Índice

A composição do Ibovespa é revisada a cada quatro meses. Durante essa revisão, a B3 avalia quais ações devem ser incluídas ou excluídas com base em critérios como volume de negociação e presença nos pregões.

Para uma ação ser parte do Ibovespa, ela deve ter um volume de negócios igual ou superior a 0,1% nos últimos 12 meses e participar de pelo menos 95% dos pregões nesse mesmo período. Além disso, ações com cotação média abaixo de R$ 1 são excluídas, evitando assim as chamadas penny stocks.

O Ibovespa não apenas serve como um indicador de desempenho das ações na B3, mas também é utilizado como benchmark para avaliar investimentos.

Se um investidor obtém retornos iguais ou superiores ao Ibovespa, isso indica que seu portfólio está performando bem em comparação ao mercado. Por outro lado, retornos inferiores podem sinalizar a necessidade de reavaliar as estratégias de investimento.

Quais empresas e ações fazem parte do Ibovespa?

Aqui estão algumas das principais empresas e suas ações que fazem parte do Ibovespa:

1) Vale S.A. (VALE3): Uma das maiores mineradoras do mundo.

2. Petrobras (PETR3 e PETR4): A gigante do setor de petróleo e gás.

3. Itaú Unibanco (ITUB4): Um dos maiores bancos do Brasil.

4. Bradesco (BBDC3 e BBDC4): Outro grande banco brasileiro.

5. Banco do Brasil (BBAS3): Um dos bancos mais tradicionais do país.

6. Ambev (ABEV3): Líder no setor de bebidas.

7. B3 (B3SA3): A própria Bolsa de Valores brasileira.

8. Eletrobras (ELET3 e ELET6): A maior empresa de energia elétrica da América Latina.

Essas empresas são apenas algumas das que compõem o índice. A lista completa inclui muitas outras empresas de diversos setores, como varejo, telecomunicações, saúde e tecnologia.

Como uma empresa faz parte do Ibovespa?

Para que uma empresa faça parte do Ibovespa, ela deve atender a critérios específicos estabelecidos pela B3, a bolsa de valores brasileira. Esses critérios garantem que o índice reflita as ações mais relevantes e líquidas do mercado.

Um dos principais critérios é a negociabilidade: A empresa deve estar entre os ativos que, nas três carteiras anteriores, representem 85% do total de negociações. Isso significa que suas ações precisam ter um volume significativo de transações.

É necessário que as ações da empresa tenham estado disponíveis em pelo menos 95% dos pregões durante o mesmo período. Essa regra assegura que apenas ações ativamente negociadas sejam consideradas.

O volume financeiro das ações deve ser igual ou superior a 0,1% do total negociado no mercado à vista. Esse critério ajuda a filtrar ações que não têm liquidez suficiente para serem relevantes no índice.

As ações não podem ser classificadas como “Penny Stocks”, ou seja, aquelas com preços muito baixos (geralmente abaixo de R$ 1). Essa medida evita a inclusão de ativos considerados de maior risco e menos representativos.

A composição do Ibovespa é revisada a cada quatro meses. Durante essa revisão, a B3 avalia se as empresas continuam atendendo aos critérios mencionados. Se uma empresa não cumprir dois ou mais desses critérios, ela pode ser excluída do índice.

Além disso, novas empresas podem ser incluídas se atenderem aos requisitos.

Quais são os fatores que influenciam a oscilação do Ibovespa?

A oscilação do Ibovespa é influenciada por diversos fatores. Vamos explorar os principais:

Primeiramente, pela situação econômica. A saúde da economia brasileira impacta diretamente o Ibovespa.

Quando a economia está em crescimento, as empresas tendem a ter melhores resultados, o que eleva o índice. Em contrapartida, crises econômicas podem derrubar o Ibovespa.

Também a política monetária influencia. Alterações na taxa Selic, que é a taxa básica de juros, influenciam o mercado de ações. Uma Selic mais alta pode tornar os investimentos em renda fixa mais atraentes, reduzindo o interesse por ações.

A estabilidade política é outro fator importante. Eleições, mudanças de governo e políticas públicas podem gerar incertezas ou confiança no mercado, afetando o Ibovespa.

O desempenho financeiro das empresas listadas no índice é um fator chave. Resultados positivos tendem a elevar o índice, enquanto resultados negativos podem causar quedas.

Eventos internacionais, como crises econômicas globais, variações nos preços das commodities e políticas de outros países, também influenciam o Ibovespa. Por exemplo, uma queda no preço do petróleo pode afetar negativamente as ações da Petrobras.

Finalmente, a percepção dos investidores sobre o futuro da economia e das empresas influencia suas decisões de compra e venda de ações. Notícias positivas aumentam a confiança e, consequentemente, o índice, enquanto notícias negativas têm o efeito oposto.

Esses fatores, combinados, criam um ambiente dinâmico e em constante mudança para o Ibovespa.

Investir no Ibovespa

Como se trata de um índice, não de um ativo, não é possível investir diretamente no Ibovespa. Contudo, algumas opções existentes envolvem esse índice:

1) Minicontratos de índice

Em síntese, os minicontratos são negociados no mercado futuro e são baseados nas variações das pontuações do Ibovespa.

As cotações são medidas pelos pontos, que equivalem a 20% dos contratos cheios, portanto R$ 0,20 centavos cada. Além disso, o vencimento desse tipo de contrato é de maneira bimestral.

2) Contratos de índice

Negociados também no mercado futuro, os contratos de índice são baseados no índice Ibovespa. Dessa maneira, cinco contratos compõem um lote que, por sua vez, tem sua cotação baseada nos pontos do Ibovespa em reais.

Portanto, um ponto vale um real. Nesse tipo de contrato, o vencimento é predeterminado. 

3) Fundos de ações

Nesse tipo de investimento, compra-se cotas de um fundo de ações, como, por exemplo, o BOVA11 – ativo administrado por um gestor profissional, que segue a carteira teórica do índice Ibovespa.

Por seguir a carteira do Ibovespa, os seus resultados serão parecidos com os do índice. 

4) ETFs

Por fim, os ETF – Exchange Traded Funds, são espécies de fundos de índices disponíveis para negociação na bolsa de valores. Eles podem seguir outros índices, além do Ibovespa.

Além disso, sua rentabilidade é similar à pontuação do IBOV e pode, ainda, ser negociada como ação. Enfim, gostou de conhecer o índice Ibovespa? Então, aproveite para descobrir onde investir em 2022.

Fontes:  Toro, XP, B3, Santander, Master Clear, Nubank, Genial

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